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Revitalização da Bola da Suframa segue sem conclusão e gera transtornos

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31/01/2020

Fonte: Acrítica

Paulo André

Não é fácil a vida de quem trafega diariamente pelo entorno da popular Bola da Suframa, antes chamada Praça Francisco Pereira da Silva, que serve de entrada para várias vias, entre as quais o Distrito Industrial de Manaus. É que os motoristas e pedestres enfrentam sérias dificuldades com os problemas gerados por conta das obras de revitalização do sistema viário naquele local não terem sido concluídas.

As obras integram a revitalização do Distrito Industrial 1, que começou em maio do ano passado. Para a realização dos serviços foram garantidos R$ 150 milhões do Tesouro Nacional, por meio do Ministério do Planejamento. Entretanto, a execução dos três lotes está orçada em R$ 136 milhões – R$ 14 milhões a menos que o estimado, informou a Prefeitura de Manaus em seu site ainda em 2019.

O transtorno na Bola da Suframa abrange todos os pontos de escoamento das vias que são ligação para bairros adjacentes, como Crespo, São Lázaro e Mauazinho, e para as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). Há sério risco também de derrapagem por conta de restos de obra que estão no prolongamento do entorno.

As avenidas General Rodrigo Otávio, no Coroado, Zona Leste, e Silves, no bairro Raiz, Zona Sul, contam com acostamento inacabado, triângulos de concreto quebrados, calçadas destruídas e muitos detritos como seixo e pedregulhos no extensão das vias. Um perigo para quem utiliza o local.

Na General Rodrigo Otávio, no sentido Shopping Cecomiz, a esquina que forma um triângulo está cheia de detritos e restos de asfalto e concreto. Um pneu de caminhão está curiosamente posicionado no local.

O cruzamento com a Silves apresenta um imenso buraco aberto em meio a um incrível desnivelamento do asfalto. E há destroços de concreto e mais seixo pra atrapalhar. Derrapar e perder o controle é uma possibilidade real. E ainda há o triângulo, inacabado, com duas barreiras de trânsito feitas em concreto e que estão quebradas.

O início da BR-319, oficialmente Rodovia Álvaro Maia, mais conhecida como Manaus–Porto Velho, também apresenta aspecto de obra não-finalizada e requer atenção aos desavisados de plantão: em seu início tem, inclusive, um bueiro a céu aberto. O cruzamento com a avenida Governador Danilo de Matos Areosa, que dá acesso a áreas como o Hospital Adventista, é tomado pelo barro, areia, pedras e restos de asfalto. Um verdadeiro abandono.

O entorno da Bola da Suframa não conta com qualquer sinalização viária e nem “indício” de que a obra está em andamento ou concluída.

Reclamações

Os motoristas se sentem mais prejudicados com a ausência de finalização da obra, principalmente, por conta dos gastos de manutenção com seus veículos. O taxista Jair Gadelha que o diga. “Não apareceu mais ninguém pra terminar a obra aqui. Do jeito que fizeram a rotatória, foram embora. Se chegar aqui e ir para a avenida Buriti vai entrar num buraco daqueles e perder pneu e aro. Mas vamos fazer o quê? Nem entrada da BR-319, nem Rodrigo Otávio você vê nada. Se passar de uma vez estoura o pneu por causa do concreto que ficou à beira aí. O Distrito está ainda pior, como a Buriti e a Açaí onde não há mais condições de passar”, criticou.

“Todas as obras aqui no Distrito Industrial estão inacabadas”, esbravejou Aldenor Rodrigues de Souza, 42, também taxista, que vai além ao falar do prejuízo que a obra inacabada gerou. “O prejuízo é grande com gastos como pneu. Todo tipo de manutenção vai embora. Por mês, fazendo revisão no carro, gastamos cerca de R$ 2 mil tranquilo, tranquilo. Isso quando você tem. E quando não há dinheiro?”, ressaltou.

Para o motorista de aplicativo de transporte Gilsoney Oliveira, 32, o problema prejudica seriamente na hora da manutenção do seu veículo, um modelo Voyage. “A suspensão não aguenta. Era pra aguentar 8 a 9 meses, mas desse jeito com cinco meses já tem que trocar a suspensão, pois eles fazem o recapeamento, mas colocam uma camada muito frágil de asfalto e, como passam muitas carretas, aí afunda o asfaltamento, começa a fazer buracos de novo e prejudica demais a suspensão do carro, que custa entre R$ 1.200 a R$ 1.300. Fica ruim trabalhar assim”, disse o motorista.

Posicionamento

Em nota, a Seminf informou que a recuperação viária do Distrito Industrial 1 é realizada pela Prefeitura de Manaus com recursos do governo federal, via Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), responsável pelo gerenciamento dos trabalhos. No total, 35 vias serão contempladas. Na bola da Suframa, são aproximadamente seis quilômetros de vias, com asfalto, drenagem profunda, meio-fio, calçadas e sarjetas. A área já recebeu toda implantação de drenagem profunda e o novo pavimento rígido – concreto – para suportar a carga de trânsito pesado da área. Agora, os serviços se concentram na implantação de drenagem superficial.

Ainda segundo a pasta, a intervenção na rotatória não provoca interdição do trânsito no local nem das vias que dão acesso à obra. No entanto, o motorista que quer chegar ao Distrito Industrial, evitando a bola da Suframa, pode optar por acessar as avenidas Autaz Mirim, Buriti e, assim, chegar ao Distrito. O local é monitorado diariamente por agentes de trânsito do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), que atuam para dar fluidez ao tráfego e orientar condutores sobre a circulação de veículos. O órgão informa, ainda, que uma equipe técnica da divisão de Engenharia de Transporte irá ao local para adequar o ponto de ônibus citado na reportagem.

A Seminf destaca ainda que a avenida Açaí também recebeu serviços de drenagem profunda e aplicação da massa asfáltica, bem como a Danilo Areosa, que recebeu correção da base e aplicação da primeira capa de asfalto. As avenidas Mandim, Poraquê e Copiúba são outras contempladas com revitalização viária. Especificamente em à avenida Rodrigo Otávio, a mesma já consta no pacote do programa Requalifica e irá receber recapeamento em toda a sua extensão.

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