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Retomada gradual da indústria deve apoiar avanço de 5% da distribuição

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25/01/2017

A produção industrial tem dado sinais de recuperação gradual, o que deve se refletir no aumento das vendas de aços planos pela rede de distribuição. O setor projeta para 2017 uma expansão de 5%.

"Os estoques da indústria estão estabilizados e com a perspectiva de melhora gradual da economia, devemos ter um aumento dos pedidos da rede", afirmou nesta terça-feira (24) o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

A projeção de crescimento para 2017 interrompe um ciclo de três quedas consecutivas das vendas dos distribuidores. Segundo a entidade, no ano passado a rede reportou retração de 4%, para 3,03 milhões de toneladas.

"Já estamos começando a ver um ponto de inflexão. O cenário parou de piorar e deve melhorar gradualmente", avalia Loureiro.

No entanto, as margens da rede continuam pressionadas. Em entrevista ao DCI, Loureiro destacou que principalmente os distribuidores independentes estão apresentando problemas mais graves de capital de giro.

"Empresas mais capitalizadas, como a distribuidora da ArcelorMittal, por exemplo, têm conseguido enfrentar o cenário com um pouco mais de fôlego", analisa.

Segundo o dirigente, a rede de distribuição de aços planos no País possui cerca de 5 mil empresas, das quais aproximadamente 900 são associadas ao Inda. "Empresas que fornecem para a indústria de bens de capital e automobilística são as que sofrem mais neste momento", aponta.

Já o segmento que deve continuar apresentando o melhor desempenho entre os clientes da distribuição é o de máquinas agrícolas. "A projeção de melhora do mercado automotivo em 2017 também deve trazer avanços para nossos clientes de autopeças", acrescenta.

Ainda assim, Loureiro salienta que a retomada da indústria deverá ser tímida neste ano, sobre uma base extremamente enfraquecida. "Por esse motivo, as margens da rede de distribuição de aço devem ficar no patamar de 10%", revela. Historicamente, esse índice girou em torno de 15%. "Se não repassarmos os aumentos de preços aplicados pelas siderúrgicas recentemente, vamos trabalhar com margens negativas", acrescenta o dirigente.

Ele conta que o penúltimo reajuste das usinas, aplicado em meados de novembro, já foi repassado integralmente para os clientes. "Neste mês de janeiro, sofremos outro reajuste em torno de 8,5% a 9,5%, dependendo da usina", informa. "Nossos clientes têm tido uma dificuldade brutal de repassar esses aumentos."

Neste cenário em que todas as empresas tentam absorver o mínimo possível de aumento de custos, a rede de distribuidores de aços planos acabou ganhando participação em relação às usinas. No ano passado, o consumo aparente recuou cerca de 14% no Brasil, enquanto que na rede a queda foi bem mais branda.

"Em anos de crise, os distribuidores tendem a ganhar participação de mercado." Isso porque, de acordo com Loureiro, a rede tem mais flexibilidade e trabalha com volumes menores. "Em 2016, a participação dos distribuidores no consumo aparente foi histórica, em torno de 36,6%."

Ele acrescenta que a rede trabalha basicamente com estoques nacionais. "Como as importações caíram muito, nossos associados também se beneficiaram", explica.

Prêmio

O presidente do Inda informa que, hoje, o prêmio do aço brasileiro gira em torno de 6% a 8% (bobina), com um dólar a R$ 3,20. Porém, globalmente os preços vêm caindo com a forte queda da cotação do carvão. "Se o prêmio aumentar no Brasil, isso pode incentivar as importações", alerta.

Em 2016, a entrada de aços planos recuou 55,4%, para 679,7 mil toneladas. A China continua sendo a principal origem das importações, respondendo por 64,4% do total. Em zincados, essa fatia é de 81,4%.

Diante do quadro de queda dos preços do carvão e perspectiva de recuo do minério de ferro, o aço brasileiro pode ficar mais pressionado se a cotação internacional cair. "Temos que aguardar para saber se a China vai priorizar margens ou aumento de participação no mercado global", avalia.

Fonte: DCI

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