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Resultado positivo na indústria não interrompe trajetória negativa, diz IBGE

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05/01/2017

Embora a indústria tenha mostrado ligeiro avanço de 0,2% na passagem de outubro para novembro, o resultado positivo não elimina a queda de 1,2% verificada no mês anterior nem interrompe a trajetória negativa do setor, ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo ele, o que há de diferente no resultado de novembro é a reversão na disseminação de resultados negativos entre as atividades pesquisadas. Em relação a outubro, 13 dos 24 ramos investigados tiveram crescimento na produção, enquanto onze registraram recuo. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo IBGE.

"Embora haja predomínio de taxas positivas, há um equilíbrio entre atividades com crescimento e com queda. Esse equilíbrio dá como resultado final a indústria com ligeiro acréscimo de 0,2%", lembrou Macedo.

Ao mesmo tempo em que setores importantes mostraram avanço na produção em novembro, como veículos automotores (com peso de cerca de 12% na indústria nacional) e indústrias extrativas (que responde por aproximadamente 11%), outras atividades igualmente relevantes registraram perdas, como Alimentos (com 13% de peso na pesquisa) e Derivados de petróleo (com uma fatia de 11% da indústria).

"Claro que o crescimento de 6,1% de veículos automotores foi importante. Mas o setor não está sozinho. Então você tem outras atividades que tiveram comportamento de queda e atenuaram esse crescimento. Talvez venha daí a dificuldade da previsão desses resultados. As que tiveram comportamento negativo são atividades em que não são fáceis de prever o comportamento da produção delas", explicou Macedo, referindo-se à frustração das estimativas de analistas do mercado financeiro, que previam avanço maior na indústria em novembro.

Macedo reconhece que a indústria mostrou em 2016 características mais favoráveis do que no ano anterior, em 2015. No entanto, o saldo ainda é negativo. De janeiro a novembro, a queda acumulada na produção está em 7,1%.

"Em 2016, há uma presença maior de resultados positivos. Mas isso não significa que há saldos positivos para a produção industrial. Como no ano a produção está com saldo de queda, significa que as quedas foram maiores do que os avanços registrados", lembrou o pesquisador.

O recuo tem influência da retração na demanda doméstica, do aumento no número de desempregados e da renda menor dos trabalhadores ocupados, enumerou Macedo. De janeiro a novembro de 2016, 23 dos 26 ramos industriais investigados tiveram retração na produção. Entre os 805 produtos investigados, 73,5% registraram queda na produção no período.

Mesmo o setor de veículos, que teve avanço em novembro, amargou uma perda de 13,2% no acumulado do ano.

"Veículos já vêm com comportamento negativo há três anos. O avanço (de novembro) tem característica pontual, a retomada da produção que vinha de uma paralisação e o aumento de forma geral para algumas plantas industriais que vinham com produção mais moderada", acrescentou. "Os níveis de estoques, embora tenham sido reduzidos nos últimos meses, permanecem acima do patamar habitual", complementou.

O último mês de 2016 não deve salvar o desempenho do setor industrial no ano, mas os números podem vir mais benéficos, por conta de uma base de comparação muito baixa. A indústria já tinha encolhido 12% em dezembro de 2015, em relação a dezembro de 2014.

"A perda muito acentuada em dezembro passado traz uma contribuição de alguma forma positiva, seja para atenuar a queda, seja para trazer para mais próximo da estabilidade ou território positivo", disse Macedo. "Mas tem que esperar esses resultados", ponderou.

Em 2015, a indústria teve uma retração de 8,3%. Em 2014, a queda tinha sido de 3,0%.

Fonte: DCI

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