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Renda no Amazonas é a quinta pior no país, segundo pesquisa do IBGE

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02/03/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

A renda média per capta do Amazonas registrada ao final de 2019 foi de R$ 842,08, praticamente a metade da média nacional (R$ 1.438,67) e a quinta mais baixa do país. O Estado só perdeu para Piauí (826,81), Pará (R$ 806,76), Alagoas (R$ 730,86) e Maranhão (R$ 635,59), segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), neste sexta (28).

O valor médio de rendimentos dos amazonenses também está abaixo do salário mínimo (R$ 1.039), colocando o Estado em um grupo de 12 unidades federativas na mesma situação incômoda: Sergipe (R$ 979,78), Pernambuco (R$ 970,11), Ceará (R$ 942,36), Paraíba (R$ 928,86), Bahia (R$ 912,81), Acre (R$ 889), Amapá (R$ 879), além dos já citados.

Vale notar que todos estão situados nas regiões Nordeste e Norte. O Amazonas ficou na quarta posição em sua região, perdendo para Rondônia (R$ 1.136,48), Tocantins (R$ 1.055,60), Roraima (R$ 1.043,94), Amapá (R$ 879,67). E o único ponto fora da curva na região Nordeste ficou no Rio Grande do Norte (R$ 1.056,59).

O maior rendimento médio, conforme o levantamento do IBGE, está no Distrito Federal (R$ 2.685,76), unidade federativa sem grande atividade produtiva, fora a política. O segundo e o terceiro colocados da lista estão situados no Sudeste – São Paulo (R$ 1.945,76) e Rio de Janeiro (R$ 1.881,57) –, região que concentra as maiores populações e os maiores PIBs do país. A capital brasileira ficou bem à frente também do Rio Grande do Sul (R$ 1.842,98) e de Mato Grosso do Sul (R$ 1.514,31), o primeiro lugar da região Sul e o segundo do Centro-Oeste, respectivamente.

Ziguezague na renda

Além de estar entre os valores mais baixos do Brasil, a renda média per capta do Amazonas apresentada ao final de 2019 também sofreu recuo em relação ao número registrado em 2018 (R$ 909) e só ficou mais elevada do que os patamares de 2016 (R$ 761) e 2017 (R$ 769). Em contraste, o rendimento médio brasileiro avançou gradualmente, no mesmo período, ao passar de R$ 1.226 (2016) para R$ 1.268 (2017), chegando a R$ 1.373, em 2018.

A renda média do Amazonas aparece descolada da evolução de seu PIB, dado que o Amazonas (+4,61%) avançou muito além da média nacional (+0,89%), na comparação de 2019 com 2018, segundo o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), do Banco Central. Dados do mesmo IBGE apontam ainda que indústria (+4%), comércio (+7,9%) e serviços (+3,9%) encerram o ano com altas igualmente acima da média brasileira de cada respectivo setor – e na liderança, em praticamente todos os casos.

O baixo número médio de vencimentos per capta do Estado, contudo, ficou em sintonia com outros números da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O nível de ocupação no Amazonas ziguezagueou entre os quartos trimestres de 2016 (52,8%), 2017 (52,5%) e 2018 (52,7%), tendo aumentado ao final de 2019 (54,8%).

Reforma Trabalhista

Na análise do presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Francisco Assis Mourão Junior, a fraca recuperação de 2019 e a consequente pressão sobre um mercado de trabalho com oferta ainda tímida ajudam a explicar a discrepância entre a evolução do PIB e a involução dos rendimentos médios no Amazonas. As mudanças da Reforma Trabalhista, com a introdução do trabalho intermitente, também teriam impactado o resultado.

“Não digo nem que a informalidade tenha influenciado, porque a procura foi por vagas com carteira assinada. Mas, temos que levar em consideração que essa foi uma mudança que o próprio mercado e a evolução tecnológica pediam. Tivemos também um 2019 fraco e o primeiro ano de um governo novo. O pequeno aquecimento que vimos levou muita mais gente a procurar emprego e a pressão reduziu os salários. Vamos ver quais as medidas que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem a oferecer em 2020”, ponderou.

TCU e FPE

Os dados do IBGE de rendimentos domiciliares per capita são referentes a 2019 e foram calculados com base nas informações da Pnad e enviados ao TCU (Tribunal de Contas da União). A divulgação desta sexta (28), atende à Lei Complementar 143/2013, que estabelece os novos critérios de rateio do FPE (Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal).

“Os rendimentos domiciliares são obtidos pela soma da renda de trabalho e de outras fontes, recebidos por cada morador no mês de referência da pesquisa. O rendimento domiciliar per capita é a divisão dos rendimentos domiciliares, em termos nominais – sem descontar a inflação – pelo total dos moradores. Os valores são calculados para cada unidade federativa e para o Brasil, considerando sempre os valores expandidos pelo peso anual da pesquisa”, finalizou o texto da pesquisa do IBGE.

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