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Região Nordeste se transformou em alvo estratégico

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27/09/2013

Os grandes investimentos no Nordeste nos últimos anos, com negócios envolvendo de estaleiros, siderurgia e refinarias à indústria automotiva, bem como o aumento do poder aquisitivo da população local, fizeram com que o setor de transporte e logística olhasse para a região como um alvo estratégico para seus negócios. Somente em 2013, os Estados do Nordeste devem receber recursos federais da ordem de R$ 29 bilhões, incluindo empresas estatais, segundo estudo do Banco do Nordeste com base no orçamento da União.

Uma marca do bom momento nordestino é que nem mesmo a pior seca dos últimos 50 anos, este ano, impediu que seu Produto Interno Bruto (PIB) crescesse 2,1% no trimestre que vai de dezembro de 2012 a fevereiro de 2013, índice maior que brasileiro (1,05%), segundo informação do Boletim Regional Trimestral do Banco Central. O porcentual foi alavancado pelos resultados da indústria, comércio e serviços.

Jorge do Carmo Ramos, assessor-técnico da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Nordeste (Fetracan), afirma que, além dos incentivos fiscais oferecidos para os negócios, a região facilita a mobilidade, elemento fundamental para as empresas do setor. "Na década de 70, tínhamos entre 1.400 e 1.500 quilômetros de rodovias pavimentadas. Hoje, temos 34.000 quilômetros. Há também uma grande oferta de galpões em armazéns de Pernambuco e Recife. A indústria do Nordeste está mais forte", comemora.

Basicamente os investimentos concentram-se em três Estados: Pernambuco, Ceará e Bahia. Os dois primeiros por conterem duas cerejas desse bolo, que são os portos de Suape (PE) e Pecém (CE), e o último, o polo industrial de Camaçari, que se destaca com força nos setores petroquímico e automotivo.

Para atender ao pedido de uma montadora, a Penske Logistics chegou a Camaçari em 2003. Tempos depois, para atender outro cliente do setor de eletroeletrônicos, a empresa identificou Recife como um "interessante polo de distribuição no Nordeste", nas palavras de Paulo Sarti, diretor-presidente da Penske Logistics na América do Sul.

"Montamos um armazém (em Recife) com capacidade de 12 mil metros quadrados. De lá, fazemos o transporte terrestre para os clientes deles", afirma Sarti, acrescentando que a empresa estoca, inventaria e também faz a distribuição rodoviária.

Obviamente, os incentivos fiscais são uma parte importante do negócio, no entanto, não o fundamental. "Há uma escala de volume de vendas que justifica manter uma estrutura lá, pois podemos oferecer um nível de serviços melhor, com entregas mais rápidas", justifica Sarti.

Embora elogie a qualidade dos galpões, Sarti diz que o aumento da demanda turbinou os preços dos aluguéis desses espaços. "Antes, custavam metade do preço de São Paulo. Hoje estão 30%, 40% mais baratos". Também indica deficiências na infraestrutura local, especialmente rodoviária.

A Penske conta com duas operações na Bahia e uma em Recife, com 500 funcionários. Atualmente, o Nordeste representa 15% do faturamento da empresa e a expectativa é de que este número cresça ainda mais, especialmente por conta da Copa do Mundo de 2014.

O Nordeste representa hoje 40% dos ganhos da Quimitrans, empresa com atuação de 20 anos no transporte rodoviário de produtos perigosos. A companhia chegou a Salvador em 1999 e a Recife em 2009, para atender clientes do setor petroquímico.

"Estamos sempre de olho nas oportunidades de negócios, especialmente na Bahia e Recife, regiões que registram hoje os crescimentos mais exponenciais no Brasil", diz José Maria Gomes, diretor da Quimitrans.

Dos 200 funcionários da empresa, com operações também em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, 50 estão no Nordeste. Do total da frota de 300 caminhões tanque, 40% são próprios e 60%, terceirizados. Para este ano, a empresa prevê crescimento de 30%, ante uma média de 15% anuais nos últimos anos.

Investir no Nordeste também está nos planos de empresas como o Grupo Gelog e a Ceva Logistics. "Estive em 2011 em Suape, a pedido do diretor-presidente da empresa (Adriano Fajardo), bem como em Jaboatão dos Guararapes (PE), que tem excelentes condomínios logísticos. Mas adiamos o projeto lá pois estávamos focando em outras áreas", diz o supervisor de marketing da Gelog, Raimundo Daltro.

Eduardo Carlini, diretor de desenvolvimento de negócios para o setor de energia e industrial da Ceva para a América do Sul, destaca que há uma demanda forte, não apenas para a região Nordeste, mas também para Manaus (AM), e que um projeto nesse sentido está nos planos da empresa. "Buscamos aproveitar melhor os transportes domésticos com a logística internacional. Estamos de olho principalmente nos investimentos envolvendo a Copa do Mundo e as Olimpíadas", antecipa.

Fonte: Valor Econômico

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