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Redução no repasse de dinheiro por empresas do PIM deixa UEA em situação grave

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07/06/2017

Reportagem publicada no portal Amazonas Atual

Dependente diretamente do dinheiro de faturamento das empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus) – o repasse é definido em lei –, a UEA (Universidade do Estado do Amazonas) está com a situação financeira “grave”, segundo definição do reitor Cleinaldo Costa. Em um cenário em que universidades estaduais brasileiras apresentam grave crise financeira e sofrem com corte no repasse de recursos, inclusive com ameaça de fechar as portas, a UEA, mesmo em momento delicado e preocupante, ainda consegue manter o gasto ‘estável’, mas não de total segurança. Somente neste ano, o orçamento da instituição teve redução de 30%, o equivalente a R$ 115 milhões.

“A situação financeira da UEA, mantida com 1% do que o Polo Industrial produz, é grave, porém estável. Estamos há quase dois anos contingenciando o orçamento para manter os salários em dia e o funcionamento das atividades essenciais da UEA, apesar da retração da arrecadação de 30% do orçamento anual em 2016 e 2017”, disse Cleinaldo Costa. “Entendemos isso como coisas distintas. No entanto, a UEA mantém, em dia, os seus serviços”, assegurou.

No ano passado, as indústrias do PIM repassaram R$ 319,4 milhões à UEA, número que representa uma queda de 13% em relação ao valor investido no ano anterior que foi de R$ 367,8 milhões, conforme informações da Sefaz (Secretaria do Estado da Fazenda). Quando comparado ao valor repassado em 2013, que foi de R$ 350 milhões, a redução dos investimentos totaliza 8,8%.

O repasse dos recursos do Polo Industrial para a UEA é definido pela lei estadual n 2.826, de 29 de setembro de 2003. Os critérios são assim estabelecidos:

b) em favor da Universidade do Estado do Amazonas – UEA, no valor correspondente a:

1 – 10% (dez por cento) do crédito estímulo, calculado em cada período de apuração do ICMS, quando se tratar empresa industrial beneficiada com nível de 100% (cem por cento) de crédito estímulo;

2 – 1,3% (um inteiro e três décimos por cento) sobre o faturamento bruto, sujeito a diferimento, quando se tratar das operações previstas no art. 14, II;

3 – 1,5% (um e meio por cento) do crédito estímulo, calculado em cada período de apuração do ICMS, nos demais casos.

Turmas e contrações

A crise financeira na UEA atingiu, principalmente, a oferta de cursos no interior do Estado. Desde 2015, a instituição deixou de abrir turmas para os 24 cursos especiais com duração de dois anos e meio a quatro anos. Essa modalidade era oferecida em 42 municípios do Estado. Nos vestibulares de 2015 e 2016, o interior teve apenas a oferta de vagas para cursos regulares nos campi de Itacoatiara, Parintins, Tabatinga e Tefé, segundo a pró-reitora de interiorização da UEA, Samara Menezes.

Com encerramento em 2018, as turmas dos módulos especiais de Língua Portuguesa e Gestão Comercial são as únicas em andamento. Estes cursos especiais foram ofertados no vestibular de 2014 e a UEA precisou de uma autorização do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para contratação de 62 professores temporários. A necessidade do aval do tribunal ocorreu devido à vigência da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), que impossibilitava a universidade de realizar novas contratações.

Além dos cerca de 1 mil professores efetivos, a UEA chegava a contratar de 30 a 40 professores temporários para ministrar os cursos temporários. “O número de professores e o período de contratação variava conforme a oferta de turmas especiais”, explicou Menezes, acrescentando que o período de contratação era de renovação até o máximo de quatro anos permitido por lei. A crise ofertou, portanto, não apenas a abertura de turmas, mas também a contratação de professores no Estado.

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