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Redes privadas impulsionam indústria 4.0

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12/04/2021

Fonte: Valor Econômico

Erivelto Tadeu

Os setores industrial, de energia e mineração devem sair à frente na implantação de redes 5G privadas para automação, gerenciamento e controle de suas operações. Em fase adiantada de testes da nova tecnologia, algumas empresas aguardam agora a conclusão e a análise das provas de conceito para decidirem se migram suas redes dedicadas 4G LTE para o novo padrão de comunicações móveis.

Pelo lado do governo, quem vem capitaneando os testes é a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que firmou acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para realizar os primeiros testes no Brasil relacionados ao uso de redes privadas 5G. Já do lado da indústria quem assumiu a dianteira é a finlandesa Nokia, que vem fazendo testes com pesos pesados como a Vale, Neoenergia e WEG, em praticamente todas as frequências destinadas a essas redes - 3,5 GHz e de 3,7 GHz a 3,8 GHz.

De acordo com o assessor da superintendência de outorgas da Anatel, Sidney Azeredo Nince, o propósito dos testes em parceria com a ABDI é avaliar o desempenho e convivência dos dispositivos 5G, especialmente para aplicações em cidades inteligentes, indústria 4.0 e no agronegócio. Segundo ele, os testes já estão em fase final e os dados serão utilizados também para a Anatel definir os requisitos técnicos que os equipamentos precisam seguir para poder operar nessa faixa. A expectativa é que os resultados sejam divulgados até a primeira quinzena de abril.

Os testes na WEG, por exemplo, vêm sendo realizados em parceira entre a Nokia, ABDI e Anatel. Eles estão ocorrendo na unidade localizada em Jaraguá do Sul (SC), uma das plantas mais robotizadas e com maior nível de automação e monitoramento de chão de fábrica. O objetivo é avaliar o desempenho e a convivência de dispositivos e antenas com a tecnologia 5G, para reunir informações sobre faixas de frequência, latência, potência e outras características necessárias às aplicações.

O diretor de novos negócios da Nokia, Leonardo Finizola, explica que os projetos de redes privativas começaram com a implementação de redes no padrão 4G LTE (no inglês, long term evolution), que agora já estão operacionais e futuramente devem migrar para o 5G. Ele cita como exemplo a rede privada da Vale, implantada em todas as suas minas para automação, em parceria com a Vivo, com planos de migrar para 5G no futuro.

Segundo Finizola, a rede já está operando há algum tempo na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), onde existem 13 caminhões autônomos. Ela também está sendo implantada na mina de Carajás, no Pará.

Finizola observa que a maioria das operações de missão crítica, que não podem correr risco de segurança ou sofrer queda de um link e interromper as operações, optou por uma rede privada 4G LTE, que agora deve evoluir naturalmente para o 5G. Isso, segundo ele, representará um passo muito importante para a indústria nacional melhorar a produtividade e a eficiência operacional e impulsionar a indústria 4.0.

Um dos projetos de rede privada que deve evoluir para o 5G é o desenvolvido com a Neoenergia, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro em número de clientes. A empresa implantou e já está operando uma rede 4G LTE para comunicação dos dispositivos da rede inteligente (smart grid) da Elektro em Atibaia, Bom Jesus dos Perdões e Nazaré Paulista, interior de São Paulo, abrangendo 75 mil clientes que já têm instalados medidores inteligentes.

Segundo o superintendente de smart grid da Neoenergia, Heron Santana, a escolha da rede da Elektro para a implantação da LTE se deu em razão de requisitos técnicos e operacionais, como garantia contra interrupções a baixa latência. Ele diz que ideia é, a partir da Elektro, expandir para projeto de rede inteligente para todo o grupo, que congrega ainda a Coelba, na Bahia, Celpe, em Pernambuco, Cosern, no Rio Grande do Norte, e Ceb, no Distrito Federal.

A iniciativa integra o projeto Energia do Futuro da Neoenergia, que prevê a implantação de um novo modelo de rede elétrica inteligente, baseado em automação e inovação. Ele diz que agora, com a rede 4G dedicada a smart grid e smart metering (medidor inteligente) totalmente implantada e operacional, o projeto entra na fase de avaliação de desempenho.

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