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Recuperação da indústria a caminho

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29/12/2022

A indústria amazonense deu a volta por cima, em outubro. Após amargar um mês de

desempenho negativo em todas, o faturamento decolou em uma escala de dois dígitos, e mais que suficiente para repor a perda anterior. Houve evolução também nas horas trabalhadas, massa salarial e empregos. O dado negativo veio do uso da capacidade instalada das fábricas, o único no qual a média nacional foi melhor. É o que revelam os dados locais dos Indicadores Industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria), compilados em parceria com a Fieam (Federação da Indústria do Estado do Amazonas).

Os Indicadores Industriais da CNI mostram que, em sintonia com os estímulos federais
em transferências de renda, e a despeito do repique inflacionário de outubro, o faturamento real da manufatura escalou 23,7% na variação mensal, depois de escorregar 6,3% em setembro. Foi a quarta alta nesse tipo de comparação, em dez meses, e o melhor resultado desde março (+39,8%). A alta foi de 7,85 ante o mesmo mês de 2021, mas o acumulado do ano (-4,7%) segue negativo. A média nacional se manteve quase estável
no mês (+0,3%), mas foi melhor nas demais comparações (+10,6% e +2,4%, respectivamente).

Em paralelo, as horas trabalhadas na produção (+0,3%) permaneceram em ritmo pouco
acima do registrado em setembro, mas o crescimento veio bem mais tímido do que o do levantamento anterior (+3,9%), em um ano marcado por oscilações. No confronto com a marca de 12 meses atrás, houve uma subida de 3,1%, contribuindo para reforçar o acumulado do ano (+10,7%). Em todo o país, o setor retraiu 1,2% na variação
mensal, mas conseguiu sustentar taxas de crescimento nas demais comparações (+2,9% e +3%).

Mas, o nível de UCI (utilização da capacidade instalada) –que trata do percentual de máquinas na produção –não passou de 81,2% e encolheu 2,5 pontos percentuais (-3,08%) frente a setembro (83,7% de uso). Já o confronto com outubro de 2021 (80,5% de
uso) mostrou elevação de 0,7 p.p. (+0,87%). Em dez meses, a indústria do Amazonas usou 80,5% de sua capacidade e teve variação positiva de 2,8 p.p. (+3,63%) ante
2021 (77,2% de uso). O indicador nacional (80,4% de uso) marcou novo empate mensal, embora tenha caído 1,16 p.p. (-0,98%) em relação ao mesmo mês do ano passado.

Empregos e salários
Os dados relativos à mão de obra da indústria do Amazonas, por sua vez, mostraram resultados melhores. O saldo de contratações no parque fabril do Estado subiu 2,1%, na comparação com setembro, após três meses seguidos de estabilidade. A estagnação se manteve, entretanto, no confronto com outubro de 2021 (+0,2%). Com isso, o índice de crescimento voltou a ser dilapidado no acumulado do ano (+6,4%). Os respectivos números brasileiros (+0,3%, +1% e +1,7%) foram todos mais fracos.

Outros levantamentos já haviam confirmado que as contratações continuam superando as
demissões na indústria do Amazonas. Segundo o ‘Novo Caged’, embora a indústria tenha perdido uma posição no ranking estadual de criação de empregos formais, já emendou seu sétimo mês seguido no azul, ao criar 245 vagas celetistas (+0,20%). Foi favorecida
principalmente pelo reforço nas linhas de produção das indústrias de transformação (+0,17% e +184), com destaque para produtos de metal (+173), e farmoquímicos e
farmacêuticos (+104). De janeiro a novembro, criou 6.138 postos de trabalho.

O mesmo pode ser dito da massa salarial real da manufatura amazonense, conforme os Indicadores Industriais da CNI. Outubro marcou acréscimo de 1,4% para a soma dos vencimentos dos trabalhadores, embora o incremento não tenha sido suficiente
para estancar a perda anterior (-4,4%). O crescimento veio reforçado, na comparação com o patamar de 12 meses atrás(+25,8%), ajudando a alavancar em igual proporção o aglutinado dos dez meses iniciais do ano (+27,8%).

Com isso, o Amazonas bateu a média brasileira (+1%, +8,7% e +3,2%) em todas as comparações.

“Sinal amarelo”
Em vídeo distribuído pela assessoria de imprensa da CNI, o gerente de Análise Econômica
da entidade, Marcelo Azevedo, assinala que os indicadores Industriais mostram sinais mistos, em âmbito nacional. O economista chama a atenção principalmente para a perda de vigor no indicador de horas trabalhadas na produção, mesmo diante de um faturamento crescente, e alerta que a continuidade desse movimento pode acabar se refletindo
nos demais índices, mostrando um quadro geral mais fraco para a indústria.

“O faturamento de outubro cresceu pouco. As vendas já têm mostrado uma tendência de expansão há algum tempo. Mas, agora, subiram apenas 0,3%. A indústria ainda mostra uma utilização de capacidade instalada ainda elevada, mas também já sem mudar há alguns meses. As horas trabalhadas na produção já apresentam sua queda consecutiva, acendendo um sinal amarelo para a indústria da transformação”, analisou.

Azevedo acrescenta que, nos dados referentes ao mercado de trabalho do setor, os números da indústria nacional são mais positivos. “O emprego voltou a crescer, revertendo toda a queda de setembro, embora o incremento tenha sido pequeno. Há uma certa acomodação, que não reverte uma tendência já longa de alta para o indicador. A massa
salarial, por outro lado, continuou uma sequência forte de cinco altas seguidas, acumulando acréscimo de 5%. O emprego vem perdendo força na recuperação, mas os rendimentos, que demoraram mais a crescer, continuam avançando”, ponderou.

“Indicadores salutares”
Em entrevistas recentes à reportagem do Jornal do Commercio, o presidente da Fieam, e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva, destacou que os dados mais recentes do setor refletem não apenas questões sazonais, mas também dificuldades advindas
do período de instabilidade econômica e política, sem mencionar os problemas conjunturais
da indústria. “Apesar de todas as dificuldades, tivemos um ano com indicadores salutares que demonstram a credibilidade do modelo Zona Franca de Manaus.

Nesse momento de retomada, é importante que tenhamos números crescentes”, frisou.
O dirigente avalia que 2022 apresenta saldo positivo e que 2023 será desafiador, em razão de “problemas macroeconômicos”. “Deveremos ter um último bimestre de relativa estabilidade, com tendência positiva, encerrando o ano com saldo positivo. Não obstante as previsões de retração no cenário externo, temos confiança na capacidade de superação do
Brasil e do Amazonas, graças ao potencial do nosso mercado interno, com a consequente manutenção e crescimento da produção e do nível de emprego”, finalizou.

Fonte: JCAM

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