28/08/2015
De acordo com a entidade, um significativo número de negociações (33,3%) não conseguiu repor a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), enquanto 11,1% do painel analisado obtiveram somente reajustes iguais à inflação.
Na prática, a inflação faz com que o dinheiro perca o poder de compra, ou seja,é necessário mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens ou serviços.
Entre os setores estudados, a indústria foi o que mais sentiu o impacto da piora da situação econômica atual, segundo o Dieese, ao menos no que se refere à negociação dos reajustes salariais. Quando se comparam os reajustes do primeiro semestre das cinco unidades de negociação do setor, com os conquistados pelos mesmos acordos em anos anteriores, verifica-se que 2015 foi o ano mais desfavorável.
Já as empresas de serviços foram as que ofereceram maior proporção de reajustes com ganhos reais no semestre (75%), a maior parte nas faixas com ganho real de até 2% acima da inflação. No setor de comércio, as negociações entre trabalhadores e patrões estão em andamento.
O acompanhamento dos resultados das negociações ao longo dos anos tem demonstrado que, em períodos de elevação consistente da inflação, as conquistas de reposição de perdas e de aumento real tendem a se tornar mais difíceis.
Para o Dieese, o desempenho das negociações salariais no segundo semestre dependerá, em boa parte, do desenrolar do cenário atual.
No País, reajuste dos salários foi de 0,51%, em média
primeiro semestre deste ano ficaram, em média, 0,51% acima da inflação, segundo dados divulgados pelo Dieese. Apesar dos aumentos terem sido maiores que o INPC, o reajuste é o menor desde 2008, quando a recomposição salarial foi de 0,82%.
"Mudamos o patamar nos reajustes reais. Hoje, temos uma inflação mais elevada e do outro lado um aumento na taxa de desemprego. Essa é uma combinação extremamente ruim para as negociações salariais", disse o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre.
Pelos dados do Dieese, 69% das negociações analisadas de janeiro a junho tiveram aumento real. Os reajustes que não repuseram a inflação alcançaram 14,6% das negociações, o maior índice desde 2008.
Fonte: Diário do Amazonas