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01/12/2020

Paulo Takeuchi

Diretor executivo da Abraciclo

E-mail: ptakeuchi@abraciclo.com.br

Estamos caminhando para o final do ano e a produção do setor de Duas Rodas segue em ritmo acelerado, devido à demanda reprimida.

A fase mais aguda da pandemia obrigou todos os fabricantes a paralisarem sua produção por dois meses.

Por isso, apesar da curva ascendente desde a retomada das atividades fabris, devemos encerrar o ano com volume de negócios inferiores na comparação com o ano passado e não será possível recuperar as perdas.

Mesmo diante desse cenário, podemos considerar o resultado quase como uma vitória em função do ano totalmente atípico e sem precedentes que vivenciamos.

A retomada do mercado e da produção a níveis pré-pandemia devem ser comemoradas, mas, ao mesmo tempo, precisamos analisar o futuro com muita moderação, pois, efetivamente, a situação ainda não está normalizada em nenhum lugar do mundo.

Gostaríamos de projetar e planejar os negócios para os anos seguintes com crescimento e otimismo como manda o coração, mas a realidade dos fatos nos impõe uma visão mais racional e cautelosa em relação ao futuro.

Ainda não foi encontrada a cura do coronavírus, estamos na fase de desenvolvimento de vacinas e, se tudo correr bem, deveremos ter, pelo menos, um ano em que esperamos que surjam os efeitos positivos da vacinação em massa no mundo todo.

Apesar de parte da população estar agindo como se não exististe mais o risco de contaminação, os últimos dados revelam o contrário: aumento no número de casos e de internações e o risco de uma segunda onda, que pode trazer novas paralisações.

O lado emocional não quer aceitar e muito menos admitir esta possibilidade, mas se nada for feito para combater o vírus, é racional e lógico que ele está e seguirá circulando entre nós, contaminando as pessoas e invadindo os lares menos prevenidos.

Temos ainda os fatores econômicos que também nos preocupam. A inflação, os juros e o desemprego estão em alta, assim como os gastos públicos estão acima do limite.

Isso significa que, além de não sobrarem verbas para investimentos e obras públicas, corre-se o risco de o governo ter que liberar mais dinheiro para socorrer uma vez mais a população, caso surja nova onda da pandemia.

Além disso, temos outros desafios como a discussão das reformas tributárias e administrativas, tão necessárias para destravar a nossa economia e obtermos a competitividade necessária para conquistar novos mercados.

Esperamos que, agora, encerradas as eleições municipais, sejam retomadas as discussões para elaboração das reformas.

Mas fica um alerta: a população demonstrou por meio do voto que não aceita mais o extremismo e o radicalismo.

O voto foi menos emocional e mais racional.

O resultado disso é que teremos mais diálogo e mais moderação no governo municipal.

Este também deveria ser o caminho para trilharmos na elaboração das reformas, com menos emoção, menos Governo e mais Estado.

As decisões terão que ser tomadas para o bem do País, pois refletirão para toda a geração futura dos brasileiros. Não pode ser política, mas fundamentada em muita razão e bom senso.

Mas até lá, vamos continuar a trabalhar positivamente para o crescimento do setor e desejar, com muita emoção, que todos tenham um final de ano com muita paz, reflexão e saúde para termos muita energia para 2021.

Boas Festas, com segurança!

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