12/08/2013
O nível insatisfatório da atividade industrial é comprovado pelo número de horas pagas, que caiu em todas as bases de comparação, chegando a 1,4%, nos últimos 12 meses.
A evolução da folha de pagamento real chegou a ser positiva em 3,8%, nos últimos 12 meses, mas está em declínio e ficou negativa entre maio e junho (-1,4%), em razão da forte influência do setor extrativo, muito atingido pela diminuição do preço das commodities no mercado global. A redução da folha é um indício de que o trabalhador perde renda - o que afeta sua capacidade de consumo. Perde, também, poder de compra, pois o IPCA subiu 6,27% em 12 meses e a inflação de serviços supera a marca dos 8% ao ano.
Os resultados do emprego foram particularmente ruins na Região Nordeste e no Rio Grande do Sul, puxados por setores de consumo de massa, inclusive alimentos e bebidas, mas também por calçados e couro e vestuário. Apenas no Paraná, em Santa Catarina e nas Regiões Norte e Centro-Oeste houve crescimento do emprego industrial. Em Minas, a evolução foi próxima de zero (+0,1%).
Segundo o IBGE, o número de ocupados na indústria diminuiu em 10 dos 14 locais pesquisados. Trata-se, portanto, de uma situação desfavorável em termos generalizados.
Os dados do IBGE confirmam os do cadastro do Ministério do Trabalho (Caged), elaborado com critérios diferentes, que aponta para um declínio do crescimento do emprego formal na indústria de transformação: nos últimos 12 meses, até junho, foram abertas 131 mil vagas, das quais apenas 7,9 mil em junho.
Os resultados do emprego industrial em São Paulo, no primeiro semestre, foram menos negativos do que na média nacional e apresentam indícios de recuperação nos últimos meses.
Fonte: Estadão.com.br