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Projeto Diálogos Amazônicos promove debates sobre a região em reuniões virtuais com especialistas de renome

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10/02/2021


Fonte: Comunicação CIEAM

Fabíola Abess

imprensa@cieam.org.br

O projeto “Diálogos Amazônicos” foi lançado nesta segunda-feira, 08, com o objetivo de provocar um debate de alto nível com a agenda global de grandes temas envolvendo a Amazônia no ambiente acadêmico e a sociedade civil organizada. Os convidados da primeira reunião virtual dialogaram sobre os potenciais da bioeconomia na região e soluções possíveis, esta iniciativa da Fundação Getulio Vargas, através da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP) tem patrocínio do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), Federação da Indústria do Estado do Amazonas (FIEAM), Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (ELETROS) e Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (ABRACICLO).

Foram convidados para a 1ª reunião, Roberto Rodrigues, Ex-Ministro da Agricultura (2003 a 2006), Izabella Teixeira, Ex-Ministra do Meio Ambiente (2010 a 2016) e Daniela Chiaretti, repórter especial de Ambiente do Valor, com moderação de Márcio Holland, professor da FGV EESP, coordenador do programa de pós-graduação em Finanças e Economia (Master), Daniel Vargas Professor da FGV EESP, diretor de Pesquisa da FGV-Agro e Augusto Rocha, professor da UFAM.

A primeira conferência transmitida ao vivo está disponível publicamente neste link: https://youtu.be/wrvZcAht1x0

Moderador do diálogo, Márcio Holland, explica a dinâmica desta atividade que será realizada em 20 reuniões quinzenais virtuais até novembro deste ano, sempre às segundas-feiras, a partir das 19 horas em Brasília - com a presença de especialistas convidados para conversar sobre vários temas que envolvem a Amazônia. “Metade do território nacional é o bioma Amazônico, então a gente começa falando sobre aquilo que afeta metade do território nacional. O que é mais interessante é que nós, em geral, sabemos bem menos do que deveríamos sobre esse território e a FGV está se colocando à disposição para debater essa região brasileira e para esta aula inaugural temos um time de craques”.

Próxima reunião: 22 de fevereiro

A próxima reunião virtual de Diálogos Amazônicos já tem data e inscrições abertas, no próximo dia 22 de fevereiro, os convidados dialogam sobre Reforma Tributária e Desenvolvimento na Amazônia, nesta edição estão confirmados, Vanessa Canado, Assessora Especial no Ministério da Economia e Professora no INSPER; Everardo Maciel, ex-Secretário da Receita Federal e renomado Consultor Tributário e Adriana Fernandes, jornalista e Colunista no Jornal O Estado de São Paulo. Mais informações e inscrições neste link, https://eesp.fgv.br/dialogos-amazonicos

Potenciais da Bioeconomia na Amazônia

Também moderador da 1ª reunião, Daniel Vargas, professor da escola de economia da FGV e membro pesquisador da FGV Agro, fez as apresentações dos convidados para a reunião realizada nesta terça e destacou a importância de um evento como o Diálogos Amazônicos neste contexto em que o país vive, “o evento é imensamente relevante para o país desde sempre nesse momento histórico - eu acompanho, reflito sobre e auto sobre a Amazônia, é um tema que me apaixona e com o qual eu espero contribuir ainda por muitas décadas”. Vargas frisou a atuação dos ex-ministros da Agricultura e Meio Ambiente para o desenvolvimento da sustentabilidade no país, “o que torna esse diálogo entre os ministros especialmente interessante ao meu ver nesse momento é que embora eles venham de áreas muito diferentes, são ao mesmo tempo os dois grandes construtores dessa infraestrutura do desenvolvimento sustentável no país, em vez de forçar os extremos para destacar as divergências, o que vemos é uma composição de inteligência, rigor e sentido prático de construir um meio de campo, essa zona de integração que faz da agricultura mais sustentável e do meio ambiente um campo de produção de renda e riqueza para o país”.

O diálogo contou com as intervenções e questões de Daniela Chiaretti, repórter especial de Ambiente do Valor desde 2005, com experiência em cobertura de inúmeras conferências ambientais das Nações Unidas, foi editora-chefe da revista Marie Claire, trabalhou na Gazeta Mercantil, Folha de S. Paulo, Veja, UOL, ganhou prêmios na área de jornalismo por pesquisas e elaboração de matérias que dizem respeito ao meio ambiente e ao aquecimento global e com a apresentação do professor e empresário Augusto Rocha da UFAM, com doutorado em engenharia pela UFRJ, sobre o Trabalho realizado pelo grupo “GT-Pós Pandemia Amazonas”, criado para pensar soluções inovadoras para o Estado do Amazonas, de modo sustentável.

“Como é que eu chego a uma transformação efetiva do PIB da região? Porque a gente enxerga Manaus e o Amazonas, a indústria da região daqui recolhendo muito imposto e um estado como se fosse desenvolvido recolhe tanto imposto como os estados mais desenvolvidos do país e a gente vê que isso não muda o IDH da região, isso não muda a infraestrutura da região. Então, o que nós fizemos foi identificar o que já existe na indústria da região com os recursos da Zona Franca de Manaus e que há centro de excelência, por exemplo, a EMBRAPA, há uma ideia de um Centro de Biotecnologia na região, a Universidade estaduais, a Universidade Federal, a Rede Bionorte que faz essa estrutura de pensar e refletir a biotecnologia integrando várias universidades em toda a região e há um Polo Industrial de Manaus que precisa atuar de alguma forma pelo meio ambiente e a grande aflição que me surge é como transpor essa visão macro que está muito madura, mas ela ainda tem um distanciamento do que acontece na região, mas eu ainda vejo um certo distanciamento das questões regionais e dessas políticas de visão macro no desdobramento de políticas regionais para que de fato integre a região e a gente começa a perceber os Processos Produtivos Básicos da Zona Franca de Manaus não necessariamente conectados à dinâmica da biotecnologia, da bioeconomia e desde geração de riquezas desses bionegócios, mas que de fato não passe a interferir no IDH da Região ou que não vá interferir de maneira clara no PIB da região… se fala muito em uma transição de uma indústria do Polo Industrial de Manaus para uma nova indústria, mas isso não é girar uma chave, eu não faço ciência tecnologia e inovação tão rápido, em síntese foi isso”, explica o professor Rocha sobre as propostas do GT-PÓS PANDEMIA.

Acesse a apresentação completa neste link, no site da FGV https://eesp.fgv.br/sites/eesp.fgv.br/files/ppt_livro_pospandemia_novazfmv1_editado.pdf

O documento completo também está disponível na rede da FGV:

https://eesp.fgv.br/sites/eesp.fgv.br/files/livro_relatoriogt_pospandemia_v11082020.pdf

Meio ambiente: agenda global e local

Indagada sobre como a Bioeconomia na Amazônia pode ajudar a resolver e superar o debate do meio ambiente e mudanças climáticas, assunto que entrou para discussões de diplomacia e acordos de comércio e investimento após a mudança de governo nos Estados Unidos e o despertar da agenda de meio ambiente puxada por Macron, na França, a ministra Izabella Teixeira, responde que o debate vai além da bioeconomia, “eu acho que a postura do presidente Biden assim no ano passado a publicação do como o New Green Deal europeu, como também como também o aprimoramento da civilização ecológica do presidente Xi Jinping, isso tudo tem a ver com uma expressão que os temas socioambientais ganharam dimensão geopolítica na ordem global, vieram para ficar, queria deixar isso bem claro - e no caso do Brasil, sempre teve uma posição muito construtiva porque foi uma decisão lá atrás de alinhamento da política externa brasileira e você progressivamente foi criando uma condição de ativo político estratégico de política externa e de inserção internacional do Brasil, não é à toa que o Brasil sediou duas conferências importantes, que é a Rio 92, como grande marco, mas a Rio +20 é o marco dessa nova agenda de instrumentos econômicos de Green Financial”.

Combate à ilegalidade

Roberto Rodrigues, que esteve à frente do ministério da Agricultura de 2003 a 2006, converge com o mesmo posicionamento da ministra Teixeira. “Nós temos uma condição extraordinária de sermos supridores de vários elementos, tanto que nos últimos três ou quatro anos o Brasil chegou ao ponto de maior saldo de agro no mundo, não de grande exportador, mas de maior saldo comercial porque exporta muito e importa menos de outros países e isso é uma coisa que tem uma relevância significativa; e por outro lado, temos esse patrimônio biológico único no mundo que é a Amazônia. E como enfrentar esse alerta com dignidade e vigor? Com políticas públicas e privadas, eu diria que nós temos que cuidar de todo e qualquer ponto ligado à legalidade. Desmatamento ilegal? isso independe de Biden, de ninguém, é obrigação nossa acabar com incêndios criminosos, acabar com evasão de terras pública, privada e de quem quer que seja, acabar com garimpos ilegais, acabar com tratos não cumpridos e resolver uma questão central na Amazônia e em outros países também, que é a questão fundiária, propriedade da terra que precisa de uma coragem necessária para resolver e todas questões são de conhecimento público e do governo. Eu confesso que tenho muita esperança que o vice-presidente Mourão integrando o Conselho da Amazônia traga isso à realidade e à feitura real, tem os satélites, eles integram em tempo real tudo o que está acontecendo, ilegal, legal, mapeamento, invasão, garimpo, tudo. Tem que ter recurso para ir lá, não adianta só saber, tem que ter uma postura firme e determinada para ir lá”.



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