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Progresso Encalhado

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11/09/2014

A vazante, assim como a cheia, são fenômenos periódicos e determinantes na vida dos habitantes da Amazônia. Todos sabemos que, durante determinado período, o rio fica cheio, para depois perder bastante volume. Os efeitos disso para a navegação também são bastante conhecidos. Apesar disso, repete-se periodicamente outro fenômeno: o das balsas encalhadas no leito do rio Madeira.

A necessidade de dragagem no leito do rio, assim como de sinalização e efetiva construção de uma hidrovia eficaz no Madeira está na ponta da língua de qualquer gestor público, político ou candidato. É tema frequente em todas as eleições desde que a democracia foi restabelecida no País. Mesmo assim, todos os anos, na vazante, milhões de reais na forma de alimentos, insumos e produtos fabricados na Zona Franca de Manaus ficam no meio do caminho, encalhando ainda mais o desenvolvimento da região.

A notícia de que 45 balsas já encalharam desde a última segunda não chega a surpreender. Assim como não surpreende saber que simplesmente não aconteceu.

Cada balsa encalhada significa prejuízo para transportadores, industriais, produtores e, principalmente, para o consumidor final, que terá de arcar com a alta dos preços que virá como consequência das dificuldades no transporte. Por meio dos impostos - que nunca encalham - o consumidor já arcou com a obra de dragagem que não saiu do papel. A última vez que o trabalho de dragagem atingiu toda a extensão do Madeira foi há 12 anos. De lá para cá, apenas paliativos.

Os recursos para a obra foram repassados, mas devem ter escorrido por algum ralo, se perdido por caminhos que talvez um dia se tornem conhecidos. Como os escândalos que agora vêm à tona envolvendo dinheiro público, estatais e financiamento de partidos políticos.

E a logística na Amazônia segue insolúvel, com elevados custos de frete devido a problemas como o que ocorre neste momento no rio Madeira. Nada disso é novidade, é o mesmo cenário, ano após ano: cheia, vazante, embarcações presas no meio do rio, prejuízos. E o progresso regional continua encalhado.

Fonte: Jornal A Crítica

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