28/01/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Antonio Parente

Jovens em situação de vulnerabilidade social recebem curso gratuito em mecânica de motocicletas e são inseridos no segmento de duas rodas. O programa é uma parceria entre a Yamaha Motos da Amazônia com o Pró-Menor Dom Bosco, e tem a finalidade de formar mão de obra qualificada para o mercado de trabalho. Desde a sua implantação em 2005, já são 528 alunos formados, representando 74,20% do total de jovens aprendizes que atuam na Yamaha.

Em 15 anos de atuação, o programa já formou muitos jovens e colaborou para inseri-los no mercado de trabalho. Segundo a Yamaha, a cada ano, cerca de 20% dos participantes são efetivados e passam a desenvolver um plano de carreira dentro da empresa. Foi assim que começou a relação do encarregado de produção, Marlon Vasconcelos de Souza com a companhia. Há 3 anos atuando na empresa, ele iniciou sua trajetória como jovem aprendiz e avançou para estagiário, reserva de linha, assistente técnico, líder de produção até chegar no atual cargo.

"O projeto oficina escola de motocicleta mudou a minha vida, principalmente em relação aos estudos. Ele me abriu muitas portas, e hoje sou graduado em administração e pretendo me aperfeiçoar mais ainda. Além do conhecimento adquirido, o curso me qualificou a fazer parte do quadro de colaboradores da Yamaha. Isso me deu várias conquistas como meu carro e minha casa", conta.

Outra boa história a ser contada, é do técnico da garantia da qualidade Luan Dornelles. Sem perspectiva e sem saber após o término do ensino fundamental, em 2012, ele encontrou no curso de mecânica a oportunidade de adquirir conhecimento e ganhar uma formação técnica profissional para atuar no mercado.

"Como muitos jovens da minha geração, eu estava sem perspectiva de um futuro profissional, sem saber em que direção eu deveria seguir. Foi quando soube através de parentes e amigos do projeto e decidi me inscrever. Foi uma mudança total na minha vida. De 2012 para cá já se vão 8 anos de história. Nem nos meus melhores pensamentos sobre o futuro, eu não tinha uma ideia de uma vida plena e satisfatória que tenho hoje. Graças a esse projeto eu me tornei um ótimo profissional, pessoa, pai, filho e até marido, pois dentro da Yamaha eu encontrei a minha esposa que é a mulher da minha vida", disse.

O projeto já rendeu três prêmios à empresa: o prêmio Construindo a Nação dado pelo Sesi (Serviço Social da Indústria) em 2011 e 2012 e o prêmio Ser Humano da ABRH-AM (Associação Brasileira de Recursos Humanos do Amazonas) em 2012, ambos locais. Em 2015, a empresa recebeu a nível nacional da ABRH Brasil, o prêmio Ser Humano. De acordo com o gerente-executivo da empresa, Anderson Chaves, o curso conta com três vertentes básicas de ensino: o legal, o social e o econômico. "Trabalhamos o lado legal quando estimulamos a educação continuada, com formação técnica profissionalizante. O social quando tiramos o jovem da periferia da rua, da ociosidade e trazemos para a sala de aula. E o econômico, que por ser curso de trabalho, pode abrir portas para ele compor o quadro de funcionários da Yamaha, ou até o polo de duas rodas, abrindo portas para o empreendedorismo, com o jovem abrindo sua própria oficina", explicou.

Certificado do MEC

De acordo com Anderson, o curso é certificado pelo MEC (Ministério da Educação) e possui dois anos de duração, onde o aluno estuda no primeiro ano a parte teórica no Pró-Menor Dom Bosco, e o segundo ano, a aula prática na Yamaha. Lá eles atuam na função de jovem aprendiz adquirindo conhecimentos sobre gestão de princípios, valores e a cultura organizacional, para logo após, serem inseridos no mercado de trabalho.

Para o gerente-executivo, o projeto é uma forma de agradecimento à sociedade e gerar um círculo de conhecimentos e novos aprendizados. "Um dos pilares da Yamaha é retribuir à sociedade um pouco daquilo que ela recebe da região". Nosso objetivo é tirar esses jovens das ruas, trazê-los para o ambiente Yamaha, ensiná-los como é feito o nosso produto, nossa gestão, que tenham muito 'Kando' e possam ser profissionais qualificados e contribuir com a sociedade", disse.