21/09/2022
A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira – medida com o volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção – subiu 2,3% no segundo trimestre de 2022 (abril a junho), em comparação com o primeiro trimestre, com base na série livre de efeitos sazonais. O estudo produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que esta é a primeira alta do indicador desde o terceiro trimestre de 2020, interrompendo uma sequência de seis trimestres de queda.
Na mesma base de comparação, as horas trabalhadas caíram 0,8%, e o volume produzido cresceu 1,4%. O avanço da produção, que aumentou pelo terceiro trimestre consecutivo, ocorre em um cenário de aquecimento do mercado de trabalho, com a recuperação do emprego e do rendimento.
“A indústria tem tido dificuldade de manter a produção devido ao problema da falta ou alto custo de insumos e matérias-primas. No segundo trimestre do ano, a alta do indicador, que interrompeu seis trimestres de queda, se deve provavelmente à redução dessas dificuldades”, explica a gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha.
Confira abaixo o comentário completo da gerente de política industrial:
Incertezas permanecem em relação ao cenário internacional
Apesar do avanço em relação ao início do ano, as incertezas permanecem elevadas no cenário externo em função dos lockdowns na China e do conflito na Ucrânia, fatores que dificultam a solução para a falta de insumos e matérias-primas. Assim, diante de um cenário ainda de restrição à produção, é improvável que o indicador se recupere o suficiente para fechar o ano de 2022 em alta.
“Para que o indicador de produtividade do trabalho volte a crescer de maneira sustentada, é necessário que os empresários retomem a confiança para realizar os investimentos que permitirão que essa produtividade se recupere, como os investimentos em inovação e em qualificação do trabalho”, afirma Samantha Cunha.
Por: Fernanda LouiseFoto: Iano Andrade
Da Agência de Notícias da Indústria