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Produção industrial registra contraste de altas e baixas no Amazonas

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18/03/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

O Amazonas começou o ano registrando o melhor e o pior resultados de produção industrial do país. Na passagem de dezembro de 2018 para janeiro de 2019, a atividade aqueceu 5,2%, ficou bem acima da média nacional do setor (-0,8%) e levou o Estado à liderança do ranking das 14 unidades federativas pesquisas mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em contraste com os números da virada do ano, a indústria amazonense despencou 10,5% na comparação de janeiro de 2019 com o mesmo mês do ano passado. Foi o pior resultado do Brasil (-2,6%) nesse cenário, onde apenas cinco Estados apresentaram desempenhos positivos (Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás). Os dados foram divulgados nesta quinta (14), pelo IBGE.

A queda foi puxada por bebidas (preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores). Sete das dez atividades pesquisadas no Amazonas encolheram em relação a janeiro de 2018, em especial impressão e reprodução de gravações (-63,7%); máquinas e equipamentos (-38,7%); máquinas e aparelhos elétricos (-35,3%); borracha e plástico (-25,3%), e bebidas (-23,5). Os poucos resultados positivos vieram de indústrias extrativas (+18,7%), derivados de petróleo e biocombustíveis (+11,6%) e equipamentos de transporte (+6,7%).

O acumulado dos últimos 12 meses colocou o Amazonas na sétima posição entre os 14 locais pesquisados pelo IBGE no país, com 1,2% de incremento, acima da média nacional (+0,5%). O Pará (+8,2%) obteve o melhor resultado nesse tipo de comparação e Goiás (-4,2%), o pior.

“Vale citar que janeiro de 2019 teve o mesmo número de dias úteis que igual mês do ano anterior: 22 (…) A indústria amazonense permanece perdendo ritmo desde julho de 2018 (+11%). Lembrando que o crescimento do setor no ano passado foi de 4,7%”, pontuou o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, no texto distribuído à imprensa.

SEM MILAGRES

No entendimento do consultor empresarial e diretor da Projec Projetos e Consultoria, Raimundo Lopes Filho, os números do Amazonas pontuados pelo IBGE se devem ao atual panorama econômico do país e à cesta de produtos do PIM (Polo Industrial de Manaus), onde despontam bens duráveis e considerados supérfluos em época de aperto financeiro.

“Houve um bom aquecimento no final do ano. O que deve ter ocorrido é que o comércio se estocou muito, mas não conseguiu desovar todos esses produtos, devido à situação econômica do país. Tanto é que, no Sul do país, o varejo está liquidando fora de época”, estimou.

O consultor empresarial da Profinco Projetos Financeiros e Econômicos, Helio Pereira da Silva concorda e, para reforçar, dá como exemplo um dos carros-chefes do PIM. “Quem compra televisores tem que estar empregado e com bom salário. Os produtos estão saindo mais atraentes e com mais tecnologia, mas também estão mais caros”, exemplificou.

Raimundo Lopes destaca que a indústria brasileira como um todo começou mal e que, se a situação política e econômica do país seguir do jeito que está, 2019 não será muito melhor do que 2018. “Se houver crescimento, será pífio e próximo à taxa registrada entre 2017 e o ano passado. Todo mundo esperava que, com a mudança de governo, ocorreria um milagre. Mas, milagres não acontecem. E, sem reformas, dificilmente teremos algum progresso”, sentenciou.

Para Helio Pereira da Silva, falta sinalização do mercado brasileiro de consumo para a atividade voltar a crescer. “O empresário só investe quando vê a demanda melhorar. Quando a percepção não é essa, ele prefere aplicar no mercado financeiro a arriscar seu dinheiro no capital físico, onde o retorno é mais demorado”, avisou.

DUAS RODAS

Raimundo Lopes avalia que a resiliência do polo de duas rodas – um dos três segmento industriais que cresceu em janeiro – se deve a uma mudança de hábitos do consumidor. “O brasileiro está trocando o carro pela moto. Houve um esforço das montadoras junto às financeiras para reduzir os problemas de acesso de crédito, por intermédio de solução de dívidas e parcelamentos”, aferiu.

Helio Silva vai mais além e atribui o crescimento à própria crise e seu reflexo mais evidente: as altas taxas de desemprego. “Muita gente busca reduzir o custo de deslocamento, mas também uma nova colocação no mercado de trabalho. Aumentou muito a oferta de serviços de mototáxi e de delivery”, concluiu.

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