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Produção industrial no Amazonas tem queda acentuada segundo o IBGE

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03/02/2022

Marco Dassori

A indústria amazonense voltou a oscilar em novembro e registrou o maior tombo do país, na comparação com outubro. O resultado veio em um mês em que metade das 14 unidades federativas amargaram quedas. O mergulho foi ainda mais fundo na comparação com novembro de 2020 – quando as linhas de produção do PIM ainda surfavam na demanda reprimida do pós-primeira-onda. Só cinco dos nove subsetores industriais sondados no Amazonas avançaram na variação anual, com destaque plásticos e duas rodas, em que pese o novo recuo de eletroeletrônicos e informática.

Em síntese, a produção industrial do Estado caiu 3,5%, na passagem de outubro para novembro, em desempenho pior do que o do levantamento anterior (-0,2%). O confronto com novembro de 2020 resultou em queda de 13%, no quinto resultado negativo consecutivo da variação anual. O Amazonas conseguiu permanecer no azul nas comparações dos aglutinados do ano (+6,8%) e dos 12 últimos meses (+7%). É o que mostra a pesquisa mensal do IBGE para a atividade em âmbito regional, divulgada nesta sexta (14).

Ao contrário do ocorrido no levantamento anterior, o resultado do Amazonas na variação mensal (-3,5%) foi significativamente pior do que o da combalida média nacional (-0,2%). Com isso, o Estado desabou da sexta para a última posição do ranking nacional do IBGE, que analisa mensalmente as indústrias de 14 unidades federativas. Ficou logo atrás de Ceará (-2,5%) e Rio de Janeiro (-2,2%). Em contraste, Mato Grosso (+14,6%), Santa Catarina (+5%) e Pará (+3,5%) encabeçaram a lista. e Minas Gerais (-3,9%).

O decréscimo de 13% registrado na variação anual de novembro também fez o Estado ficar atrás da média brasileira (-4,4%) nesse tipo de comparação, além de cair da 11ª para a penúltima posição, em uma lista com apenas cinco resultados positivos. Ganhou da Bahia (-15,7%), mas perdeu do Ceará (-11,1%). Os melhores números vieram do Mato Grosso (+28%), Espírito Santo (-4,7%) e Rio de Janeiro (+4,6%).

Apesar da alta no acumulado dos 11 primeiros meses do ano (+6,8%), a performance do setor não foi suficiente para evitar que o Amazonas seguisse no sexto lugar do ranking brasileiro, embora ainda tenha voltado a superar a média nacional (+4,7%). Santa Catarina (+12,4%), Rio Grande do Sul (+11,2%) e Minas Gerais (+10,9%) saíram à frente, enquanto Bahia (-13,4%), Goiás (-4,6%) e Pará (-3,2%) ficaram no rodapé de uma lista com quatro resultados negativos e uma estabilidade.

Motocicletas e combustível


Na comparação com novembro de 2020, a indústria extrativa (óleo bruto de petróleo) trocou o campo negativo por uma alta de 0,4%. A indústria de transformação desabou 13,52%, em performance ainda pior do que a anterior (-12,2%). Quatro de seus nove segmentos investigados pelo IBGE puxaram a retração. A lista inclui impressão e reprodução de gravações (DVDs e discos, com -63,1%), bebidas (-26,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (celulares, computadores e máquinas digitais, com -21,2%) e máquinas e equipamentos (condicionadores de ar e terminais bancários, com -17%).

Em contrapartida, o melhor número voltou a vir do subsetor de produtos de borracha e material plástico (+13,9%), seguido pelas divisões industriais de derivados de petróleo e combustíveis (+5,8%), de “outros equipamentos de transportes” (motocicletas e suas peças, com +4,5%), de produtos de metal (lâminas, aparelhos de barbear, estruturas de ferro, com +3,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (conversores, alarmes, condutores e baterias, com +3%).

O acumulado do ano ainda aponta um quadro predominantemente positivo para a indústria do Amazonas: apenas indústria extrativa (-1,4%) e as divisões de impressão e reprodução de gravações (-64,9%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-7,7%) seguem em queda. Os melhores desempenhos vieram de borracha e material plástico (+44,4%), “outros equipamentos de transporte” (+31,9%) e máquinas e equipamentos (+26%). Na sequência estão os derivados de petróleo e combustíveis (+12,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+10,7%), produtos de metal (+7,4%) e bebidas (+5,8%).

“Altas e baixas”


Em seu comentário para a reportagem do Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, observa que o ano tem sido de altos e baixas para a indústria amazonense. “As quedas se agravam ainda mais quando se compara o mês atual com igual mês do ano anterior. Felizmente, a atividade ainda está com um crescimento acumulado de quase 7%. Embora a média móvel trimestral esteja em queda, a expectativa para o resultado de dezembro é que a variação não seja tão negativa e que a atividade possa fechar o ano com crescimento”, analisou.

Em texto postado no site da Agência IBGE de Notícias, o gerente da pesquisa., Bernardo Almeida, ressaltou que apenas cinco Estados brasileiros conseguiram desempenhos acima dos registrados do patamar pré-pandemia registrado no já longínquo mês de fevereiro de 2020. Minas Gerais aparece com o melhor desempenho, com 5,2% de aumento em relação à marca assinalada. Na sequência estão Rio Grande do Sul (+3,9%), Mato Grosso, Santa Catarina (+3,3%) e Paraná (+1,8%).

Recuperação e desconfiança


Em texto divulgado anteriormente por sua assessoria de imprensa, o presidente da da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), Marcos Fermanian, considerou que os números de novembro – que atingiu alta acumulada de 25,9% no acumulado do ano, conforme a entidade – comprovam que o segmento está na contramão da crise e iniciando novo ciclo de expansão. “As fabricantes estão acelerando seu ritmo de produção para atender à demanda,m que segue em alta. Especialmente por modelos de entrada e de baixa cilindrada, muito utilizadas como instrumentos de trabalho e transporte de baixo custo”, destacou.

Já o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, disse à reportagem do Jornal do Commercio que os números do IBGE refletem um quadro em que a indústria continua sofrendo desalinhamento crescente entre a demanda de produtos acabados e oferta de insumos, dada a crise no fornecimento de matéria-prima iniciada ainda no período da primeira onda da pandemia “A segunda quinzena de novembro normalmente é um período de desaceleração. Contudo, em decorrência do problema supracitado, essa desaceleração foi ainda mais acentuada. De igual modo, também é reflexo da crise econômica e da desconfiança do consumidor com o mercado”, finalizou
.

Fonte: JCAM

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