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Produção industrial do Amazonas retoma crescimento em abril

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10/06/2021

Fonte: JCAM

Marco Dassori

A indústria amazonense emendou um segundo mês de alta de produção, entre março e abril. O crescimento anual de três dígitos foi puxado pelos segmentos de motocicletas, condicionadores de ar, termoplásticos e derivados de petróleo, entre outros. Mas, foram favorecidos também pela fraca base de comparação, prejudicada pelo fechamento imposto pela pandemia. O desempenho do Estado foi o melhor do país e seguiu na contramão da média nacional, ainda impactada pela segunda onda da pandemia. Os dados estão na pesquisa mensal do IBGE e foram divulgados nesta quarta (9).

A produção industrial do Estado avançou 1,9%, na passagem de março para abril deste ano, em um movimento mais suave do que o do mês anterior (+8,9%). O crescimento chegou a 132,8% em relação ao mesmo mês de 2020 – quando a indústria amazonense estava praticamente parada pela primeira onda da pandemia e pela impossibilidade de desovar estoques para o restante do país. Com isso, o setor conseguiu consolidar os acumulados do quadrimestre (+17,2%) e dos 12 meses (+4,4%).

Assim como ocorrido no levantamento anterior, o resultado do Amazonas (+1,9%) bateu com folga a combalida média nacional (-0,7%), entre março e abril de 2021. Com isso, o Estado a se manteve no primeiro lugar do ranking nacional do IBGE, que analisa as indústrias de 14 unidades federativas. Rio de Janeiro (+1,5%) e Espírito Santo (+0,9%) vieram na sequência, enquanto Bahia (-12,4%), Goiás (-3,6%) e São Paulo (-3,3%) ficaram no rodapé.

O atípico acréscimo registrado na variação anual de março (+132,8%) fez o Estado superar a média brasileira (+34,7%) e avançar da segunda para a primeira posição. Ficou à frente, por uma margem significativa, do Ceará (+90,2%) e do Paraná (+55,1%). Na outra ponta, Bahia (-10%), Goiás (-8,7%) e Mato Grosso (-2%) amargaram as últimas posições, em um rol com apenas três desempenhos negativos.

No acumulado dos quatro meses iniciais de 2021, a performance do setor foi suficiente apenas para fazer o Amazonas (+4,4%) subir da sexta para a quinta colocação do ranking, mas possibilitou superar o número brasileiro (+1,1%). Santa Catarina (+24,4%), Rio Grande do Sul (+20,5%) e Paraná (+18,1%) ocuparam o pódio. Em contrapartida, Bahia (-16,3%), Mato Grosso (-6,4%) e Goiás (-6,3%) amargaram as retrações mais acentuadas da lista.

Motocicletas e condicionadores

Na comparação com os dados de abril de 2020, a indústria extrativa (óleo bruto de petróleo) voltou ao campo negativo (-3,5%), após a relativa estabilização do mês anterior. A indústria de transformação, por outro lado, escalou para uma elevação de três dígitos (+150,1%), sendo que apenas um de seuss nove segmentos investigados mensalmente pelo IBGE fechou no vermelho: impressão e reprodução de gravações (DVDs e discos, com -48,6%).

O subsetor de “outros equipamentos de transportes” (motocicletas e suas peças) – o mais prejudicado pela pandemia – alcançou número exponencial (+13.641,10%). Na sequência, vieram máquinas e equipamentos (condicionadores de ar e terminais bancários, com +322,2%), produtos de borracha e material plástico (+272,3%), derivados de petróleo e combustíveis (+150,7%), bebidas (+131,8%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (celulares, computadores e máquinas digitais, com +73,3%), máquinas, equipamentos e materiais elétricos (conversores, alarmes, condutores e baterias, com +71,7%) e produtos de metal (lâminas, aparelhos de barbear, estruturas de ferro, com +9,1%).

A comparação do quadrimestre com igual acumulado do ano passado também apontou dados negativos apenas para a indústria extrativa (-3,9%) e a divisão de impressão e reprodução de gravações (-70,9%). Os melhores desempenhos vieram de produtos de borracha e de material plástico (+88,6%), máquinas e equipamentos (+47,4%), outros equipamentos de transporte (+31,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+20,90%) e derivados de petróleo e combustíveis (+16,3%).

Retomada e prudência

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, destaca que os decréscimos registrados no nível da atividade da indústria extrativa e nas linhas de produção de discos digitais podem ter ocorrido por “sazonalidades” dos produtos, política de produção, ou imposição de calendário de produção. O pesquisador avalia que os dados foram positivos para a indústria amazonense, mas ressalva que a média móvel não indica dados confiáveis, por conta da “forte queda” nos primeiros meses de 2020.

“Abril marca uma retomada de crescimento da indústria local, uma vez que os indicadores passaram a ser positivos. E, em alguns casos até altos demais. No entanto, é importante manter a calma, pois ainda estamos comparando com os meses de 2020, que foram marcados pelas restrições da covid-19, quando o setor teve forte retração. É bom ver que a maioria das atividades industriais voltou a apresentar aumento de produção, mas é prudente esperar mais dois ou três meses para confiar em crescimento estável”, ponderou.

Desabastecimento de insumos

O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, reforça que, mesmo que índice de crescimento tenha sido menor do que o apresentado no mês passado, permitiu que o Estado despontasse na liderança do ranking nacional, além de ser um saldo positivo que indica continuidade no processo de retomada. O dirigente salienta também que o entendimento fica prejudicado, em razão do efeito “imponderável” da pandemia sobre a base depreciada do ano passado, mas avalia que o resultado foi bom para o PIM – embora prefira não fazer conjecturas de curto a longo prazos.

“Acredito que o resultado não foi melhor, em virtude da questão do [desabastecimento] dos insumos, que nós estamos acompanhando. Os segmentos estão sofrendo atrasos na chegada de componentes, principalmente no caso dos semicondutores, que são utilizados em praticamente todos os produtos, como motocicletas, eletroeletrônicos e informática. Mas, o saldo é positivo que mantém o otimismo e reflete a recuperação da atividade, em Manaus”, finalizou.

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