04/08/2015
Em junho, a queda foi de 0,3% em relação ao mês anterior. Isso depois de ter ensaiado uma recuperação em maio (0,6%). Na comparação com junho de 2014, a produção industrial encolheu 3,2%. Nos primeiros seis meses deste ano, a indústria brasileira já acumula índice negativo de 6,3%.
O pior resultado para um primeiro semestre desde 2009, e o ritmo desacelerou em 15 dos 24 ramos pesquisados pelo IBGE.
O setor de máquinas e equipamentos, importante indicador dos investimentos das empresas caiu. Assim como produtos de informática (-12,7%) e veículos (- 2,8%).
A queda na produção da indústria tem a ver com o comportamento do consumidor e ele também pisou no freio. A preocupação é com desemprego, com juros mais altos. Por isso, em vez de carros e eletrônicos, muitos brasileiros estão preferindo gastar o dinheiro com produtos mais em conta, como perfumes, por exemplo.
“É o que a gente chama de deslocamento do consumo de certos itens para outros itens. Itens que custam muito para itens que custam pouco. Itens que implicam em crédito, tomada de crédito, você se endividar, que não é uma boa nesse momento, para itens que implicam basicamente naquilo que você consegue tirar da carteira e pagar”, fala o economista Cláudio Frischtak.
Os setores de perfumaria (1,7%), bebidas (3,6%), alimentos (3%), não perderam o ritmo, pelo contrário, a produção até aumentou, mas a sinfonia que vem das linhas de produção anuncia um ano difícil para a indústria.
“O nível de confiança mais baixo do empresário e do consumidor justificam essa cautela, seja na parte dos investimentos, seja na parte do consumo. É um ano com perdas importantes no setor industrial como um todo”, fala o gerente de coordenação de indústria do IBGE, André Luiz Macedo.
Fonte: Jornal Hoje