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Produção de motos no PIM mostra sinais de recuperação em março

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16/04/2021

Fonte: Jornal do Commercio

A produção de motocicletas no PIM (Polo Industrial de Manaus) ultrapassou 125 mil unidades em março e registrou alta de 116,4% na comparação com o mês anterior. Os números são resultados de estratégias adotadas pelas empresas do setor, que retomaram sua produção plena, depois de superadas as medidas de restrição impostas pelas autoridades no combate à propagação da pandemia. Os dados foram divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) que já prevê para os próximos meses um crescimento gradativo.

Em relação a março do ano passado, quando o setor produziu 102.865 unidades, o desempenho do processo produtivo das montadoras mostrou uma alta de 22,1%. Já no acumulado deste ano saíram das linhas de montagem 237.201 motocicletas, o que corresponde a uma queda de 20,3% em relação ao mesmo período do ano passado, que foi de 297.599 unidades. O baixo desempenho ainda foi reflexo do agravamento da crise sanitária enfrentada pela cidade de Manaus.

Desempenho das montadoras mostrou uma alta de 22,1% em março
Foto: Divulgação

Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, a expectativa para os próximos meses é positiva, e a entidade espera que de forma gradativa, a relação entre oferta e demanda volte a ser equilibrada. Dentro deste cenário de otimismo, o executivo mantém a previsão do setor em fabricar 1.060.000 motocicletas em 2021, o que representa uma alta de 10,2% na comparação com as 961.986 fabricadas no ano passado.

“Depois de dois meses as fábricas retomaram suas operações normalmente, seguindo os protocolos sanitários. Com isso, voltamos ao patamar de produção que deve se manter nos próximos meses e esperamos atender à demanda do mercado, reduzindo a fila de espera por motocicletas”, disse.

Uma das principais montadoras do setor que tem trabalhado para manter o nível de produção e preservar os postos de trabalho, a Yamaha Motor da Amazônia, continua sendo rígida nos protocolos de segurança, com o uso de máscaras, higienização pessoal e distanciamento social no transporte, nas áreas comuns e na linha de produção de sua fábrica.

Apesar da retomada positiva na produção, ainda existe uma preocupação do setor com o desequilíbrio das medidas restritivas no território nacional. Enquanto no Amazonas a flexibilização das atividade do comércio tem aumentado e permitido o consumo no mercado local, não se pode dizer o mesmo em outras regiões do país. Segundo o diretor de relações institucionais da Yamaha no Brasil, Hilário Kobayashi, o fechamento do comércio e as restrições como o lockdown em outras regiões do país podem afetar negativamente a produção em Manaus. O problema está nas medidas regionais de fechamento do comércio e limitação de circulação, o que acarreta atraso na entrega de motocicletas e de peças, além de prejudicar o atendimento presencial, pois apenas a área de serviços das concessionárias têm sido mantidas abertas ou com menos restrições que as áreas de vendas”, disse. Kobayashi explica que, desde o início da pandemia, Manaus tem sofrido os efeitos de modo antecipado em relação à região Centro-Sul do Brasil. “A segunda onda em Manaus ocorreu nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, e por isso no mês de março os fabricantes”, disse. Na análise do economista Farid de Mendonça Júnior, a principal relação entre o Polo Industrial de Manaus e o resto do país, principalmente a região Sudeste, é de produção-consumo. Isso porque, o PIM produz bens duráveis que são consumidos por outras regiões do Brasil, principalmente o Estado de São Paulo, principal mercado consumidor.“Se as restrições nas outras regiões aumentarem, isso tem o condão de afetar negativamente a economia como um todo, e, principalmente, o consumo. Se o consumo cai, a tendência é que as vendas dos produtos do PIM caiam e com isso temos um aumento dos estoques. Para Farid, a forma como o vírus age nas regiões do Brasil de maneira desalinhada pode afetar a produção do PIM no que concerne ao consumo dos seus produtos. Ele explica que o desequilíbrio do mercado e da economia nas diferentes regiões do país podem trazer um efeito negativo.

“É importante destacar o descasamento da segunda onda de Covid do Amazonas e do resto do Brasil. Como se sabe, o Amazonas foi afetado principalmente nos meses de janeiro e fevereiro. Enquanto que o resto do Brasil, de forma geral, foi afetado nos meses de março e abril, até o momento”, disse.

“Enquanto o Amazonas estava começando a sentir os efeitos da sua segunda onda, a economia do Brasil estava no ‘novo normal’, com uma certa estabilidade após a primeira onda. Quando o Amazonas estava saindo ‘em tese’ da segunda onda e tentando retomar a sua produção, tem-se o início da segunda onda nos outros Estados”, reforçou.

Vendas no varejo

Em março, foram licenciadas 62.262 motocicletas, alta de 8,5% na comparação com fevereiro, quando foram emplacadas 57.384 unidades. Em relação ao mesmo mês de 2020, que teve 75.372 unidades comercializadas, houve retração de 17,4%.

“O varejo sofreu as consequências da suspensão temporária das operações de algumas fabricantes em janeiro e fevereiro. Além disso, diversas empresas associadas precisaram readequar seus turnos em função do toque de recolher do Estado do Amazonas devido a pandemia. A recuperação da produção alcançada em março deve refletir positivamente nos resultados de abril”, avalia Fermanian.

Com 29.504 unidades e 47,4% de participação no mercado, a Street foi a categoria mais emplacada em março. Na sequência, vieram a Trail (12.273 unidades e 19,7% de participação) e a Motoneta (7.948 unidades e 12,8%).

Exportações

Em março, as montadoras exportaram 6.355 motocicletas, volume 116,5% maior que o registrado em fevereiro (2.926 unidades) e 132,1% superior ao mesmo mês do ano passado (2.730 unidades). De acordo com a Abraciclo, a maior parte das motocicletas exportadas são de alto valor agregado como, por exemplo, modelos off-road. “Isso mostra o quanto a motocicleta produzida no Brasil é tecnológica e está alinhada com as principais demandas globais do setor de Duas Rodas”, explica Marcos Fermanian.

Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, os Estados Unidos representaram o principal mercado, com 1.012 unidades e 26,5% do volume total exportado. A Colômbia representou o segundo maior mercado, com 922 motocicletas e 24,2% do volume total exportado. Na sequência, ficou o Canadá (670 unidades e 17,6% do total exportado).

No primeiro trimestre, as exportações totalizaram 13.165 unidades, aumento de 92,9% na comparação com o mesmo período do ano passado (6.825 motocicletas).

Os Estados Unidos foram o principal destino, com 3.838 unidades e 33,3% do total exportado. O segundo lugar ficou com a Argentina (3.104 unidades e 26,9% do volume) e em terceiro, a Colômbia (1.616 unidades e 14%).

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