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Produção de motos cai 8% até setembro

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08/10/2014

Levantamento divulgado ontem pela Abraciclo, a entidade que representa os fabricantes de motocicletas, mostra aprofundamento dos resultados negativos do setor, frustrando expectativas de recuperação após a Copa do Mundo, quando já era esperado fraco movimento nas concessionárias. De janeiro a setembro, a produção registrou queda de 8%, enquanto as vendas no atacado - das montadoras para as concessionárias - recuaram 10,7%. As exportações, prejudicadas pela crise na Argentina, também estão no vermelho, com queda de 6,4% nos nove primeiros meses do ano.

Ao anunciar os números, Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, disse que a indústria voltou a promover ajustes de produção para minimizar o impacto de uma demanda que, após ensaiar reação no primeiro trimestre, entrou em rota de queda e agora apresenta o desempenho mais fraco em oito anos.

O executivo diz que o setor, diferentemente do que vem ocorrendo nas montadoras de carros, não tem registros de antecipação das férias coletivas de fim de ano ou de afastamento temporário de operários via "layoff" (suspensão de contratos de trabalho). Mas ajustes, informa o presidente da Abraciclo, estão sendo feitos com a diminuição no fluxo de produção ou desligamento temporário de linhas.

Nos últimos dois meses, a Honda, marca de quatro em cada cinco motocicletas licenciadas no país, interrompeu por seis dias a produção no complexo industrial de Manaus (AM), onde está sua maior fábrica no mundo. O objetivo da medida, informa a empresa, foi adequar os estoques. À espera da recuperação do mercado, a Honda - que já tinha antecipado em junho as tradicionais férias coletivas de julho - diz não ter programado, até agora, novas paradas para outubro.

No mês passado, as fábricas de motos, instaladas na Zona Franca de Manaus, produziram 15,2% menos do que em setembro de 2013. Já as entregas a concessionárias, na mesma base de comparação, caíram 18,8%.

A Abraciclo, que começou o ano prevendo estabilidade tanto para as vendas quanto para a produção de motos - e que mais tarde, em julho, revisou para uma queda de 3% a projeção aos resultados do setor no ano -, voltou a revisar para baixo suas estimativas e agora projeta queda de 7,4% na fabricação de motos e de 8,3% nas vendas de 2014. Se confirmada a expectativa, a indústria de duas rodas fechará o ano com 1,46 milhão de motos vendidas, no nível mais baixo desde 2006, quando os volumes somaram 1,27 milhão de unidades.

Ou seja, 2014 deve perder até mesmo para 2009, um ano ruim para essa indústria em virtude do choque provocado pela crise financeira internacional no mercado de crédito. Na época, o governo colocou bancos públicos para atuar com maior agressividade no mercado de motos e, com a retomada da demanda, o setor conseguiu dar a volta por cima até alcançar o recorde de mais de 2 milhões de unidades vendidas em 2011.

Nos anos seguintes, porém, a escassez de crédito voltou a ser um problema, já que a alta seletividade bancária nas concessões de financiamentos atingiu em cheio profissionais autonômos com dificuldade em comprovar renda, como grande parte dos consumidores de motos. Segundo a Abraciclo, a cada dez pedidos de financiamento para compra de motocicletas, os bancos estão aprovando apenas duas ou três fichas.

Desde o pico de vendas em 2011, 2,6 mil postos de trabalho foram eliminados no polo da indústria de duas rodas em Manaus com a crise nos anos seguintes. Ainda há, porém, segmentos que conseguem se salvar, como as motos de alta cilindrada e scooters, onde as vendas crescem 9,8% e 35,4%, respectivamente, neste ano.

Segunda marca do mercado de motos, a Yamaha também tem conseguido melhorar seus números, impulsionada por dois lançamentos feitos pela montadora no segmento de 150 cilindradas, o mais popular. Com vendas em alta de 7,6% sobre 2013, a Yamaha diz que, na contramão da concorrência, mantém o fluxo de produção. Além do crescimento no terreno doméstico, que lhe permitiu alcançar participação de mercado superior a 12%, a Yamaha aumenta em mais de 44% suas exportações neste ano.

Fonte: Valor Econômico

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