18/01/2023
Lucas Vasconcelosonline@acritica.com
17/01/2023 às 17:51.
Atualizado em 17/01/2023 às 17:53A produção de motocicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou um crescimento de 18,2% em 2022, se comparada à produção do ano anterior.
Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (17).
Foram produzidas 1.413.222 motocicletas em 2022, um volume superior ao de 2021, quando foram produzidas 1.195.149 motocicletas. O índice é o melhor resultado para o Polo de Duas Rodas desde 2014 quando foram produzidas 1.517.662 unidades.
Para presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, os números positivos representam uma retomada no crescimento do setor após ter enfrentado um período desafiador por conta da pandemia de coronavírus.
"Depois de um primeiro bimestre desafiador devido à pandemia da covid-19 que voltou a atingir fortemente a cidade de Manaus, o ritmo de produção cresceu mês a mês para atender ao consumidor que passou a utilizar a motocicleta como instrumento de trabalho, evitar a aglomeração no transporte público ou ter maior agilidade e mobilidade nos centros urbanos", destacou Fermanian.
(Foto: reprodução)
Vendas nos Amazonas
Ainda conforme o levantamento, foram emplacadas 1.361.941 motocicletas no Brasil em 2022 - uma alta de 17,7% em comparação ao ano anterior que foram emplacadas 1.156.776 unidades.
A região Norte foi destaque quando se trata de vendas de motocicletas, apresentando o maior crescimento porcentual no volume de licenciamentos em 2022. No ano passado, foram emplacadas 173.763 motocicletas, alta de 35% na comparação com 2021 (128.680 unidades).
E, de acordo com o levantamento, o estado do Amazonas puxou o maior crescimento dentro da região Norte, com 57,6% em 2022 comparado ao de 2021. O índice representa mais de 41,6 mil unidades vendidas em 2022, contra apenas 26,4 motocicletas emplacadas.
Exportações
As exportações totalizaram 55.338 unidades em 2022, o que corresponde a uma elevação de 3,5% na comparação com o ano anterior (53.476 motocicletas). A projeção revisada era embarcar 59.000 unidades para o exterior.
De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Colômbia foi o principal destino, com 15.686 unidades e 27,6% do volume exportado. Em segundo lugar, ficou a Argentina (13.538 motocicletas e 23,8% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (12.211 unidades e 21,5%).
Projeções
A Abraciclo estima que as unidades fabris instaladas no PIM deverão produzir 1.550.000 motocicletas em 2023. O volume representa alta de 9,7% na comparação com as 1.413.222 unidades que saíram das linhas de montagem em 2022.
No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 1.490.000 motocicletas, o que corresponde a alta de 9,4% em relação a 2022 (1.361.941 unidades). As exportações deverão alcançar 59.000 unidades, aumento de 6,7% sobre o volume registrado no ano passado (55.338 motocicletas).
“Após três anos de pandemia, estamos aumentando a produção para atender ao crescimento da demanda do mercado, que retoma gradativamente aos volumes anteriores. Por outro lado, estamos atentos a possíveis incertezas econômicas, consequência da elevação dos custos globais de produção, da definição da política do novo governo, do andamento das reformas política e administrativa, do fator Custo Brasil, entre outros”, analisa Fermanian.
Proteção da Zona Franca de Manaus
O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian, afirmou que a entidade está no aguardo de resposta do Ministério da Fazenda para tratar sobre a proteção à Zona Franca de Manaus (ZFM). A confirmação aconteceu durante a coletiva de imprensa sobre o balanço do setor de duas rodas realizada na manhã desta terça-feira (17).
Questionado pela A CRÍTICA, Marcos Fermanian ressaltou que o setor não é contra a Reforma Tributária nem contra a redução do Imposto sobre Polos Industrializados (IPI). O setor defende que as diferenças competitivas das indústrias da ZFM sejam asseguradas.
“A gente já vem em um movimento da necessidade de fazer Reforma Tributária. Gostaria de deixar claro que a entidade não é contra a Reforma e muito menos contra a redução de IPI. Quando falamos de adequação de estrutura tributária brasileira - que é muito complexa e alta - nós somos a favor da Reforma Tributária. O que nós somos a favor também é que nesse processo de reforma é que sejam consideradas as diferenças competitivas das indústrias que estão sediadas no Polo Industrial de Manaus, justamente para assegure a continuidade dos investimentos que foram feitos até agora e que certamente outros serão feitos daqui a diante”, ressaltou o presidente da Abraciclo.
Fermanian destacou que o setor ainda está no aguardo de uma resposta para que o Polo de Duas apresente os dados do balanço de produção, vendas, empregabilidade à pasta.
“A Abraciclo acompanha e quer ser ouvida para que sejam colocadas essas questões na mesa e preserve nossa continuidade em Manaus. Evidentemente, em função da troca de equipe dos órgãos de governo que temos mais relação, estamos fazendo um trabalho de aproximação e de levar a esses novos membros do governo, informações do setor. É um papel de cidadão que temos o dever de fazer. Levar informações do tamanho da nossa indústria, o que ela representa pro Brasil de motocicletas e bicicletas, a empregabilidade, tudo que envolve as particularidades, o trabalho que a entidade faz pra a sociedade nas frentes de segurança e técnica”, descreveu Fermanian.
A ideia, segundo Fermanian, é de auxiliar os ministérios da Fazenda e da Indústria na hora de tomar decisões que afetem a ZFM.
“É uma obrigação nossa da razão de ter o pedido de audiência mencionado e outras tantas que estamos no aguardo da confirmação de agenda e assim contribuir pra que os novos membros tomem a melhor decisão visando o bem-estar para nossa sociedade”, finalizou o presidente da entidade.
Fonte: Acrítica