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Produção de motocicletas no melhor patamar desde 2015

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14/12/2021

O PIM (Polo Industrial de Manaus) produziu 113.776 motocicletas em novembro, 4,9% a mais do que o registrado em outubro (108.456) e volume 9,3% superior à marca do mesmo mês do ano passado (104.094). Com isso, o parque fabril da capital amazonense acumulou alta de 25,9%, no acumulado de janeiro a novembro, passando de 888.515 (2020) para 1.118.790 (2021) unidades. Foi o melhor resultado para o segmento no período, desde 2015 (1.212.075).

O desempenho das vendas internas do segmento, no atacado e no varejo, também seguiu no azul, com novos crescimentos na escala de dois dígitos e a melhor média diária de vendas para o mês, desde 2014 – ainda no período do mais recente boom econômico brasileiro. O mesmo vigor pode ser percebido nas exportações, em que pese a nova desaceleração mensal. É o que mostram os dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

As projeções da entidade foram mantidas, em relação aos dados divulgados na coletiva de imprensa do mês passado. A produção aguardada até dezembro de 2021 é de 1,223 milhão de unidades. O quantitativo equivale a um acréscimo de 27,13% sobre os resultados em 2020 (961.986). As estimativas da Abraciclo para o encerramento do ano também foram confirmadas no que se refere ao desempenho das vendas no varejo (incremento de 25% e 1,144 milhão de unidades) e no mercado estrangeiro (+62,96% e 55 mil).

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Abraciclo, o presidente da entidade, Marcos Fermanian, considerou que os números de novembro comprovam que a indústria de motocicletas está na contramão da crise e iniciando um novo ciclo de expansão. “Todas as fabricantes estão acelerando o seu ritmo de produção para atender à demanda que segue em alta, especialmente por modelos de entrada e de baixa cilindrada, muito utilizadas como instrumentos de trabalho e transporte de baixo custo”, destacou.

Vendas aquecidas

Os dados da Abraciclo indicam que o mercado nacional de motocicletas acelerou. Em novembro, foram licenciadas 105.740 motocicletas, volume 9% superior ao registrado em outubro (97 mil). Na comparação com o mesmo mês de 2020 (89.409), o aumento foi de 18,3%. De janeiro a novembro, foram emplacadas 1.043.711 motocicletas, equivalendo a uma elevação de 27,8% em relação ao mesmo período de 2020 (816.382 unidades).

Com 19 dias úteis, novembro registrou média diária de vendas de 5.565 unidades, no melhor resultado para o mês desde 2014 (5.598 unidades/dia), segundo a Abraciclo. Na comparação com outubro (5.105 unidades/dia), que teve um dia útil a mais, houve expansão de 9%. Em relação ao mesmo mês de 2020 (4.470 unidades/dia), também com um dia útil a mais, a alta foi de 24,5%. As motos de baixa cilindrada (até 160) somaram 85.893 unidades e responderam por 81,2% do mercado. Foram seguidas pelos modelos de média cilindrada (de 161 a 449), que representaram 14,3% do mercado (16.155), e pelos de alta cilindrada (acima de 450), que tiveram 3.692 licenciamentos (3,5% do total).

As três categorias mais emplacadas no ranking mensal foram Street (51.694 unidades e 48,9% do mercado), Trail (22.386 e 21,2%) e Motoneta (15.250 e 14,4%). A Street também se manteve com o maior número de emplacamentos no acumulado (507.680) e elevação de 24,3% sobre o mesmo mês de 2020 (408.459). Mas, a maior alta (+44%) coube à minoritária Scooter (97.713). “A Scooter caiu no gosto dos brasileiros. É um modelo ágil, econômico e fácil de estacionar. (…) Tem grande potencial no Brasil”, ressaltou Fermanian.

Nas vendas externas, também houve alta, a despeito da desaceleração mensal. As exportações caíram 22,4%, entre outubro (4.182) e novembro (3.247), mas ainda avançaram 2,6% sobre o dado de 12 meses atrás (3.164). De acordo com o portal de estatísticas Comex Stat, o principal destino foi a Argentina (1.272 unidades e 36,8% do total exportado), seguida por EUA (666 e 19,3%) e Colômbia (480 e 13,9%).

Até novembro, foram exportadas 50.194 motocicletas, alta de 71,5% na comparação com o mesmo período de 2020 (29.273). O ranking foi mantido nesse cenário, sendo encabeçado por Argentina (14.695 e 28,6% do total), EUA (11.167 e 21,7%) e Colômbia (11.045 e 21,5%). “A retomada nas exportações era esperada. Havia uma demanda reprimida provocada pela pandemia do coronavírus, que fez os negócios despencarem. Esperamos manter esse ritmo nos próximos meses”, pontuou o presidente da Abraciclo.

A mesma base de dados do Comex Stat informa que, depois de um mês de liderança e dois na vice-liderança, as motocicletas (US$ 8.79 milhões) caíram para a terceira colocação na pauta de exportações do Amazonas de novembro (US$ 79.18 milhões), sendo precedidas pelas preparações para elaboração de bebidas/concentrados (US$ 15.07 milhões) e pelo óleo de soja (US$ 13.26 milhões). No acumulado do ano, as motos (US$ 127.96 milhões) ficaram na segunda posição, atrás apenas dos concentrados (US$ 152.54 milhões).

Ômicron e incertezas

No texto de divulgação da Abraciclo, Fermanian avalia que o volume produzido pelas montadoras do PIM até poderia ser maior, mas salientou que as linhas de produção ainda operam com restrições para atender aos protocolos sanitários e evitar a disseminação do coronavírus. “O maior distanciamento entre os postos de trabalho aumenta o tempo de fabricação. Além disso, devido à segunda onda do coronavírus, em Manaus, deixamos de produzir cerca de 100 mil unidades no primeiro bimestre”, explicou.

Ao analisar o desempenho do subsetor, o presidente da Abraciclo estimou que a curva de aceleração deverá se manter nos próximos meses, embora ressalve que ainda não é possível traçar projeções para o próximo ano. “A falta de previsibilidade é uma grande preocupação: a chegada da variante Ômicron contaminou os mercados globais com pessimismo e, no Brasil, temos diversas incertezas no cenário político-econômico. Algumas medidas podem impactar negativamente o desempenho do setor”, lamentou.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus, Nelson Azevedo, os números confirmam a expectativa de um 2021 melhor para o polo de duas rodas, na comparação com 2020 – marcado pelos impactos da crise sanitária – e 2019 – ano pré-pandemia, mas ainda sob os efeitos do “momento difícil” anterior. O dirigente, que também é vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), considera que o desempenho é positivo e diz preferir continuar apostando no otimismo, a despeito de entraves econômicos e sanitários.

“As motos vêm ganhando a preferência do consumidor, permitindo aumentos de produção e de empregos no PIM, embora nem tanto nos investimentos, já que ainda estamos em recuperação. Sabemos que a inflação e os juros reduziram o poder aquisitivo da população e que a nova variante inspira cuidados. Mas, não somos pessimistas e acreditamos na consciência da população. A maior parte das fábricas do PIM entra em férias coletivas no dia 20 e as empresas estão reforçando os cuidados. Estamos orientando nossos colaboradores a terem rigor máximo nos protocolos e evitarem excessos. Esperamos também que as coisas melhorem na economia, em 2022”, arrematou.

Fonte: JCAM

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