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Produção de motocicletas acelera na ZFM em agosto

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16/09/2022

Marco Dassori

Twitter: @marco.dassori Face: @jcommercio

A produção das fábricas de motocicletas do PIM acelerou novamente em agosto e registrou o melhor desempenho para o período, desde 2013. O Polo Industrial de Manaus fabricou 145.852 motos no mês passado, quantidade 39,2% superior à obtida em julho (101.695) – que teve dois dias uteis a menos. A alta foi de 17,9% diante de agosto de 2021 (123.722). Com isso, o parque fabril da capital amazonense conseguiu sustentar uma expansão de 17% em suas linhas de produção, no comparativo do acumulado dos oito meses iniciais do ano (921.921), sendo este o maior patamar para o período desde 2014 (1.038.714).

Os números são da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), e foram divulgados nesta quinta (15). A média de vendas diárias se manteve aquecida e as exportações escalaram, após meses de retração. Mas, apesar das novas altas, a entidade manteve suas projeções para 2022, já revisadas em julho. A estimativa é encerrar o ano com altas de 10,5%, na produção (1,32 milhão), e de 8,9%, nas vendas internas (1,26 milhão). Fabricantes instaladas no PIM ouvidas pela reportagem do Jornal do Commercio também comemoraram altas.

Em texto distribuído pela assessoria de imprensa da Abraciclo, o presidente da entidade, Marcos Fermanian, afirma que o subsetor motorizado de duas rodas do PIM manteve ritmo forte de produção, no mês passado. “As fabricantes seguem operando conforme o planejado. Em agosto, tivemos um mês cheio de produção, que deverá refletir nas vendas no varejo em setembro”, declarou.

O dirigente enfatiza que os resultados refletem uma realidade de mercado em que o consumidor brasileiro vem optando cada vez mais pelas motocicletas, em detrimento dos veículos de quatro rodas. Os dados mais recentes da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) confirmam essa avaliação, ao apontar que as vendas de motos no Amazonas corresponderam a 59,45% do total, enquanto que a fatia correspondente à soma de carros de passeio e comerciais leves não passou de 37,04%

“Muitas pessoas não querem mais ficar paradas nos congestionamentos dos grandes centros urbanos. Há, ainda, o custo de manutenção. Os gastos com um modelo de baixa cilindrada ou uma scooter são bem menores do que a despesa com qualquer outro meio de transporte. O consumidor quer um veículo ágil, econômico, com preço acessível e baixo custo de manutenção. A motocicleta se encaixa perfeitamente nessas exigências”, frisou.

Vendas aceleram

A mesma base de dados da Abraciclo indica que o varejo nacional de motocicletas também acelerou. Em agosto, foram licenciadas 118.545 motocicletas, volume 10,3% maior do que o de julho (107.499), e 15,7% mais forte do que o de 12 meses atrás (102.463). Assim como ocorrido na produção, esse foi o melhor resultado para o período desde 2013. Os emplacamentos somaram 862.609 unidades de janeiro a agosto, o que corresponde a uma alta de 17,08% na comparação com igual intervalo do exercício anterior (732.155), sendo também o melhor dado desde 2014.

Com 23 dias úteis, agosto registrou média diária de vendas de 5.154 unidades. Na comparação com julho do mesmo ano (5.119 unidades vendidas/dia), que teve dois dias úteis a menos, houve um aumento discreto de 0,7%. Em relação ao mesmo mês do ano passado (4.657 motocicletas licenciadas/dia), que teve 21 dias úteis, os licenciamentos subiram 10,7%. Em números absolutos, a região que mais emplacou motocicletas foi o Sudeste (45.944), o que representa 38,8% do total do mercado. Na sequência estão o Nordeste (34.405 e 29%), Norte (15.267 e 12,9%), Centro-Oeste (11.511 e 9,7%) e Sul (11.418 e 9,6%). O ranking se manteve praticamente inalterado no acumulado do ano, com as trocas de posições apenas entre o Sul e o Centro-Oeste.

As motocicletas de baixa cilindrada (até 160) representaram 81,1% das vendas no varejo, com 96.111 unidades comercializadas em agosto. Os modelos de 161 a 449 cilindradas responderam por uma fatia de 14,9% do mercado, com 17.690 unidades. Já as motos acima de 450 cilindradas totalizaram 4.744 licenciamentos, o que correspondeu a 4% do total. A Street (50.195 e 49%) foi a categoria mais emplacada, seguida pela Trail (20.207 e 19,7%) e pela Motoneta (14.073 e 13,7%).

“Crescimento moderado”

A Moto Honda da Amazônia respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que a unidade fabril produziu 114 mil motocicletas em agosto, apresentando crescimentos mensal de 43% e anual de 19%. No acumulado dos sete primeiros meses de 2022, a expansão foi de 20, somando 730 mil unidades. Mas, a montadora japonesa aponta que, assim como o aquecimento do mercado, a base de comparação também ajudou na performance.

“Os dados superam em relação ao mesmo período do ano de 2021, devido a segunda onda da pandemia em Manaus que afetou, na época, o ritmo de produção. Mas, a demanda segue aquecida, uma vez que o veículo tem desempenhado um importante papel na mobilidade dos brasileiros. É uma alternativa rápida e econômic”, listou o vice-presidente industrial da Moto Honda da Amazônia, Julio Koga.

A companhia também manteve suas projeções de “crescimento moderado” para 2022, atingindo produção anual de mais de um milhão de motocicletas. “Os impactos da pandemia nas cadeias de suprimentos e setor de logística tem gerado desafios, mas a empresa vem trabalhando continuamente junto aos fornecedores para manter os volumes estabelecidos. Até o momento, não temos um impacto programado na produção por falta de insumos, mas a empresa monitora a situação constantemente”, ponderou. “Apesar das expectativas positivas, a Honda segue monitorando atentamente o ambiente de negócios em função das incertezas e possíveis fatores de instabilidade, nos cenários global como local.”, frisou.

Em sintonia, o gerente de Relações Institucionais da Yamaha, Afonso Cagnino, informa que o desempenho da produção segue em linha com o esperado pela montadora, que projeta alta anual de 8% e 10% na produção de 2022. “Estamos cumprindo as metas estipuladas para o ano. Ultrapassamos o volume de 26 mil motos fabricadas em agosto, um recorde histórico, e já produzimos 155.125 motocicletas no ano”, informou.

O dirigente concorda que a motocicleta continua sendo um veículo mais eficiente em termos de mobilidade para ambientes urbanos e “regiões carentes de transporte público”, além de ser ferramenta de trabalho e lazer. Mas, atribuiu os resultados de produção a outros fatores também. “[Tivemos] muito esforço dos colaboradores, planejamento e investimento para suprir a demanda que vem crescendo gradualmente a alguns anos”, salientou.

Afonso Cagnino concorda que a crise de abastecimento de insumos industriais é uma realidade que não deve mudar no curto prazo, mas destaca que o problema vem sendo amenizado no dia a dia das linhas de produção. “O fornecimento não voltou aos níveis que tínhamos antes da pandemia, mas estamos conseguindo arranjar o fluxo de produção aos esforços dos fornecedores e às dificuldades logísticas que ainda precisamos enfrentar. Não vislumbramos paralisações”, finalizou.

Boxe ou coordenada: Exportações ensaiam recuperação

As vendas externas ensaiaram recuperação. As exportações brasileiras de motocicletas decolaram 57,3%, entre julho (4.962) e agosto (7.807), além de escalar 39,2% no confronto com o dado de 12 meses atrás (5.607). De acordo com o portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, os embarques se concentraram na Colômbia (1.436 unidades e 25,7% do total exportado), Estados Unidos (1.386 e 24,8%) e Canadá (926 e 16,6%). A mesma base de dados informa que as vendas do acumulado do ano praticamente empataram, ao somar 37.884 unidades.

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