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Produção cresce 70% no bimestre

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15/03/2022

Marco Dassori

Os fabricantes de motocicletas do PIM aceleraram a produção em fevereiro e tiveram o melhor desempenho para o período, desde 2015. O parque fabril da capital amazonense produziu 107.046 motos no segundo mês de 2022, 28,1% a mais do que o registrado em janeiro de 2021 (83.543) e o equivalente a um salto de 84,5% sobre fevereiro do ano passado (58.014) -quando o setor ainda sofria os impactos da segunda onda de Covid-19 no Estado. Com isso, o resultado do Polo Industrial de Manaus no bimestre (190.589) foi 70,7% melhor do que o apresentado em igual intervalo de 2021 (111.645).

É o que apontam os dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), divulgados nesta segunda (14). Assim como em janeiro, as vendas internas e externas sofreram nova derrapagem. Para a entidade, o novo recuo se deve à redução de ritmo em janeiro. O SIMMMEM (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus) acrescenta que a retração decorre também da crise de abastecimento de componentes e estima que as dificuldades tendem a aumentar em razão da guerra na Ucrânia.

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Abra-ciclo, o presidente da entidade, Marcos Fermanian, considera que os números de fevereiro indicam que a produção de motocicletas está em ritmo de retomada, a despeito dos entraves. "No primeiro bimestre, tivemos grandes dificuldades devido a segunda onda da pandemia em Manaus. Já em janeiro deste ano, a variante ômicron afetou o ritmo da produção. Agora, a tendência é de evolução e crescimento para atender a demanda", ponderou.

O dirigente destaca que as associadas têm se esforçado para atender aos pedidos dos consumidores e que a tendência é que a demanda continue em alta. Os motivos para tanto seriam que o consumidor tem na motocicleta uma alternativa de deslocamento para trabalho ou lazer com menor custo de manutenção e consumo mais baixo de combustível. Apesar do otimismo, Fermanian assinala que o conflito militar na Europa preocupa. "Seguimos atentos em relação às instabilidades globais e suas consequências econômicas, que podem afetar os fluxos logísticos, o fornecimento de insumos e a produção de motocicletas", ressalvou.

Desabastecimento e ociosidade

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus e vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, destaca que as fábricas instaladas no PIM estão "sofrendo muito" com a crise de abastecimento de insumos, sendo que alguns fabricantes do segmento de duas rodas tiveram de reduzir o ritmo de produção. E acrescenta que, como consequência, os fabricantes de bens intermediários do Polo tiveram de reduzir seu uso da capacidade instalada a uma faixa de 40% a 60%, dependendo do caso.

"Temos uma inflação altíssima em ferro e aço, mas o maior problema é a falta de componentes, principalmente eletrônicos. Com o aumento da ociosidade, os pedidos também diminuem e muitos componentistas estão super estocados de outras partes e peças. Mas, felizmente não temos notícias de dispensa de funcionários, pois as empresas estão fazendo seu planejamento para manter seus colaboradores. Os impactos econômicos da guerra na Ucrânia devem gerar problemas maiores no mercado, temos de esperar para ver. Mas, ainda acredito que teremos crescimento neste ano", ponderou.

Vendas desaquecidas

A mesma base de dados da Abraciclo indica que o mercado nacional de motocicletas desacelerou. O número de emplacamentos de novas motocicletas não passou de 74.032, em fevereiro, o que representa alta de 29% sobre o mesmo mês do ano passado (57.384), mas configura retração de 17,4%, na comparação com janeiro de 2021 (89.661). Houve incremento de 14,3% no volume comercializado do bimestre, que saltou de 143.182 (2021) para 163.693 (2022) unidades.

Com 20 dias úteis, fevereiro registrou média diária de vendas de 3.702 unidades. Na comparação com janeiro (4.270 motocicletas/dia), que teve um dia útil a mais, houve recuo de 13,3%. Em relação ao mesmo mês de 2021 (2.869 unidades diárias). que contou também com 20 dias úteis, o saldo foi positivo em 29%. O Sudeste é o maior mercado das motocicletas (28.082 emplacamentos e 37,9% das vendas), produzidas no PIM. Na sequência estão o Nordeste (22.624 e 30,6%), Norte (8.707 e 11,8%), Sul (7.586 e 10,2%) e Centro-Oeste (7.033 e 9,5%).

De acordo com o presidente da Abraciclo, a redução no número de emplacamentos na variação mensal é resultado do menor volume de produção de motocicletas alcançado pelas fábricas do parque industrial de Manaus, em janeiro. "A queda na produção impacta diretamente as vendas no mês seguinte. Agora, com a retomada da atividade, os números de vendas devem apresentar crescimento", amenizou.

Segundo dados da Abraciclo, as motocicletas de baixa cilindrada (até 160) representaram 82,8% das vendas no varejo com 61.321 unidades comercializadas em fevereiro. Os modelos de 161 a 449 cilindradas responderam por uma fatia de 13,6% do mercado, com 10.081 unidades. Já as motocicletas acima de 450 cilindradas tiveram 2.630 unidades licenciadas, o que corresponde a 3,6% do total.

As três categorias mais emplacadas no ranking mensal foram Street (35.522 unidades e 48% do mercado), Trail (14.119 e 19,1%) e Motoneta (9.928 e 13,4%). As três, no entanto, desaceleram em relação a dezembro, com quedas respectivas de 23,1%, 10,8% e 24,6%, embora tenham mantido a escala ascendente na variação anual. Os modelos Scooter (9.072 e 12,3%), Naked (1.683 e 2,3%), Big Trail (1.376 e 1,9%) e Ciclomotor (1.380 e 1,9%), entre outros, vieram em seguida.

Exportações também desaceleram

As vendas externas também ficaram aquém do desejado. As exportações brasileiras de motocicletas ainda caíram 0,4%, entre janeiro (3.328) e fevereiro (3.315), mas acabaram subindo 13,3% no confronto dom o dado de 12 meses atrás (2.926). De acordo com o portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, o principal destino foi o Uruguai (1.008 unidades e 21,1% do total exportado), seguido por Estados Unidos (922 e 19,3%) e pela Colômbia (900 e 18,8%).

A mesma base de dados do Comex Stat informa que as vendas externas de motocicletas sofreram retração de 2,7% no bimestre, com 6.643 (2022) contra 6.830 (2021) unidades. A Argentina (1.860 e 23,3%) respondeu pela maior parte dos embarques, nesse tipo de comparação. Estados Unidos (1.684 e 21,1%) e Colômbia (1.308 e 16,4%) aparecem na sequência.

Resultado do Polo Industrial de Manaus no bimestre (190.589) foi 70,7% melhor do que no ano passado.

Fonte: JCAM

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