19/07/2013
Mesmo com a queda na produção e no emprego, os estoques da indústria cresceram em junho. O índice de evolução de estoques ficou em 50,6 pontos. Foi o terceiro mês consecutivo em que a indústria registra excesso de estoques. O índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado alcançou 51,4 pontos em junho. Os indicadores variam de zero a cem. Acima de 50 pontos revela que os estoques estão acima do previsto pelos empresários. "A indústria está longe de uma trajetória de recuperação", afirma a Sondagem.
"Há um ambiente de estagnação na indústria", resume o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. Segundo ele, a retomada da atividade só ocorrerá com o aumento dos investimentos. "A indústria precisa investir mais, não só para aumentar a produção, mas para ganhar competitividade", afirma Fonseca. O economista destacou, no entanto, que a expansão dos investimentos depende de medidas de redução dos custos da economia.
ÍNDICES TRIMESTRAIS - Neste cenário, a insatisfação dos empresários com o lucro e com a situação financeira das empresas aumentou. No segundo trimestre deste ano, o índice de satisfação com as margens de lucro caiu para 42,2 pontos e o de satisfação com a situação financeira recuou para 47,5 pontos. Ambos os índices alcançaram os menores valores desde o segundo trimestre de 2009. Os indicadores trimestrais variam de zero a cem. Abaixo de 50 indicam insatisfação.
Além disso, o índice de preços médios das matérias-primas cresceu em relação ao trimestre anterior e alcançou 63,7 pontos. Valores acima de 50 pontos revelam aumento dos preços. As empresas também enfrentam maior dificuldade de acesso ao crédito. No segundo trimestre, o índice de facilidade de acesso ao crédito caiu para 40,8 pontos, o menor valor desde o segundo trimestre de 2009. Indicadores abaixo de 50 pontos indicam dificuldade de acesso ao crédito.
PRINCIPAIS PROBLEMAS - A elevada carga tributária quase sempre lidera a lista das principais dificuldades enfrentadas pelos empresários. Mas no segundo trimestre o problema ganhou importância. O número de assinalações aumentou 7,8 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre e alcançou 60% das menções.
Depois da elevada carga tributária, aparecem a competição acirrada, com 37,1% das assinalações dos empresários, o alto custo da matéria-prima, com 35,5% das menções, e a falta de demanda, com 32,8%. Em quinto lugar, com 24,5% das citações, os empresários apontam a falta de trabalhador qualificado.
PERSPECTIVAS FUTURAS - Embora menos otimistas, os empresários mantêm estimativas favoráveis para os próximos seis meses. Todos os índices recuaram, mas permanecem acima da linha divisória de 50 pontos, que indica expectativas positivas.
O índice de expectativa com relação à demanda caiu de 60 pontos em junho para 58,9 pontos em julho. O de quantidade exportada recuou para 54,2 pontos, indicando que os empresários mantêm a confiança no aumento das exportações. O índice de expectativa de compras de matérias-primas diminuiu de 57,1 pontos em junho para 56 pontos em julho, e o de número de empregados recuou de 53 pontos para 51,5 pontos.
A Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 12 de julho com 1.953 empresas. Dessas, 719 são pequenas, 737 são médias e 497 são de grande porte.
Fonte: Portal da Indústria.com.br