CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Produção à vista

  1. Principal
  2. Notícias

07/01/2022

Aconfiança aumentou e ficou ainda mais disseminada na indústria, na reta final do ano. A melhora da percepção dos empresários ocorre em meio a um cenário de evolução de estoques além do desejado. Outro ponto negativo é a resiliência da inflação do setor que, a despeito da desaceleração ante novembro, seguiu na escala dos dois dígitos no acumulado do ano, sendo vitaminada novamente pelo câmbio e pelo desequilíbrio nas cadeias produtivas decorrente da pandemia.

O otimismo industrial, no entanto, está mais focado na visão de longo prazo do que no momento atual. O Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial) avançou em 23 dos 29 segmentos da indústria, entre novembro e dezembro, segundo a pesquisa mensal da CNI. Foi a primeira vez, desde agosto do ano passado, que a maior parte dos braços da manufatura brasileira registra avanço no otimismo, o que aconteceu em todas as atividades analisadas pela entidade –incluindo produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal, que havia pontuado negativamente um mês atrás.

A Sondagem Industrial, da mesma CNI, indica que o índice de evolução do nível de estoques já havia chegado a 50,6 pontos em novembro, dado 4,8 pontos acima do registrado no mesmo período de 2020. Conforme a entidade, o resultado rompeu a tendência de patamares abaixo do planejado, que vinha ocorrendo desde dezembro de 2019 –antes da pandemia.

Nos últimos três meses, o índice esteve acima dos 50 pontos, sendo que o nível de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 50,7 pontos. Os preços da indústria avançaram 1,31%, entre outubro e novembro. Pelo quinto mês seguido, o resultado desacelerou ante o levantamento anterior (+2,26%), mas os acumulados no ano (+28,36%) e dos 12 meses (+28,86%) seguiram em dois dígitos. Os dados são do IPP (Índice de Preços ao Produtor), indicador do IBGE que mede os valores dos produtos de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação na “porta da fábrica” –sem impostos e frete. Ao menos 17 tiveram altas, com destaque para refino de petróleo e produtos de álcool (+0,71 ponto percentual) e produtos químicos (+0,47 p.p.). Estoques e exportações De acordo com a CNI, a confiança avançou principalmente nos subsetores de bebidas (+7 pontos), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+5,9 pontos) e extração de minerais não metálicos (+5 pontos).

Já as maiores quedas de confiança ocorreram nas divisões industriais de produtos de madeira (-4,2 pontos), calçados e suas partes (-1,1 ponto), obras de infraestrutura (-0,5 ponto) e produtos de minerais não metálicos (-0,5 ponto). O índice varia de 0 a 100, sendo que dados abaixo de 50 pontos indicam percepção de piora e vice-versa. A entidade destaca que o dado positivo apontado pelo Icei tem mais relação com as expectativas para os próximos seis meses, do que com o momento vivido pelo empresário. A prova é que o indicador de Condições Atuais da Economia Brasileira ficou abaixo de 50 pontos em 25 dos 29 setores pesquisados.

Os melhores resultados vieram das Norte e Centro-Oeste (ambos com 59,4 pontos, cada) e das pequenas empresas (57,7 pontos). A Sondagem Industrial mostra, por outro lado, que a produção industrial (50,4 pontos) emendou um terceiro mês d e r e l a t i va estabilidade – mas com viés de alta. A UCI (Utilização da Capacidade Instalada) foi de 72%, com ganho de um ponto percentual na mesma comparação com outubro, resultado que já supera a média histórica de pré-pandêmica de 2011 a 2019. Os índices de expectativa de demanda, de compras de matérias-primas e de número de empregados seguiram estagnados, mas o índice de expectativa de exportação subiu 1 p.p.

Os subindicadores estão acima da linha de 50 pontos, o que apontaria perspectivas positivas para os próximos seis meses. Em texto veiculado pela assessoria da CNI, o gerente de Análise E c o n ô m i c a da entidade, Marcelo Azevedo, explica que o estoque real está “um pouco acima” do nível planejado e observa que o índice mostra aumento de 6,6 pontos ante novembro de 2020, “momento crítico” de baixos estoques, por conta dos impactos econômicos do pós-primeira. “O resultado começa a indicar menos gargalos para a indústria. Contudo, nossa preocupação é que o aumento do estoque comece a indicar alguma frustração do empresário com a demanda e, assim, apontar para desaceleração do setor. A combinação entre estoques e produção é um fator para acompanharmos nos próximos meses”, afiançou.

Pandemia e mercado

A sondagem do IBGE mostra que os derivados de petróleo e álcool avançaram 6,63% no mês, subiram 14,26% no último bimestre, chegaram a 71,04% no acumulado do ano, e atingiram 80,13% em 12 meses. O setor químico cresceu 4,90% na base mensal, acumulou 60,03% no ano, e aglutinou 60,69% na medida anualizada. O setor extrativo foi por outro caminho, com queda de 5,21%, acumulando, no trimestre, redução de 22,56%. Em relação às grandes categorias, a influência sobre o IPP foi de 1,19% de expansão em bens de capital; de 1,40% de incremento para bens intermediários; e positiva em 1,18% nos bens de consumo –sendo que +0,64% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e +1,29%, em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Em texto postado no site da Agência de Notícias IBGE, o gerente do IPP, Manuel Campos Souza Neto, ressaltou que os setores com maior impacto no IPP de novembro sofreram influência do comércio internacional. “Derivados do petróleo, em função dos aumentos do óleo bruto durante o ano, apesar da queda neste mês. No caso do setor extrativo, foi devido a uma queda muito grande nos preços do minério de ferro”, explica. O pesquisador acrescenta que o setor de petróleo é afetado pela redução da oferta do óleo bruto de petróleo, com elevação de preços em todo o mundo, sendo que vários países teriam sofrido aumentos até maiores.

O setor químico, por outro lado, sofreria a influência dos custos dos insumos, especialmente na “parte de adubos”, que tem tido aumento de preços internacionais. Lembra ainda que os indicadores de janeiro (+3,55%), fevereiro (+5,16%) e março (+4,63%) foram bem mais acentuados do que o de novembro (+1,31%). “Cenário momentâneo” O presidente da Fieam e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva, reforçou à reportagem do Jornal do Commercio que o setor ainda enfrenta obstáculos que geram um panorama de receio no setor, materializados na “alta inflacionária”, na “acentuada variação cambial” e na crise mundial no fornecimento de insumos. No entendimento do dirigente, no entanto, a indústria vai voltar a demonstrar sua força em meio à adversidade, em 2022.

“Naturalmente, o cenário momentâneo ainda é de crise econômica decorrente da pandemia de Covid-19. Todavia, os momentos de crise são, normalmente, sucedidos por períodos de retomada econômica. O panorama atual também resultou em uma considerável demanda reprimida por parte da parcela consumidora da população. Adicionalmente, há ainda um problema no fornecimento de insumos que implicou em um desencontro das linhas de oferta e demanda. Esses fatores, tão logo sejam sanados, possivelmente até o final do ano, devem culminar em uma melhora da economia”, concluiu

Fonte: JCAM

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House