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'Problemas no CBA vão continuar', diz pesquisador sobre nova gestão

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18/06/2015

A confirmação do termo de execução descentralizada que transfere a administração do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) para o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), nesta terça-feira (16), não mudou as opiniões de pesquisadores do movimento Pró-CBA. Segundo eles, problemas a longo prazo, como a falta de personalidade jurídica, continuarão. A assinatura do novo termo foi confirmada ao G1 nesta quarta-feira (17) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

De acordo com o pesquisador Flávio Freire, a confirmação de uma nova gestão é importante para que o instituto mantenha as atividades, porém a nova parceria com o Inmetro ainda não define como serão realizados os processos que levarão os resultados das pesquisas ao mercado e à sociedade.

"O CBA ainda não tem personalidade jurídica, o que impediu a Suframa de captar diversos recursos de editais, como do CNPq e da Fapeam. A única diferença que vejo é que teremos um órgão do Rio de Janeiro tomando decisões sobre o futuro da economia amazonense", disse.

Flávio enfatizou ainda a demora para a transição da nova gestão que, segundo ele, deveria ter acontecido em março deste ano para que houvesse tempo de contratação do novo quadro com a publicação do edital. Ele afirma que não vai participar da nova escolha.

"Passei dez anos no CBA. Comecei como estagiário e cresci profissionalmente no instituto. Mesmo que o Inmetro assuma semana que vem e contrate gente, acredito que os problemas continuarão enquanto houver instabilidade jurídica, tanto para quem desenvolve as pesquisas, como para quem administra. O certo seria resolvermos essa questão para aproveitarmos nosso potencial biológico e trazer uma sustentabilidade à nossa economia", ressaltou.

O pesquisador Dácio Montenegro, que está à frente do Movimento Pró-CBA, afirmou que o grupo articula audiências públicas com políticos e senadores para tentar entender a demora na aquisição da personalidade jurídica do instituto. Garantias trabalhistas também entram em pauta.

"Como bolsistas, éramos obrigados a ficar oito horas no instituto, sem receber alimentação, rota, vale-tranporte. Pela lei, deveríamos ficar apenas quatro ou cinco horas. Se isso não for resolvido, vai acontecer o mesmo de antes. Bolsistas irão desistir", declarou.

De acordo com Montenegro, uma audiência já está marcada para o dia 30 deste mês, em Brasíla, por meio da comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado.

"Esperamos entender os motivos de não termos nos tornado empresa pública e debater sobre as consequências disso para a nossa economia. Também estamos articulando com senadores amazonenses uma audiência por meio da Comissão de Meio Ambiente (CMA) e falar da importância das pesquisas do CBA para a Amazônia", informou.

Entenda o caso

O convênio com a Fundação de Defesa da Biosfera (FDB), que garante a manutenção do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), foi encerrado. Pesquisadores lamentam a possibilidade de perder estudos.

"O grande problema é que tudo que tem lá é material biológico de origem microbiana - fungos, leveduras, parte de vegetal, animal - única parte que vai ficar funcionando no centro, mas por conta própria, é o pessoal do biotério, que é o centro de farmacologia. Por questão de ética eles vão funcionar até o dia 30 de junho, para poder usar todos os animais que estão lá nos experimentos, não abandonar e os bichos morrerem de fome", afirmou o pesquisador Flávio Ferrreira.

Instituição

O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) está instalado em uma área de 12 mil m², no Distrito Industrial da capital. Durante os 13 anos de funcionamento, o local já chegou a abrigar cerca de 200 pesquisadores. Atualmente, as dificuldades no centro diminuíram este número para 48 cientistas.

Fonte: G1.com

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