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Presidente da CUT no Amazonas diz que demissões no PIM são normais

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16/05/2016

“Só está havendo a demissão normal, em torno de 1% a 2%. Alguns setores estão até contratando, como empresas de ar-condicionado, celulares e notebook”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), Valdemir Santana, sobre a maior crise dos últimos 30 anos, que no primeiro trimestre eliminou 11,2 mil empregos formais no Estado, a metade na indústria, e cortou 44,2 mil vagas em 12 meses, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Para Santana, também presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Amazonas, desde janeiro a entidade fez acordos de contratos com 13 empresas do Distrito Industrial para manter o emprego de 5 mil trabalhadores até outubro. “Esses acordos são do Programa Nacional do Emprego, da demissão voluntária, entre outros”, disse, ao se referir ao Programa de Proteção do Emprego (PPE), do governo federal.

Desempregado desde janeiro, Francisco Nogueira faz parte dessa estatística. Trabalhou na indústria de plásticos durante 9 anos e disse não ter tido nenhum apoio ao ser desligado. “O único contato que tive com o sindicato foi assinar o papel de demissão. E tenho vários colegas de trabalho que ficaram desempregados e o sindicato não vem fazendo nada”, disse.

O técnico na área de produção André Nascimento também está desempregado desde janeiro do Distrito Industrial. “Trabalhei quase 5 anos e fui informado que, com essa crise, a empresa não tinha como manter meu emprego”, disse.

No segmento de termoplásticos, um dos principais produtores de componentes para a indústria eletroeletrônica e de duas rodas, as demissões chegam a 55% dos trabalhadores, segundo o presidente do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Plástico (Sindplast), Francisco Brito. “Éramos 13 mil trabalhadores e 5 mil associados em 2014. Agora somos 6 mil empregados e 1,5 mil associados. Tentamos fazer acordos com 15 empresas para dar férias coletivas, licenças remuneradas e até diminuição de salário”, disse, acrescentando que as empresas chegaram a estágio em que não têm como demitir.

No período da data-base da categoria, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Bebidas em Manaus (Sintrabem), que representa em torno de 2,5 mil associados diz negociar a reposição da inflação e, principalmente, a manutenção dos empregos. “Nos acordos coletivos estamos negociando com as empresas para não demitir. Mas diferente dos outros segmentos, o de bebidas não foi muito afetado com essa crise, as demissões foram em torno de 10%”, disse o presidente do Sintrabem, Vicente Luciano Serrão de Castro.

As empresas alegam que tentam segurar a mão de obra. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Eletro Eletrônico e Similares de Manaus (Sinaees), Celso Piacentini, a indústria vem protegendo o máximo possível o trabalhador. “Quando se tem uma visão lá na frente de que as coisas vão melhorar, a empresa segura esse trabalhador, mas do contrário, ela tem que demitir. É uma coisa bastante complexa”, disse.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Meios Magnéticos e Fotográficos do Estado do Amazonas, Amauri Carlos Blanco, também argumenta que as empresas tentam reter a mão de obra treinada com a adoção de férias coletivas e licenças não remuneradas. Mas, segundo Blanco está difícil manter o emprego. “Não está vendendo, não tem receita. Por isso que os volumes de empregos caíram de forma dramática. Isso não é privilégio só do Amazonas. O Brasil inteiro vem sofrendo essa crise política e econômica. Vamos esperar que o País comece a mudar”, disse.

Programa

O Programa de Proteção ao Emprego (PPE) ganhou a adesão de duas grandes empresas no Polo Industrial de Manaus (PIM), a Moto Honda da Amazônia e a Yamaha Motor.

O programa do governo federal começou em julho do ano passado e segue até 31 de dezembro. O PPE, que visa conter demissões com a redução temporária da jornada de trabalho e de salários em até 30%, só pode ser implantado após acordo entre empresários e trabalhadores, em empresas que estiverem em situação de dificuldade econômico-financeira.

O governo complementa parte do salário reduzido com 15% de verbas do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), a reposição varia de acordo com os salários, mas pode chegar até a R$ 900 ou 65% do valor da parcela máxima do seguro-desemprego.

Fonte: Portal D24am.com

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