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Prejuízo no interior do Amazonas

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19/11/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

O processo de vazante no Estado expõe o dia a dia da população das comunidades rurais e ribeirinhas A irrigação, a logística, a produção agrícola e a pesca, têm sido afetadas consideravelmente No mês de setembro, segundo levantamento da Defesa Civil do Amazonas, a seca dos rios vinha atingindo cerca de 124 mil pessoas no interior do Amazonas e previa que ao menos 28 mil famílias poderiam ser afetadas.

O cenário preocupa o presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas) Muni Lourenço, que descreve os prejuízos para o setor. "Esse período dificulta muito a atividade rural. Temos um histórico onde as distâncias se encontram num patamar gigante. Isso se acentua na seca". Segundo Muni, as comunidades de Manacapuru, local que ele visitou no feriado, estão bem afetadas, além do isolamento das comunidades rurais. "O produtor está levando em média de seis a oito horas para levar os produtos até a sede de alguns municípios, transporte que é realizado de voadeira em uma hora e meia, quando não estão no período de seca".

"Os dois braços de rios estão secos e tem que atravessar a pé, o produto que era levado até a sede pelo rio, está sendo feito pela mata ou igarapé até chegar ao local, ou seja, leva mais tempo e tem mais custo no gasto". Nos municípios das calhas dos rios Purus e Juruá existem a mesma dificuldade "O acesso logístico se toma mais difícil, isso impada o custo do produtos e a margem de rentabilidade. O pequeno produtor deixa de enfrentar essa logística e fica a mercê dos atravessadores que pagam o menor preço pelo produto. Isso impada diretamente os negócios". Outro fator que também ficou comprometido, conforme Muni Lourenço, foi o trabalho com o sistema de irrigação para a produção agrícola que tem trazi-do dificuldade para alguns produtores que estão enfrentando problemas para obter o volume de água suficiente, já que o curso das águas apresenta um nível muito baixo "o produtor não consegue atender o volume de demanda". Muni explica que o cenário se repete todos os anos. "Às vezes de forma mais intensa, aliás, é bem relativo se formos comparar ano a ano. Mas o importante é destacar que a eco-nomia e principalmente o setor primário, sempre sofre grande impacto", lembrou.

Pesca No município de Manaquiri, cerca de 12 mil toneladas de peixes morreram em virtude da seca. Segundo o Sindipesca (Sindicatos dos Pescadores e Pescadoras Artesanais) do município, o baixo volume de água favorece o aquecimento e deixa baixar a oxigenação, o fenômeno leva à morte milhares de peixes de vá-rias espécies. Ainda segundo o sindicato, em 2014,25 mil toneladas de peixes apodreceram nos rios e lagos do município, além do desequilíbrio ambiental, a qualidade da água comprometeu o abastecimento em diversas comunidades, já que o consumo da água ficou imprópria para o consumo.

Pescadores reclamam a falta de estrutura para armazenamento, já que a pesca antecipada, pode-ria amenizar o problema, além de regular o estoque no período de escassez. O Amazonas poderia ser o maior exportador de peixes de água doce do mundo, senão fosse o descaso de anos com o setor, "é triste ver um Estado rico em espécies e volume de peixes não ter políticas públicas específicas que gere receita e dignidade para os pescadores". O volume de peixes mortos esse ano, felizmente ficou muito baixo. "A falta de políticas públicas específicas para amenizar essa triste realidade que não conseguimos superar. Falta investimentos para colocar o Estado como o maior exportador de peixes de água doce do mundo. Preferimos acreditar que essa falta de interesse vai ser substituída pela inteligência de acreditar que o setor primário é o único capaz de colocar o Estado em índices satisfatórios de desenvolvimento".

Monitoramento l'ara a Defesa Civil do Estado, apesar do baixo índice das chuvas, a vazante já deu uma paralisada e já existe um prenúncio de subida das águas, principalmente nas calhas mais acima, onde localiza-se Solimões e Punas O secretário municipal da Defesa Civil do município, Cláudio Belém, afirmou que o rio já tem apresentado subida e a tendência é melhorar o nível dos rios e igarapés. "A seca já atingiu o máximo dela para o período. Com a chegada do inverno amazônico os níveis hidrológicos da cidade vai normalizar", disse Segundo o secretário, até ontem (16), a cota do rio apresentava 17,40 metros, na semana passada, estava em tomo de 17,05, resultado que apresenta prenúncio das cheia. A situação dos municípios do Estado é monitorada através das informações repassadas pelo CPRM (Serviço Geológico dc Brasil), ANA (Agência Nacional de Águas), Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia) e pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), onde são analisados quadro de cada cidade e dependendo da necessidade, é emitido alerta aos municípios.

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No mês de outubro, Ipixuna era um dos municípios que estava em situação de alerta. No mesmo nível permaneciam as cidades de Guajará, Envira, Eirunepé, Itamarati e Carauari, na calha do Juruá; Boca do Acre, Canutama, Lábrea e Pauini, na calha do Purus, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã e Apuí no Madeira, e ainda, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Tonantins, Amaturá, Tabatinga e Santo Antônio do Iça, na calha do Solimões.

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