16/08/2013
Prejuízo chega a R$ 400 milhões
As perdas de energia elétrica com ligações clandestinas chegam a R$ 400 milhões no Estado, encarecendo a energia elétrica para milhares de Amazonenses. Em média 30% da energia consumida não é faturada, segundo a Amazonas Energia. Além disso, as ligações acabam sobrecarregando os equipamentos gerando oscilação de energia e causando o famoso efeito “pisca-pisca” tão criticado pela população e empresas.
O assessor de planejamento, controle, comunicação e relações institucionais da Amazonas Energia, Márcio Paixão Ribeiro, explica que os transformadores são instalados tendo em vista uma capacidade e acabam sendo sobrecarregados pelas ligações clandestinas, ocasionando com isso problemas na rede. “Em 90% das vezes que temos queda de energia ou oscilação com picos, é em função de ligações clandestinas que estão conectadas a rede sem a devida precaução técnica” afirma.
Segundo a empresa, a maioria das reclamações que ocorrem são de pessoas irregulares que por isso não podem ser atendidas pela empresa já que não possuem cadastro. “A pessoa é cliente regular, daí acontecem problemas na rede, ocasionados por essa ilegalidade. Há comunidades em que 80% das ligações são clandestinas. Arrumamos os 20% que são regulares e são prejudicados e o resto faz coro para difamar a empresa” lamenta.
Segundo a empresa, das 73.555 inspeções realizadas no primeiro semestre de 2013, em 53% foram encontrados algum tipo de irregularidade com as unidades consumidoras de energia elétrica. Ao todo foram instalados 1.929 medidores em unidades que não apresentavam medição. Gerando uma recuperação de energia de 88.224 MWh (Megawatt-hora).
Outras ações que estão sendo tomadas pela empresa incluem a modernização e implantação de uma estrutura avançada de medição que permite fazer a aquisição dos dados remotamente e monitoramento de outros parâmetros elétricos além da energia consumida e a substituição de caixas padrões que estão sendo instaladas em postes que estão se deteriorando.
Márcio Paixão ressalta que Manaus apresenta um grande número de acidentes envolvendo postes diariamente o que prejudica a distribuição de energia elétrica. “Em Manaus temos abalroamento de três postes por dia, em média. Se lá tivermos um transformador, são duas mil pessoas que podem ficar sem energia. Isso demora em torno de 3h para ser solucionado, não tem como trocar instantaneamente, nem tem como prever” comenta.
Invasões
O grande número de ocupações em Manaus é um dos fatores que acabam prejudicando a qualidade do serviço na cidade. “A ocupação acaba interferindo na área regular. Abre uma ocupação quase todo dia em Manaus. Se o cara não denunciar não conseguimos cuidar de tudo isso. Cliente que paga a conta em dia está pagando pelo irregular” critica Márcio.
Segundo o assessor quando a instalação elétrica é pensada já se projeta para quantos habitantes e apartamentos ela irá comportar. O caso do conjunto Bem Viver, entregue em janeiro, onde é realizada uma feira próxima ao conjunto é um dos casos citados. “A feira está toda irregular. As projeções foram feitas para um número de casas, é tudo planejado. Isso agrava o problema a cada dia. Os políticos chegam lá e prometem moradia para 15 mil habitantes, mas lá não comporta esse tanto de gente”, comenta.
Campanha
Para os próximos meses está planejado uma campanha para conscientizar a população. “Queremos legalizar o cliente para que se torne um parceiro, ninguém tem intenção de prejudicar o consumidor. Precisamos envolver toda sociedade para que o irregular não prejudique os demais”, ressalta. A ideia é informar e estimular consumidores e empresas sobre como regular sua situação, como denunciar irregularidades, os riscos para segurança e prejuízos financeiros que as ligações irregulares provocam.
Um dos exemplos destacados é a questão da tarifa social. Serviço oferecido que possibilita aos consumidores de baixa renda ter parte de sua conta subsidiada pelo governo para pagar um valor mais barato na sua conta de luz. “A maioria dos cidadãos não sabem disso. Você se regulariza, vira cliente efetivo, mas paga uma conta bem mais barata por que é subsidiada pelo governo federal. Isso também será mais divulgado. Temos que estimular o consumidor a querer se legalizar” explica Márcio Paixão. O Disque Denúncia da empresa funciona hoje através do telefone 0800-701-3001.
Fonte: JCAM
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