24/11/2015
O governo confirmou, na semana passada, que estuda medidas de proteção à indústria de aço brasileira, como o aumento da alíquota de importação. As alíquotas de importação de alguns produtos siderúrgicos podem subir de 8% a 14% para entre 15% e 20%. Ainda não há uma decisão tomada, segundo a reportagem apurou, e, se houver aumento do imposto, será temporário, até que o país volte a crescer. "Quando há aumento no aço, é impossível não passar ao revendedor e aí para o consumidor. Alguns outros tipos de aumento, a indústria até segura. Mas o aumento do aço é direto na veia", disse o presidente da associação que reúne fabricantes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, Lourival Kiçula. Com a pressão no custo da matéria-prima, os produtos que devem ser mais atingidos são os itens da chamada linha branca - fogão, geladeira, má- quina de lavar roupa. "O efeito do aumento é ainda mais preocupante no atual período de queda de vendas, disse Kiçula.
"Pressão de custos dessa forma prejudica os esforços da indústria para manter vendas e, consequentemente, o nível de emprego". Segundo a Eletros, a venda de eletrodomésticos caiu 11% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2014, e a previsão é fechar 2015 com queda de 17% na linha branca. No ano passado, as indústrias do setor empregavam 103 mil pessoas de forma direta e foram responsáveis pela geração de 217 mil empregos indiretos. Com a retração das vendas, no acumulado até agosto de 2015, houve uma queda de 20% no emprego direto e a estimativa é que esse número suba para 35% até dezembro. "As indústrias já fizeram demissões para se ajustarem (à queda da demanda).
Mas, se tiver aumento do custo do aço em um momento em que inflação está em alta, renda menor e o consumidor receoso em comprar, isso nos preocupa e muito", diz Kiçula. Abinee A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) tem a mesma avaliação da Eletros. Para a associação, um eventual aumento das alíquotas do imposto de importação de aço traria "impactos significativos para toda a cadeia produtiva, comprometendo a rentabilidade das empresas e colocando em risco seus investimentos e o nível de emprego do setor eletroeletrônico".
Fonte: Amazonas Em Tempo