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Posse: “O Cieam está comprometido a ajudar a superar desafios”

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20/07/2015

À frente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), o empresário e economista Wilson Périco, paulista de 53 anos, radicado no Amazonas há mais de 20 anos e dirigindo empresas na Zona Franca de Manaus, tomou posse nesta sexta-feira, para um novo mandato de quatro anos (2015-2019) na presidência da entidade que dirige desde 2011.

No discurso de posse, Wilson Périco destacou como prioridade da entidade para o novo mandato o resgate da legalidade do reconhecimento da Taxa de Serviço Administrativo (TSA) que atualmente é desviado de sua finalidade. Para ele, os recursos dessa taxa têm que ser investidos no desenvolvimento dos Estados da Amazônia Legal. Nos últimos dez anos foram recolhidos das indústrias da Zona Franca de Manaus mais de R$ 53 bilhões e só foram devolvidos R$ 17 bilhões para os Estados da região. "Se é utopia buscar o que foi contingenciado, não é utopia exigirmos que daqui em diante os recursos fiquem aqui nos Estados da Amazônia", disse.

Ele também defendeu a a criação de novas matrizes de desenvolvimento econômico, o que depende, em grande medida, de reformas estruturais, como a reforma tributária e reforma política.

Os principais pontos do discurso de Wilson Périco estão na entrevista a seguir, concedida ao Amazonas Atual com exclusividade, um dia antes de ele tomar posse.

Cínthia Guimarães - Quais são os principais desafios para os empresários da indústria amazonense a partir deste novo mandato?
Wilson Périco -
Temos dois grandes desafios: um o de manter a competitividade e as vantagens comparativas que temos hoje no PIM (Polo Industrial de Manaus) para preservar os investimentos e os empregos e atrairmos novos investimentos. O outro é o de desenvolvermos novas matrizes econômicas para o nosso Estado, focando as potencialidades dos demais municípios do Amazonas, diminuindo a dependência que temos hoje do que se produz no PIM e reduzindo essa concentração de riqueza e renda da capital, levando emprego, renda e geração de riquezas para as demais regiões de nosso Estado.
 
CG - As mudanças fiscais propostas pelo governo neste ano de ajuste tem afetado nossas indústria? Entre elas o aumento do PIS/ Cofins para bens importados.
WP -
O governo federal precisa ajustar suas contas, mas está fazendo isso repassando o custo para a sociedade, com o aumento do preço de combustíveis, energia, tributos, juros e não faz as reduções no custo da máquina pública que são extremamente necessários. O aumento do custo reduz a competitividade das indústrias, isso somado ao nível de desemprego que reduz a confiança do consumidor que estamos vivendo. O aumento de tributos para produtos importados, num primeiro momento, aumenta a competitividade da indústria nacional, mas encarece o produto num momento em que o consumidor já está sem "vontade" de comprar.
 
CG - Qual o papel da entidade neste momento de incertezas econômicas?
WP -
O Cieam está comprometido em participar e contribuir com o Estado do Amazonas na busca das soluções passíveis para um futuro melhor. São muitos os desafios, mas são muitas as oportunidades, especialmente se olharmos para fora da capital, olharmos para as potencialidades de toda nossa região. O Cieam está totalmente comprometido em contribuir para com seus associados e para com o estado do Amazonas na superação de todos os desafios e no desenvolvimento de todas as oportunidades possíveis.
 
CG - Há possibilidade de lançarem mão do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), publicado este mês através de Medida Provisória pelo governo federal? Já estão estudando estas condições?
WP -
Demitir é a última alternativa. Certamente, se o programa alcançar os segmentos que temos no PIM, ele será uma alternativa a mais para evitarmos mais demissões.

CG - Como o Cieam enxerga a perda da autonomia da Suframa neste momento de greve e de superintendente indefinido?
WP -
Como um desrespeito a toda a contribuição que o modelo Zona Franca dá para a região Norte do país; como desrespeito à classe de profissionais que forma o quadro de servidores da Suframa. É muito triste para nós e vergonhoso para o governo federal tamanho descaso.
 
CG - Sobre a proposta do governo de transformar a Suframa numa agência federal? Vai mudar algo para a gestão da autarquia junto às indústrias?
WP -
Não tenho opinião formada sobre essa mudança, mas qualquer alteração que não resgate a autonomia e não assegure que os recursos aqui arrecadados sejam aplicados aqui não atende nossas expectativas.
 
CG - O que o senhor quis dizer com o resgate da legalidade do recolhimento da TSA? Como é vista esta contribuição hoje?
WP -
A TSA (Taxa de Serviço Administrativo) foi criada para ser aplicada nos Estados da Amazônia Ocidental; é um recurso que deveria estar sendo utilizado para melhoria de infraestrutura, atração de investimentos, redução das desigualdades regionais e isso não está acontecendo, isso fere o propósito para o qual essa taxa foi criada e, em assim sendo, a sua cobrança é indevida.
 
CG - Como está a situação da infraestrutura das vias do Distrito Industrial? O que esperam as indústrias para este problema que parece irresoluto?
WP -
Muito ruim, ainda temos vias com buracos enormes; já ocorreu uma morte por acidente por conta das condições dessas vias. Temos, todos nós, Estado e município, que assumir e cuidar daquilo que sustenta nosso Estado socioeconomicamente, não podemos ficar nesse empurra empurra.
 
CG - Quanto à reforma do ICMS que está sendo discutida no Congresso Nacional?
WP -
Acredito que podemos preservar nossas vantagens; nas últimas conversas que tivemos com a equipe econômica do Estado eles estavam bastante otimistas, vamos acompanhar.
 
CG - O que o Cieam pode contribuir com a busca por novas matrizes econômicas para o Amazonas?
WP -
Com todo o apoio possível, participando dos conselhos cujos recursos são arrecadados com contribuição das empresas com FTI (Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas), FMPES (Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do Amazonas) e UEA (Universidade do Estado do Amazonas). Buscando formas de utilizarmos as verbas de P7D (Pesquisa e Desenvolvimento) que geramos aqui, enfim, buscando formas de assegurar que o que se recolhe como taxa aqui seja aplicado em nossa região.
 
CG - Qual é a perspectiva para a economia amazonense, baseada no desempenho da indústria de transformação, para este ano de 2015?
WP -
Não teremos um ano positivo, infelizmente.
 
CG - Há como projetar um cenário melhor em 2016? Ou ainda é prematuro falar disso?
WP -
Difícil fazer qualquer prognóstico. Só existe uma certeza: os desafios são enormes, mas temos muitas oportunidades. O Cieam está comprometido a ajudar nossos associados e nosso Estado a superar todos os desafios e a desenvolver todas as alternativas possíveis para retomarmos os crescimento.

Fonte: Amazonas Atual

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