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Pós pandemia exigirá empresas mais virtuais

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04/05/2020

Fonte: Acrítica

Larissa Cavalcante

Com o isolamento social e a desaceleração da economia, com o comércio não essencial de portas fechadas, como será o mundo dos negócios pós-coronavírus?

Especialistas ouvidos por A CRÍTICA avaliam que as empresas terão que se adaptar ao novo paradigma de comportamento das pessoas, com novas formas de consumo e de trabalho, sendo a crise uma oportunidade para tornar os negócios digitais.

Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que o home office deve crescer 30% após a crisedonovocoronavírus(Covid-19) e sugere que líderes pensem, testem e compreendam que a tecnologia é `cada vez mais um ativo humano'.

"Diante desse novo cenário, torna-se necessário entender que o passado não é mais um guia para o futuro. O primeiro passo para navegar em um ambiente de mudança é elaborar uma estratégia de crise para resolver prioridades, depois preparar uma recuperação e esboçar uma de pós-crise. O home office já se mostrou efetivo. Aliado a isso, você tira carros da rua, você desafoga o transporte público, você mobiliza a economia de outra forma", explicou o professor da FGV e desenvolvedor do estudo, André Miceli.

TELETRABALHO

A gestora de investimentos online Magnetis colocou todos os funcionários em regime de teletrabalho para conter o avanço da Covid19 no Brasil. "Os líderes e empreendedores têm a responsabilidade e estão em uma posição única para contribuir adotando medidas preventivas em suas empresas. São escolhas difíceis e têm impacto significativo, mas que são necessárias agora. A cultura do trabalho remoto sempre fez parte do DNA da Magnetis. Temos perto de 30% do time trabalhando integralmente remoto, distribuídos em seis estados do Brasil, e neste momento decidimos adotar o trabalho remoto para todos os Estudo da FGV aponta que o home office deve crescer 30% após a crise do novo coronavírus e sugere que líderes pensem, testem e compreendam que a tecnologia é `cada vez mais um ativo humano' funcionários", afirmou o fundador e CEO, Luciano Tavares.

REINVENÇÃO

Na avaliação do mestre em administração, Cesar Meireles, a crise irá revelar não apenas vulnerabilidades, mas oportunidades para melhorar o desempenho e o sucesso dos negócios de amanhã. "O mundo, e o Brasil, precisarão promover uma profunda revisão de seus conceitos, necessitarão, portanto, de um grande projeto de reinvenção estrutural. É provável que os governos se sintam encorajados e apoiados por seus cidadãos para assumir um papel mais ativo na formulação de políticas públicas sintonizadas com a atividade econômica", avalia o presidente da Associação Brasileira de Operadores Logísticos.

Meireles ressalta que lideranças empresariais precisarão antecipar mudanças de políticas e regulamentações apoiadas popularmente, à medida que a sociedade procura evitar, mitigar e antecipar uma futura crise de saúde pública semelhante à que enfrentamos hoje.

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Recessão

Com o avanço da pandemia de coronavírus e a ameaça de retração global, a expectativa de evolução da economia brasileira em 2020 caiu mais uma vez, de queda de 1,96% para recuo de 2,96%, conforme o Relatório de Mercado Focus divulga no dia 20, pelo Banco Central. Segundo o boletim, os economistas esperam que a taxa básica de juros, a Selic, termine o ano em 3%.

No início de abril, o ministro da Economia, Paulo Guedes admitiu que, se a crise avançar após julho, o PIB este ano pode ter queda de 4%.

PLANEJAMENTO

O CEO da Outitude Business Solutions (OBS), associada regional da Fundação Dom Cabral, Fábio Guarnieri afirmou que o cenário é de instabilidade e as empresas devem considerar o planejamento estratégico para pandemias.

"Isso não estava no repertório de ninguém e partir de agora as empresas vão considerar as pandemias. Os empresários estão com um nível de estresse absurdo porque a gente não sabe a extensão disso.

Quando que a minha empresa pode funcionar? Estou vendo de positivo que as pessoas estão mais solidárias, os negócios estão mais solidários e as marcas que vão prosperar são aquelas que vão ter uma visão de mundo mais sustentável. Olhar o mundo não só o próprio umbigo", afirmou.

Guarnieri pondera como tendência pós-crise a combinação entre performance e progresso com produtos e serviços com o propósito mais amplo e não apenas um mero alavancador de receitas.

"Negócios vão surgir. Será se as pessoas vão voltar a trabalhar no escritório? Pessoas relatam que estão sendo muito mais produtivas em casa. O mundo do teletrabalho ou a mistura entre home office e de vez em quando reuniões e alinhamento no escritório me parece outra tendência", disse.

REQUALIFICAÇÃO

Fábio Guarnieri disse ainda que as mudanças impostas pela crise gerada pela pandemia proporcionar a mu m aaceleração digital de oito a 10 anos no mundo.

"Não é uma transformação digital porque as ferramentas já estavam disponíveis. O empresário que sabe apenas comprar e vender não vai ter vez. Vai aumentar muito a demanda por capacitações mais complexas: estratégias, cenário, macroeconomia, cultura organizacional e uma série de temáticas que sempre ouvimos de clientes conversadores dizer que é baboseira, mas já percebo os empresários sensíveis a falar sobre isso. O `mundo' não compreende como antes, está muito mais sofisticado", declarou.

Análise

POR Augusto Lins

EMPRESÁRIO E PRESIDENTE DA CREDENCIADORA DE CARTÕES STONE

`No final, vai ter mais gente digitalizada'

Essa crise está sendo fundamental para impactar alguns hábitos de consumo e a forma como a gente trabalha.

Estamos descobrindo que podemos consumir mais via e-commerce. Estamos vendo a conveniência, a simplicidade e também que os processos são confiáveis. Os cartões de crédito e as transações não presenciais aumentaram bastante.

Entendo que isso vem para ficar. No final, vai ter mais gente digitalizada, mais gente comprando da internet e utilizando meios de pagamento eletrônicos e o resultado vai ser inclusão financeira e social. Essa crise tem início, meio e fim e o pós crise tende a ser muito benéfico para o nosso país.

A Stone já trabalha com home office algum tempo em algumas áreas, principalmente, de desenvolvimento e de tecnologia onde temos profissionais espalhados pelo brasil inteiro. Na nossa matriz tem muita gente que prefere trabalhar um ou dois dias em casa e ir para o escritório. O importante pra gente é não ficar regulando o horário, é garantir que o cliente está sendo bem atendido e trazer mais clientes para que a vida dele fique melhor.

Conseguimos em tempo recorde colocar todo mundo em home office e para isso tem que ter redes virtuais e de conexão, todo mundo com laptop e ferramentas de segurança para manter a proteção dos dados.

(No home office) Acho que a gente acaba trabalhando mais por não ter hora para começar e nem para acabar. Exige muita disciplina para programar o seu dia, mas em linhas gerais estou sendo bastante produtivo.

Estamos vivendo um período de transição. Vamos superar esse processo, o empreendedor e o empresário tem que fazer um grande esforço para manter os empregos e o governo fará esforços para garantir a retomada da economia e estou muito confiante que a crise vai passar e venceremos juntos".

Luiz Candreva

FUTURISTA, EMPREENDEDOR, PALESTRANTE INTERNACIONAL

Legado é saber lidar no caos

Nesse caso do coronavírus tivemos uma ruptura muito forte saímos de uma inércia em que o mundo estava com uma economia evoluindo, com a particularidade de cada país.

De repente teve uma ruptura dessa que vai gerar uma série de oportunidades. Tínhamos muitas tendências crescendo como a diminuição da privacidade das pessoas não de maneira invasiva.

Melhores casos de enfrentamento da pandemia foram a Coreia e Cingapura, ambos países se valem de sistema que destrói a privacidade das pessoas para ter acesso a tudo.

Com o avanço brutal das pessoas trabalhando em casa a maioria das empresas não estavam com sistemas preparados. Vai ter um monte de ataques. Empresas com problemas de vazamento de dados, de funcionamento remoto dos funcionários, restrições de acesso e os bancos estão sofrendo muito com isso.

A cibersegurança deve crescer muito. Avançamos de oito a 10 anos a transformação digital que todo mundo falava, mas pouco se fazia. Essa ruptura avançou em 10 anos a necessidade, mas a estrutura não está pronta. O maior legado é saber lidar no caos, entender que esse movimento de incertezas é basicamente o que será a toada a todo momento. O futuro não aceita juízo de valor.

Caminhamos para um futuro que será caótico queira a gente ou não. Gestores que se adaptarem e conseguirem fazer isso com mais agilidade vão ter mais lugar nesse futuro. Se apegar ao modelo de negócio e tentar mantê-lo vivo, pode matar a empresa.

Encontrar o problema e resolver de maneira eficiente é a melhor maneira de inovar. Isso que é novo para muita gente é familiar para empresas que crescem como startups e os impactos acabam sendo menores. As empresas vão ter que se adaptar ao novo modelo mental de comportamento das pessoas".

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