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13/07/2017

Reportagem publicada no Jornal do Commercio

A aprovação do texto-base da reforma trabalhista, no Senado, na terça-feira (11) gera boas expectativas à classe empresarial amazonense. No comércio, representantes acreditam que os impactos positivos, como por exemplo a geração de empregos, deverão acontecer de forma imediata após a sanção presidencial. Por outro lado, os representantes da indústria projetam melhores resultados decorrentes da reforma apenas no primeiro trimestre de 2018, devido à instabilidade no consumo. A nova legislação entrará em vigor 120 dias após a sanção presidencial.

De acordo com o presidente da assembleia-geral e do conselho superior da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ismael Bicharra, a aprovação pelo Senado do texto que propõe a reforma trabalhista representa uma vitória não só aos empresários, mas também à classe trabalhista. Ele explica que a partir da nova legislação haverá liberdade de negociação entre empregador e trabalhador, o que hoje segundo ele é engessado pela burocracia.

Bicharra destaca que um dos impactos diretos a serem sentidos no início de vigência das novas regras, é a retomada no volume de contratações para atuação no comércio amazonense. O empresário acredita na diminuição, ainda neste ano, do índice de desemprego.

"As contratações acontecerão de imediato porque só se consegue crescer empregando. Acredito que ainda neste ano os números do desemprego podem diminuir. A legislação prevê liberdade de negociação, dentre outras modernizações que com certeza resultarão em um impacto positivo, de forma expressiva, na economia", disse.

Mas, as previsões a curto prazo podem não ser tão otimistas na visão dos empresários da indústria. O vice-presidente do Sinaees-AM (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado do Amazonas), Celso Piacentini, comenta que os impactos a serem sentidos por parte das fabricantes do PIM (Polo Industrial de Manaus) após a implementação da legislação trabalhista devem ser registrados a longo prazo porque a indústria depende das demandas do mercado, da situação econômica nacional. Ele explica que a aprovação do texto proporciona um ambiente mais favorável com relação às negociações entre o empregador e o trabalhador. Porém, não cria novos empregos.

"Acredito que a nova legislação trará bons resultados a longo prazo. A reforma trabalhista facilita a geração e a manutenção dos empregos. As coisas estão ficando menos engessadas e mais negociáveis. O ambiente está mais favorável, mas é preciso ter mercado", disse.

Piacentine também analisa a ocorrência de um fato que ele chama de "descolamento" entre a economia e a política. Fator, que segundo ele, se tiver continuidade mesmo que gradativa contribuirá para a retomada nas contratações no polo industrial. "Os problemas políticos não deverão ser resolvidos tão cedo. Mas, apesar das inconstâncias vemos a economia reagir com a baixa da inflação, por exemplo, dentre outros fatores. Isso é o que chamo de descolamento porque mesmo a política sinalizando fatos negativos, a economia dá sinais positivos com a retomada do mercado. Esse descolamento realmente precisa acontecer", avaliou o empresário.

Segundo o vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, o texto da reforma trabalhista moderniza as relações de trabalho e as formas de negociação ao mesmo tempo em que mantém os direitos trabalhistas. Ele ressalta que os acordos feitos entre o empresário e o trabalhador, sem a interferência dos sindicatos laborais e do setor judiciário, entre outras mudanças tornarão os processos ou acordos mais simples, rápidos e gerando menores custos à empresa.

"A reforma trabalhista é uma modernização da legislação que vem facilitar a vida do empregado e do empregador porque ambos terão permissão para negociar sem a interferência do judiciário e de sindicatos. As situações serão resolvidas com mais simplicidade e com menos custos para a empresa. Hoje, o que impacta a economia são as crises agudas que acontecem na política com acontecimentos desrespeitosos entre os parlamentares. Tudo isso abala a imagem do Brasil no cenário internacional".

O presidente do Simplast (Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Manaus), Celso Zilves, avalia que é prematuro prever algum impacto direto na indústria local decorrente da aprovação da reforma trabalhista. Ele cita que boa parte das indústrias do setor plástico ainda operam com capacidade ociosa e aguardam um impulso no consumo para o aumento produtivo. "A curto prazo a sanção da reforma trabalhista não causará impactos. Mas, acredito que no primeiro trimestre de 2018 os primeiros resultados positivos deverão ser sentidos com a retomada no consumo".

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