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Polo madeireiro segue patinando, com faturamento em queda no AM

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29/03/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

O segmento madeireiro do PIM (Polo Industrial de Manaus) aumentou a produção e empregos, conforme a estatística mais recente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), mas segue patinando nos investimentos e vendas.

De janeiro a novembro, as três empresas incentivadas listadas pela autarquia federal registraram faturamento global de US$ 14.54 milhões. O montante foi 9,07% inferior aos US$ 15.99 milhões do mesmo período de 2017.

De 2013 para cá, quando fechou com resultado estagnado, o subsetor vem oscilando entre poucos anos de alta e muitos de baixa. Após amargar um triênio de perdas – 2014 (-23,65%), 2015 (-22,23%) e 2016 (-11,71%) –, as empresas ensaiaram uma retomada em 2017 (+15,12%), apenas para mergulhar novamente em 2018.

Convertido em reais, o resultado obtido pelas madeireiras do PIM no acumulado dos 11 meses iniciais de 2018 foi positivo em 6,34%, e as vendas saltaram de US$ 50.91 milhões (2017) para US$ 54.14 milhões (2018) entre os dois períodos.

O ano de 2013 também foi de empate no cálculo do montante comercializado pelas fábricas do Polo em moeda nacional. Foi seguido pelos decréscimos de 2014 (-16,51%) e de 2016 (5,59%), e pelas elevações de 2015 (+9,64%), 2017 (+4,26%) e 2018 (+6,34%).

As vendas oscilaram, mas a produção aumentou. Embora os Indicadores da Suframa mais recentes digam respeito a um período incompleto, a quantidade de metros cúbicos de madeira beneficiada pelas indústrias do PIM nos 11 meses de 2018 (1.951) é 9,67% superior ao resultado do ‘ano cheio’ de 2017 (1.779). O quantitativo, contudo, ainda está longe do alcançado em 2016 (2.241).

As linhas de produção de madeira serrada também avançaram nessa comparação: de 17.069 (2017) para 19.064 metros cúbicos, uma diferença de 11,69%. Foi o melhor resultado em seis anos – com exceção dos mais de 1,95 milhão de metros cúbicos computados pela Suframa, em 2015.

Empregos e investimentos

Houve crescimento no número de empregos. Entre 2017 (699) e 2018 (730), a média do somatório de postos efetivos, temporários e terceirizados gerou um saldo positivo de 31 vagas, o que corresponde a uma alta de 4,43% entre um estoque e outro. O número foi superior aos de 2016 (707) e 2015 (724), mas ficou bem abaixo do registro de 2013 (918).

A paulatina involução dos aportes produtivos nos últimos seis anos, por outro lado, aponta para baixo uso da capacidade instalada, estreitando as perspectivas de novos ganhos de produção e contratações nas fábricas do PIM, no horizonte imediato.

O total injetado pelas madeireiras do Distrito foi de US$ 24.79 milhões, de janeiro a novembro de 2018. O montante corresponde a um recuo de 13,29% em relação aos 12 meses de 2017 (US$ 28.59 milhões) e sinaliza que o ano consolidará a baixa, já que a média mensal de investimentos correspondeu a US$ 2 milhões no período. Foi valor mais baixo registrado pelas empresas desde 2013 (US$ 50.52 milhões).

Portas fechadas

O presidente do Sindicato da Indústria de Serrarias e Carpintarias no Estado do Amazonas, Miron Fogaça destaca que o segmento viu pelo menos três empresas de grande porte encerrarem suas atividades em Manaus nos últimos anos – uma delas, multinacional.

No entendimento do dirigente, que também já participou do extinto Sindicato das Indústrias de Madeiras Compensadas e Laminadas no Estado do Amazonas, as perdas do segmento se devem menos a flutuações de mercado e muito mais aos entraves burocráticos e preconceitos que estariam inibindo o potencial da atividade no Amazonas.

“Temos que trazer as principais lideranças políticas e empresariais para Manaus e fazer uma conferência, mostrando que ninguém tem interesse em acabar com a floresta. Deveríamos demonstrar que temos regras de manejo florestal e que o empresário não quer acabar com sua fonte de matéria prima”, desabafou.

Miron Fogaça ressalta que é grande o interesse – inclusive de investidores internacionais – em explorar a atividade madeireira no Amazonas, o que poderia trazer bons negócios no médio prazo. Mas, o dirigente se mostra reticente quanto à possibilidade de que as mudanças de governo, nos âmbitos estadual e federal, gerem maior flexibilização institucional para a atuação das empresas.

“Minha família tem tradição de trabalhar nesse ramo e trago isso no sangue. Mas, até agora não vi nenhum sinal de que as coisas vão efetivamente mudar para as empresas. Em minha opinião, ainda falta conhecimento e visão estratégica sobre a atividade”, arrematou.

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