09/07/2015
De acordo com o presidente do Cieam, Wilson Périco, a redução no índice da capacidade instalada utilizada no PIM está diretamente ligada às paralisações de indústrias que anunciaram férias coletivas no último mês, ocasião em que mais de dez fábricas oficializaram a interrupção nas atividades por conta da diminuição na demanda. As férias envolvem cerca de 35 mil trabalhadores, que devem voltar aos postos até o final deste mês.
Périco ainda disse que diferentemente dos anos anteriores, no início deste segundo semestre, ainda não há previsões quanto ao aumento produtivo para o atendimento ao período de final de ano. Ele atribui o cenário negativo à queda nas vendas, o que consequentemente impacta os níveis fabris; e ainda à greve dos servidores da Suframa, que dificulta o processo de desembaraço das cargas que chegam à cidade. "Não vemos nenhuma movimentação quanto ao reforço produtivo. Pode ser que isso aconteça a partir do mês de agosto ou setembro. É difícil fazer qualquer prognóstico neste momento porque não vemos nenhuma notícia por parte do governo federal que possa resgatar a confiança do mercado e do consumidor, algo que nos leve a uma retomada econômica", disse. "Torcemos para que o governo adote as medidas certas", completa.
Para o empresário, o faturamento industrial deste ano, embora ainda não esteja fechado, pode ser considerado como negativo. Ele assegura que é impossível obter novos números a partir de agora. "Esse ano será negativo. É impossível reverter. Em 2016 a situação se repetirá porque dificilmente teremos um cenário melhor no primeiro semestre. Pode ser que a situação melhore a partir de 2017", avaliou.
Projeções para o comércio
Segundo o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, o segmento comercial também não visualiza dias melhores quanto às vendas. Ele explica que devido à greve da Suframa as transportadoras localizadas nas regiões Sul e Sudeste do país, que abastecem o comércio amazonense começam a reter o envio de novas cargas por conta dos contêineres que estão presos em Manaus. Esse fator, conforme o presidente, pode acarretar no desabastecimento das lojas no período natalino. "Dependemos das mercadorias nacionais e se as transportadoras decidirem não enviar novas cargas para a cidade, significa que vai faltar mercadorias para o natal", disse.
Supermercados
De acordo com o vice-presidente da Associação Amazonense de Supermercados (Amase), Alexuel Rodrigues, as ceias e demais comemorações natalinas podem ser comprometidas caso a paralisação dos servidores da Suframa ultrapasse os próximos 20 dias. Ele explica que hoje, o consumidor consegue sentir a falta de 400 itens nas prateleiras, distribuídos entre os produtos que compõem a cesta básica e a mercearia seca, que são os enlatados e os fast foods. "As cargas de produtos que estão em falta já estão em Manaus. Os produtos perecíveis recebem liberação. Porém, se a greve continuar por mais 20 dias teremos o abatimento de 1,5 mil produtos. Se superar os 20 dias teremos o final de ano comprometido", disse.
Fonte: Portal Amazônia