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Polo Industrial de Manaus perde 14,7 mil empregos em um ano

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30/07/2015

Sofrendo os reflexos diretos da crise econômica nos níveis de produção e venda, de janeiro a maio de 2015, o Polo Industrial de Manaus (PIM) fechou 9,5 mil postos de trabalho. Os números constam dos Indicadores de Desempenho Industrial da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). De acordo com autarquia, o mês de maio sozinho fechou com saldo negativo de 4,7 mil empregos, registrando assim, a menor média de mão de obra empregada desde 2010, levando-se em consideração trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. Em um ano, ainda segundo os números da Suframa, o PIM perdeu 14,7 mil vagas.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, explica que, com a diminuição no ritmo da produção industrial amazonense, muitas empresas, apesar de buscarem alternativas que preservem os quadros funcionais, como férias coletivas ou jornadas reduzidas, muitas vezes não tem outra opção, a não ser demitir. “As empresas procuram reduzir todos os custos possíveis e imagináveis que não prejudique o quadro de colaboradores. Mas chega um ponto que, infelizmente, a situação se torna insustentável, e é este o caso. Tivemos um primeiro semestre muito ruim. Se olharmos as empresas, em sua maioria, chegaram a dar férias coletivas duas vezes só no primeiro semestre –a primeira em abril e a segunda em junho. Tudo isso é reflexo da crise”, explicou.

Como a fabricação de bens duráveis é baseada na linha de produção, Nélson Azevedo explica que os cortes efetuados por uma única empresa podem afetar diretamente dezenas de fornecedores de componentes ou matérias-primas, o que gera um ‘efeito dominó’, ampliando ainda mais os números do desemprego. “Quando temos dispensa em uma montadora, por exemplo, isso representa praticamente prejuízos em mais itens da cadeia. A montadora, quando diminui a produção de um produto acabado, toda a cadeia sofre com os reflexos porque são vários fornecedores. Com isso temos uma redução generalizada. Uma empresa como a (Moto) Honda, quando dispensa 200 funcionários, significa dizer que para cada um deles, de 5 a 10 outros trabalhadores são afetados no restante da cadeia, dos componentes”.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados no último dia 10, com o recuo de 17,3% na produção industrial no acumulado dos cinco primeiros meses do ano em comparação com igual período do ano anterior, o Amazonas amargou a pior queda entre os 15 locais pesquisados pelo terceiro mês consecutivo, apesar da alta de 2,6% no índice mensal de maio.

Alternativas


Ainda segundo Nelson Azevedo, apesar das medidas adotadas pelo governo federal na tentativa de reverter a estagnação da economia, a indústria ainda prevê que novas demissões deverão acontecer no segundo semestre. Azevedo explica que hoje a maioria das empresas do PIM já estão trabalhando em turnos que variam de 40% a 50% de sua capacidade de produção instalada e –caso as dificuldades persistam –a mão de obra poderá ser ainda mais reduzida.

Segundo o vice-presidente da Fieam, mesmo com a proximidade do Dia dos Pais, ou mesmo as festas de fim de ano, a indústria local “não tem nenhuma luz que nos guie e indique dias melhores”. “Todas as medidas tomadas pelo governo federal não têm funcionado. Temos visto ações concretas por parte do governo do Estado que tem cortado despesas e gastos efetivos, não está cortando verbas futuras de orçamento –são os gastos correntes. Além disso temos a Suframa, que poderia estar aprovando projetos, adquirindo autonomia, realizando reuniões e definindo o nome de seu superintendente. Isso tudo influenciou de forma muito negativa no resultado do primeiro semestre. O quadro que se descortina à nossa frente, tem mais ou menos esta característica de comportamento. E isso tudo reflete na redução de mão de obra”, obra”, declarou Nelson Azevedo.

Programa Federal


Nélson Azevedo destaca que, prevendo mais dificuldades no segundo semestre, algumas empresas do Polo Industrial de Manaus já estudam a adoção do recém lançado PPE (Programa de Proteção ao Emprego), do governo federal. Apresentado no último dia 21 de julho pelo Ministério do Trabalho, o programa permite a redução da jornada de trabalho em até 30% com redução salarial.

De acordo com as regras, no caso de redução de 30% da jornada os salários serão reduzidos em pelo menos 15% - com os outros 15% subsidiados pelo governo com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) “Esta é uma das formas para tentar manter o quadro de pessoal, mas isso requer negociação com o sindicato laboral. A indústria está pensando em todas as alternativas possíveis para não agravar ainda mais o quadro. Vamos aguardar como o mercado vai se comportar a partir de agosto. No mês que vem teremos o Dia dos Pais e, depois, as festas de fim de ano. Esperamos que isso não aconteça, mas deverão haver ainda mais ajustes”, explicou Azevedo.

Fonte: JCAM


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