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Polo Industrial de Manaus já demitiu mais de 14,2 mil funcionários

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16/06/2015

Um total de 14.273 trabalhadores do regime CLT do Polo Industrial de Manaus (PIM) teve a rescisão do contrato homologada de janeiro a maio deste ano. O número representa aumento de 3,26% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 13.822 foram dispensados pelas empresas instaladas no PIM.

Os dados são somente dos setores metalúrgico, duas rodas, eletrônico, naval, meios magnéticos, termoplástico, químico e farmacêutico, e foi obtido com os sindicatos das categorias.

O Polo Termoplástico é um dos mais afetados, de acordo com dados do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Material Plástico de Manaus e do Estado do Amazonas (Sindiplast-AM). O setor já registrou 1.464 demissões nos cinco primeiros meses do ano, aumento em torno de 21,49% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o segmento havia dispensado 1.205 pessoas. Além disso, quase mil trabalhadores deverão assinar o término do contrato na próxima semana.

Somente a Masa da Amazônia Ltda e a Pastore da Amazônia S/A dispensarão 460 e 300 funcionários, respectivamente. A informação é do presidente do Sindiplast-AM, Francisco Brito. “Nosso setor está se desmanchando! Só na próxima semana vamos estar com mais de 800 a mil pessoas assinando o término de contrato. Isso sem contar com as demissões de temporários”, disse.

As empresas que mais demitiram foram: Masa (225), Tutiplast Indústria e Comércio Ltda (171), Component Indústria e Comércio (142), e Pastore (113).

Outro polo industrial amazonense que está registrando demissões além do comum e em todos os dias deste ano é o químico e farmacêutico. O setor já contabilizou quase 400 demissões nos cinco primeiros meses do ano, quando a média para o período, nos anos anteriores, é de 80 rescisões, conforme dados do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas Farmacêuticas do Amazonas.

A diretora de homologação de rescisão da entidade, Maria de Fátima da Silva, contou que três empresas de pequeno porte do polo químico e farmacêutico local já fecharam as portas. O número de demissões é considerado alarmante, visto que o setor não tem tanta rotatividade. “Teve dias de fazer de 20 a 30 homologações de rescisão. Uma quantidade inédita e a pior dos últimos 20 anos em que estou no sindicato”, relatou.

Já os setores metalúrgico, eletrônico, naval e meios magnéticos registram retração de 1,02% no número de demissões de janeiro a maio deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 12.409 rescisões (2015) contra 12.537 (2014), conforme o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM).

As empresas que mais demitiram funcionários foram: Samsung (1.012), Digiboard (600), LG (589), Salcompr (577), Whirlpool (459) e Moto Honda (439).

Mercado em fase de adequação


Para o diretor da Sindmetal-AM, João Brandão, está havendo uma adequação do mercado, visto que as empresas estão mantendo a produção, mas reduzindo o quadro funcional.

“Toda empresa tem uma rotatividade mensal que varia em torno de 5%, mas tem empresa com maior dificuldade, sendo que as fábricas fornecedoras para o polo de duas rodas são as mais afetadas. A maioria reduziu em 50% o quadro funcional”, destacou.

Ele salientou que algumas empresas do setor eletroeletrônico estão com maior dificuldade para manter os funcionários, entre elas a Digiboard da Amazônia e a Digibras do Brasil, integrantes do grupo Lenovo, antiga CCE. Juntas as duas demitiram 1.039 de janeiro a maio deste ano. “A empresa contrata, mas demite em massa. A Samsung é outra que contrata e demite a cada dois meses”, enfatizou.

Empresas sofrem com a crise


O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, explicou que, para as empresas que fornecem componentes o impacto da crise econômica brasileira é maior, pois elas acabam reduzindo a produção de mais de uma montadora. “As componentistas fornecem de acordo com a demanda do cliente e se ele está em crise provoca um abalo maior”, disse.

Ele também destacou que nesse período muitas empresas estão de férias coletivas, sendo que quando não estão funcionando não há demissões.

Por outro lado, o problema se acentuou em abril, mas a produção continua em queda. “Vamos ver o que vai acontecer quando as fábricas retornarem das férias coletivas”, evidenciou.

Porém, Azevedo salientou que as demissões homologadas pelos sindicatos das categorias são de trabalhadores com no mínimo um ano ou mais empregados na empresas, menos que isso não passa pelas entidades. Desta forma, o número de pessoas dispensadas pelo PIM pode ser diferente. “Na verdade dispensa o mais antigo por conta dos salários maiores”, disse.

Fonte: Amazonas Em Tempo

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