15/05/2015
Foram 20 anos como operador de máquinas numa multinacional. Quando Alexandre foi chamado pelo chefe para uma conversa, já imaginava o que era.
"Eu já sabia. Já tinha plena convicção de que eu iria ser demitido", conta o operador de máquinas Alexandre Soeiro.
A certeza de Alexandre nasceu das milhares de demissões no Polo Industrial de Manaus nos últimos meses. Desde outubro, foram 15 mil demitidos. No período de um ano, o faturamento do Polo Industrial recuou 14%.
De todas as indústrias de lá, a de motos é que a mais sente: principalmente, porque os bancos estão sendo mais cuidadosos na hora de fazer financiamento. E como o estoque da loja não vende, a fábrica também tem que diminuir a produção.
Para reduzir os estoques, as montadoras demitiram ou deram férias coletivas.
"Com essa nova crise que está, principalmente política e econômica, fica difícil da gente, dos nossos produtos decolarem este ano", afirma a gerente de Relações Institucionais da Honda Mário Okubo.
O administrador da Zona Franca acredita em uma recuperação da economia ainda este ano.
"A expectativa é que para o segundo semestre já se tenha um crescimento e em 2016 a economia brasileira como um todo e o Polo Industrial de Manaus volte a crescer", diz o superintendente em exercício da Suframa Gustavo Igrejas.
Já o presidente do Centro das Indústrias do Amazonas não é tão otimista.
"Nós não temos no momento nenhuma perspectiva positiva, de curto e médio prazo", afirma Wilson Périco, presidente Centro das Indústrias do Amazonas.
Fonte: Jornal Nacional