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Polo de Televisores sob risco no PIM

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04/11/2013

Em recente entrevista concedida ao Jornal do Commercio, o prefeito Arthur Neto revelou uma preocupação ainda pouco percebida no PIM (Polo Industrial de Manaus): uma possível ameaça ao polo de televisores. Em uma crítica à falta de matrizes alternativas e à obsolescência do modelo, o prefeito classificou a fabricação destes aparelhos como sendo um risco, principalmente após a convergência digital promovida pelos tablets e smartphones.

“A televisão é sempre um risco de futuro. Eu jamais deixarei de assistir televisão no conforto da minha casa, mas eu também jamais deixarei de consultar a televisão no meu tablet. Jamais vou deixar de consultar a televisão no meu laptop. Jamais vou deixar de consultar a televisão no meu celular. Então em breve poderemos estar cozinhando nosso jantar no microondas e assistindo ao Jornal Nacional no próprio microondas. Eu não duvido que cheguemos a este ponto.

É para lá que nós vamos. Então eu não queria que a gente perdesse as indústrias mais progressistas, mais avançadas tecnologicamente”, lamentou Arthur Neto.

Para o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas) Wilson Périco, o prefeito tem motivos para estar preocupado. Ele explica que a Lei de Informática abre uma brecha para que empresas possam fabricar televisores sob a nomenclatura de bens de informática, que gozam de isenção fiscal em todo o território nacional, o que diminuiria o interesse desses investidores em relação ao PIM.

“Temos uma legislação –no caso, a Lei de Informática –que é inconstitucional. A Constituição Federal diz que os incentivos têm e devem ser concedidos a regiões, para viabilizar o desenvolvimento socioeconômico de uma determinada região, e não ser oferecidos a segmentos. A convergência digital é inexorável, ela vai acontecer cada vez mais e dentro do que está na redação da Lei de Informática, a única coisa que difere um televisor de um monitor é o tamanho da tela.

Então, os televisores têm todos os recursos que o monitor tem e o risco de amanhã alguém querer migrar esse produto e colocá-lo como bem de informática existe”, alertou.

Fazendo coro com o chefe do executivo municipal, Périco defendeu uma reestruturação do modelo Zona Franca, principalmente para se garantir uma maior independência econômica do Estado.

“É por isso que nós falamos que precisamos da prorrogação, mas só ela não garante a sustentabilidade socioeconômica do nosso Estado. Nós precisamos, com essa prorrogação, desenvolver novas matrizes econômicas para que o nosso Estado deixe de ser tão dependente das atividades que hoje o modelo tem”.

Números


Confirmando o pessimismo no setor, as vendas de televisores ficaram abaixo da expectativa em 2013 e devem fechar o ano com números semelhantes aos registrados em 2012 –cerca de 14 milhões de aparelhos. Périco garante ainda que o resultado só não foi mais desastroso porque a Copa das Confederações e o Programa Minha Casa Melhor seguraram as vendas.

“Nós tivemos alguns eventos, neste ano, que ajudaram no resultado. Nós tivemos a Copa das Confederações, tivemos um programa do governo federal que é o ‘Minha Casa Melhor’, que traz incentivos para o comércio vender alguns produtos com parcelamentos e vantagens para o consumidor final e isso fez com que o resultado não fosse o pior. Mesmo assim, o volume de vendas de televisores deve ficar alinhado com o que foi registrado em 2012”.

Mas apesar das dificuldades, ele admite expectativa positiva para 2014 por conta da Copa do Mundo, principalmente no primeiro semestre. “Acredito que o Dia das Mães será o ‘divisor de águas’ no ano que vem, mais do que nos anos anteriores”, finalizou Périco.

Fonte: JCAM

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