10/10/2013
O faturamento do polo sofreu uma redução de 29% nos últimos dois anos. Em 2011, os fabricantes faturaram US$ 6,03 bilhões nos oito primeiros meses do ano. Em 2012, os números baixaram para US$ 4,98 bilhões. Em 2013, de janeiro a agosto o faturamento está na casa dos US$ 4,35 bilhões. Do ano passado para o atual, a redução é de 12,68%;
Os problemas no setor começaram em 2008, com o início da crise financeira mundial, que estourou em 2009, os bancos começaram a ficar mais exigentes para distribuição de crédito e isso afetou o mercado. “São bens duráveis em que as pessoas demandam crédito para comprá-lo, a carteira de crédito dos bancos ficou mais seletiva, com menos prazo e mais juros, ali o setor já começou a sentir”, destacou José Machado.
Com o avanço da crise no ano seguinte, o problema de inadimplência começou a crescer no país, deixando os bancos ainda mais exigentes e afetando o orçamento da população que passou a priorizar outros tipos de bens. “Isso remanesceu com o problema da crise e se agravou em 2012 quando o problema cresceu e tivemos um péssimo ano”, destacou.
Por fim, o economista destaca que esse ano, em que se esperava uma reação do setor, houve um movimento muito crescente nos juros. “É o terceiro fator, que é típico desse ano, o crescimento dos juros vêm prejudicado vários setores, não só o de Duas Rodas, isso foi uma constante em 2013”, destaca.
O presidente do SINMEN (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), Athaydes Félix, afirmou que o polo tem se acomodado no mercado. “O setor não motorizado, que são as bicicletas, só tem um projeto em andamento que é da Caloi. Está praticamente nulo em função da concorrência internacional. Nas motorizadas, sofremos com o controle da produção pelo governo federal através do PPB (Processo Produtivo Básico). Eles regulam conforme a política econômica”, reclama.
Concorrência
Félix também destaca que o crescimento da concorrência está “batendo forte” no PIM. “Tem fábricas em Pernambuco e em outros lugares do Nordeste que estão concorrendo”. José Alberto também lembrou que há fábricas na Bahia que batem de frente com as da ZFM. Para o economista, é uma tendência natural porque ainda há uma demanda não atendida no mercado. “É um mercado abafado pelas condições que citei. Como o mercado é grande e demandante, essas fabricações fora do Amazonas ainda acabam encontrando espaço”.
No entanto, para o economista, ainda há vontade das empresas em permanecerem em Manaus. “A Honda abriu seu núcleo de desenvolvimento tecnológico aqui em Manaus. É algo interessante por que demonstra um comprometimento da empresa que é líder do mercado, com a produção em Manaus. A Honda já preteriu parte da fabricação para Argentina, já tem no Rio de Janeiro, as empresas com sua dinâmica própria. Mas essa atitude demonstra sua intenção de continuar acreditando em Manaus”, lembra.
Fonte: JCAM