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Política e economia rimam com parceria? Nelson Azevedo responde

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18/12/2020

Fonte: EM TEMPO

O anúncio de ação conjunta entre a Prefeitura de Manaus e o Governo do Amazonas provocou burburinho no meio político e empresarial nos dias de confraternização que antecedem o Natal. O empresário e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, relatando a própria experiência, topou um bate-bola sobre o assunto com o jornalista Juscelino Taketomi. Confira:

EM TEMPO - Como o senhor interpreta o ensaio de ação conjunta entre o governador do Estado e o prefeito de Manaus, recentemente eleito para o quadriênio 2021-2024?

Nelson Azevedo - Sempre que as pessoas, entidades e governos se aproximam para trabalhar em conjunto, visando ao bem comum, é muito positivo. Somos um Estado pobre que fica longe dos grandes centros, numa região remota e com muitas dificuldades de infraestrutura. Se nós não nos juntarmos, vamos seguir bombardeados por aqueles que se alegram em nos atacar.

EM TEMPO - Outras lideranças prometeram fazer o mesmo e o resultado não foi assim tão integrado.

Nelson Azevedo - Devemos olhar para trás para corrigir nossos erros e aprimorar nossas virtudes. Hoje, é preciso aplaudir o governador Wilson Lima e o prefeito eleito Davi Almeida, que se prontificaram a fazer coisas boas acontecerem. Esta é a razão de nossa felicitação ao poder público estadual e ao governo municipal pela declaração pública, às vésperas de Natal, de trabalhar a quatro mãos a bem do interesse cívico. Devemos aplaudir, apoiar e, principalmente, acompanhar tal atitude que deveria ser mais natural e que, infelizmente, se torna extraordinária a cada dia. Nosso dever político não se esgota diante da urna. Temos que apoiar e acompanhar o exercício de quem escolhemos.

EM TEMPO - E como se dá essa iniciativa no setor privado? Economia rima com parceria?

Nelson Azevedo - Sempre rimou e sempre vai rimar. Os monopólios e oligopólios não serão jamais bem-vindos. A cadeia produtiva tem que ser colaborativa para não se enfraquecer. Tivemos, recentemente, um movimento claro da iniciativa privada, para preservar e a economia e resguardar os direitos e as necessidades do tecido social. Chamamos este movimento de Comitê ZFM Covid-19, que trabalhou freneticamente com atores sociais, parlamentares, poder público, academia e especialistas destacados da área tributária. Cada sugestão aprovada significou um avanço na caminhada. Isso foi tudo de bom e reafirmou que o caminho da solidariedade e da partilha é o mais nobre dos gestos humanos.

EM TEMPO - Quem vai sair ganhando com esse formato baseado em “... se nós podemos fazer porque não fazemos”

Nelson Azevedo - O primeiro beneficiado é o cidadão que aqui vive, paga muito imposto e pouco recebe de volta. Depois, os atores desta jornada. Eles próprios vão se comprazer com a importância de levar a bom termo essa empreitada. De quebra, Manaus, lugar em que vivemos, vai ser privilegiada com a ação compartilhada entre governança estadual e municipal. O que não pode é continuar com esse constrangimento urbano em que vivemos.

EM TEMPO - E que problemas, na sua opinião, devem ser priorizados?

Nelson Azevedo - Mobilidade urbana. Entra governo e sai governo e é lastimável e preocupante ver as condições humilhantes do transporte coletivo, sobretudo, em momentos de pico, quando o cidadão, como sardinha em lata, é obrigado a pôr em risco a própria saúde e segurança, sem o mínimo de conforto. E por falar em segurança, na proteção das pessoas e do patrimônio, com as ações desenvolvidas em conjunto, teremos certeza de bons resultados. É constrangedor para os gestores das empresas estrangeiras aqui instaladas ter que explicar às suas matrizes a violência no próprio transporte dos colaboradores. Como também é lastimável a situação das vias do Distrito I e II, no Polo industrial de Manaus, uma buraqueira inaceitável.

EM TEMPO - E a União deve fazer parte?

Nelson Azevedo - A União Federal jamais deveria ficar ausente deste compromisso de trabalhar em parceria. E tenho certeza, essa busca de integração do Poder Público Federal faz parte das prioridades do general Polsin, atual gestor da Suframa, uma autarquia que representa a base econômica do Estado, se considerarmos a estrutura de contrapartida fiscal da Zona Franca de Manaus. Aliás, caberia à Suframa coordenar a ação dos órgãos federais da região e incorporá-los no dia-a-dia da população.

EM TEMPO - Quem mais se beneficia desta economia propiciada pelo programa ZFM?

Nelson Azevedo - Por incrível que pareça quem mais sai ganhando com a ZFM é a União. Portanto, é quem mais pode colaborar neste mutirão gestor, amplo, participativo e promissor. O município recebe das empresas 50% do seu orçamento municipal. O estado, por meio de fundos e contribuições, que são essenciais ao Tesouro estadual, recebe a cada ano R$1,6 bilhão para atender o desenvolvimento econômico, social, educacional e turístico.

A União, por sua vez, tem o Amazonas colocado entre os cinco maiores contribuintes. Em 2019, foram R$17,5 bilhões. Quem muito recebe muito tem que oferecer mais. Nós, empresários, estamos fazendo nossa parte. E queremos aplaudir quando os três entes federados estiverem fazendo o mesmo. Preferencialmente em conjunto, de olho no exercício digno da cidadania.

EM TEMPO - Trabalhar em mutirão pode ser a solução?

Nelson Azevedo - Não saberia dizer, mas se essa curica pegar vento, para usar uma linguagem jovial, poderíamos ter um conselho gestor comum aos três poderes constitucionais que trabalhariam em mutirão em questões essenciais como a vacinação em massa, de forma competente e efetiva. Questões como a segurança pública, o transporte público e de colaboradores, a moradia popular, a educação em todos os níveis, enfim, a devolução efetiva, desta carga absurda de impostos, por meio de serviços e produtos de qualidade em respeito à dignidade das pessoas.

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