13/10/2022
Qualquer política pública educacional só terá chance de sucesso se o Brasil investir fortemente nos professores. Essa é a avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) explicitada no documento Educação: A Juventude e os desafios do Mundo do Trabalho, que faz parte das Propostas da Indústria para as Eleições 2022 entregues aos pré-candidatos à Presidência da República. A CNI defende a valorização dos profissionais do magistério, além de planos de carreira nos municípios e programas voltados à capacitação dos docentes.
“Os países mais desenvolvidos têm buscado aperfeiçoar suas políticas educacionais, com atualização de seus currículos, renovação de metodologias de ensino e forte investimento na formação e na atualização de professores. No Brasil, esse avanço exige tempo, investimento, inovação e, acima de tudo, colaboração da sociedade e de todas as esferas de governo. Sem isso, não vamos conseguir preparar o jovem brasileiro para o trabalho do futuro”, analisa o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi.
Para apoiar o Brasil na superação dos desafios históricos da educação, a CNI estruturou as propostas da indústria em cinco eixos: consolidação do novo ensino médio e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), incorporação de novas tecnologias, com promoção da inovação; investimento na formação dos professores e valorização da carreira docente; ampliação da educação profissional e aprimoramento da Lei da Aprendizagem; e utilização de metodologias inovadoras na EJA.
1. Formação dos professores, salário e carreira docente
Garantir que a Base Nacional Comum para a Formação Inicial e a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da educação básica sejam implementadas em todos os cursos de Pedagogia e licenciaturas no país e em todos os processos de formação continuada.
Valorizar os profissionais do magistério e assegurar a existência de planos de carreira em todos os municípios brasileiros, como preconiza o PNE.
Desenvolver e apoiar a oferta de cursos de licenciatura organizados por área de conhecimento, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades docentes.
2. Educação de Jovens e Adultos (EJA)
Ampliar as matrículas na educação de jovens e adultos, especialmente na modalidade profissionalizante.
Fomentar e expandir processos de certificação de competências de jovens e adultos, utilizando metodologia de reconhecimento de saberes para valorizar conhecimentos e habilidades adquiridos ao longo da vida.
3. Educação Profissional e Lei da Aprendizagem
Identificar e implantar mecanismos de previsão permanente das necessidades (qualitativas e quantitativas) do mercado de trabalho em termos de competências e perfis profissionais, com vistas a adequar a oferta da educação profissional e tecnológica às demandas de médio e longo prazo dos setores produtivos.
Implantar um sistema nacional de avaliação da educação profissional, para definir indicadores capazes de avaliar a qualidade e a efetividade dos cursos ofertados, envolvendo a coleta e análise de informações sobre o desempenho dos alunos, dos docentes e gestores, das instituições de ensino e dos programas de educação profissional e tecnológica.
Estimular a Aprendizagem Profissional enquanto itinerário de formação técnica e profissional no ensino médio, buscando fortalecer o diálogo com os setores produtivos, por meio da atuação das respectivas instituições de educação profissional e tecnológica.
4. Consolidação do Novo Ensino Médio e da BNCC
Articular um regime de colaboração entre os entes federativos para que os estados, o Distrito Federal e os municípios tenham condições técnicas e financeiras para planejar, acompanhar e executar, de maneira exitosa a implementação do Novo Ensino Médio.
Apoiar e criar condições efetivas para que todas as escolas possam ofertar os diferentes itinerários formativos, especialmente o de Formação Técnica e Profissional, garantindo que todos os estudantes tenham a possibilidade de fazer escolhas alinhadas a seus projetos de vida.
5. Tecnologia e inovação
Implantar a cultura digital na rede pública de ensino, garantindo a infraestrutura tecnológica necessária para que todas as escolas tenham equipamentos, conexão com a internet, serviços de armazenagem na nuvem e uma formação continuada da comunidade escolar, para saber lidar com as mudanças da era digital.
Elaborar políticas e diretrizes pedagógicas para o uso de tecnologias educacionais, que fomentem a interdisciplinaridade, a resolução de problemas e o desenvolvimento de habilidades para a tomada de decisões, fortalecendo a cultura maker e colaborando, dessa forma, para o alcance das competências preconizadas na BNCC.
Fonte: Portal da Indústria