15/09/2015
Conforme as informações do MPOG, a proposta da mudança, anunciada no mês de junho, acontecerá de forma simples. O Ministério afirmou que a qualificação consiste na viabilização de condições para que a autarquia assuma um contrato de gestão com o intuito de melhorar os serviços prestados ao seu público-alvo. Por meio de nota o órgão ainda enfatizou a importância da melhoria da gestão e da transparência sobre as metas e o padrão de desempenho esperado, o que acontecerá por meio do aumento das flexibilidades administrativas concedidas pelo governo.
Segundo o Ministério, a qualificação de uma autarquia como agência executiva não altera a natureza, ou o quadro de pessoal, nem necessariamente a estrutura do órgão. A nota ainda afirma que o processo de qualificação não envolve demissões de servidores e que a duração entre a transição de autarquia para agência depende do atendimento dos requisitos legais e normativos.
Para o presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Marcus Evangelista, a iniciativa do MPOG é vista como uma medida que tenta reduzir ou 'podar os poderes concedidos à autarquia. Ele explica que as instituições classificadas como agência estão em menor patamar em comparação à autarquia, e logo, têm menor abrangência e a perda do poder. Uma dificuldade enfatizada pelo economista é a falta de clareza quanto às mudanças previstas por parte do órgão federal.
"É como se estivessem amputando a principal arma de desenvolvimento do Estado. O MPOG afirma que será melhor para a gestão e que a mudança concederá autonomia à agência. Porém, não está claro se o poder de fomento voltado ao desenvolvimento da região não será afetado. O próprio governo federal não deixa o assunto claro, não transmite informação precisa", avalia.
De acordo com o vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e vice-presidente do Corecon-AM, Nelson Azevedo, a transição entre superintendência e agência executiva também é uma incógnita no meio empresarial. Ele afirma que não teve acesso a maiores informações sobre o assunto, mas espera que a mudança traga uma real autonomia administrativa e financeira à autarquia. O empresário ressalta que em todo o país o modelo ZFM foi o único projeto que deu certo e até aos dias atuais beneficia todo o país.
"Ou a Suframa passara a ter total autonomia ou será considerada apenas como um departamento. Espero que qualquer medida que venha não deixe de cumprir sua finalidade em benefício à autarquia ou agência. Nosso projeto foi o único que deu certo no país e não oferece riscos aos empresários, diferente de outros projetos. A esperança é que a agência nos leve de volta aos tempos áureos da ZFM, com o desenvolvimento de nossa região", comenta.
Iniciativa do MPOG é vista como uma medida que tenta reduzir ou 'podar' os poderes concedidos à autarquia.
Fonte: JCAM