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​PIM, soberania e defesa da Amazônia

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01/09/2020

Antonio Silva

Presidente da FIEAM

E-mail: presidencia@fieam.org.br

"Grande vitória da indústria nacional", assim se manifestou o oficial da reserva e mestre pelo Instituto Militar de Engenharia, em Ciências de Materiais, Marcelo Borges Almeida da Fonseca, também executivo da DuPont, sobre o novo camuflado do corpo de fuzileiros navais da Marinha do Brasil produzido pela empresa amazonense BDS Confecções, em parceria com a Santista Work Solution, e apoio técnico do SENAI Cetiqt.

Atestado inequívoco de evolução tecnológica, é um dos tantos indicadores dos avanços consignados pela Zona Franca de Manaus (ZFM). "Precisamos afirmar a soberania via alianças estratégicas entre indústria nacional e multinacionais", reforçou o diretor global da DuPont, em sua rede social.

A fala de Fonseca se soma à preocupação da indústria brasileira com a movimentação do governo federal, via Ministério da Justiça, para adquirir nos Estados Unidos (EUA) produtos de defesa que são ou podem ser fabricados no Brasil.

Segundo o Sindicato da Industrial de Material de Defesa, falta transparência e publicidade, além de isonomia regulatória. A entidade tem sido incisiva na questão, segundo seu presidente, Christian Callas: "Sem essas condições, a indústria nacional será obrigada a levar suas fábricas para fora do país ou fechar".

Pelo visto, as lições da cadeia asiática de produtos e suprimentos, que deixou gargalos em todas as linhas de produção mundo afora, estão sendo assimiladas pelo Brasil.
No caso da BDS e Santista, que já produzem com padrão global de qualidade, é impossível disputar com o mercado americano na indústria da Defesa, em razão das barreiras técnicas e comerciais.

Com endosso do Ministério da Defesa, a BDS Confecções, por sua performance inovadora, tornou-se em 2019 a primeira Empresa Estratégica de Defesa (EED) do setor têxtil e de confecção no país.

Os uniformes militares desenvolvidos em Manaus são reconhecidos como um dos melhores equipamentos de tropas de elite, em razão de suas funcionalidades (antiinfravermelho, anti-mosquito, antimicrobiano, proteção solar, nanotecnologia etc), com diferencial importante na geração de emprego e proteção florestal. À exceção da produção de armas e munições, que não podem receber na ZFM incentivos fiscais, este polo já deu provas, durante a pandemia da Covid-19, da capacidade instalada para enfrentar qualquer desafio.

Como era de se esperar, deputados federais questionaram o Ministério da Justiça sobre abertura de escritórios comerciais do Brasil nos EUA para viabilizar transações não debatidas internamente para aquisição de produtos de Defesa.

No encontro do Comitê Indústria ZFM Covid19, ocorrido em 24 de agosto, o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu a necessidade de manter a ZFM e diversificar sua economia.
Imperativo estratégico pelo qual temos lutado. Transparência, efetividade e desburocratização são premissas essenciais deste programa de desenvolvimento.

Há exatamente um ano, o presidente da República aqui esteve e selou seu compromisso com este programa: "A ZFM é um símbolo. É uma garantia que, enquanto existir, a Amazônia é do Brasil". Continuar existindo supõe vontade política e escolha estratégica. Só assim, deixamos de lado o discurso para resguardar, fortalecer e diversificar este que é o maior acerto fiscal da história da República.

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