19/06/2020
Fonte: Jornal do Commercio
A indústria da região Norte aumentou sua fatia de 6,6%
para 6,9%, entre 2009 e 2018. A
participação do Amazonas foi
fundamental para impulsionar
os resultados, dado que o PIM
fabricou dois de seus três produtos: televisores e celulares.
Os dados estão na Pesquisa da
Produção Industrial – Produto, divulgada nesta quinta (18),
pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística),
A mesma sondagem aponta
ainda que, a despeito do Polo
Industrial de Manaus ter superado a indústria do Pará na
participação do ranking dos dez
principais produtos manufaturados na região Norte –em uma
razão de seis contra quatro –,
a manufatura do Amazonas
ficou atrás do Estado vizinho
em termos de valor de vendas,
pelo valor comparativamente
maior dos minérios extraídos e
beneficiados em solo paraense.
Considerando os três principais produtos de cada região,
o minério de ferro do Pará representou 19,3% das vendas
do Norte, seguidos pelos televisores (6,9%) e celulares (6,6%) manufaturados no Amazonas. O
Sudeste, que lidera o ranking,
teve como principais vendas
óleo bruto de petróleo (6,1%),
óleo diesel (2,7%) e automóveis
de 1.500 a 3.000 cilindradas
(3,3%).
Dentre os dez principais
produtos industriais da região
Norte, o Amazonas entra com
seis (televisores, celulares, xaropes para bebidas, motocicletas,
óleo diesel e ar condicionado); e
o Pará com quatro (minério de
ferro, carnes, minério de cobre e
óxido de alumínio). Os produtos
do Amazonas alcançaram 25,7%
do valor das vendas da região
Norte, ao passo que os do Pará
representaram 31,3%.
A produção de televisores
liderou no Estado, com um
valor de R$ 12,5 bilhões. Em
segundo lugar veio a produção
de celulares (R$ 12,1 bilhões)
e de gás natural (não informado, pois a amostragem contou
com apenas três empresas). A
quarta posição foi de xarope
para bebidas (R$ 7,5 bilhões),
seguido por motocicletas (R$
7,1 bilhões), condicionadores
de ar (R$ 3,8 bilhões), peças
para motocicletas (R$ 2,2 bilhões), latas de alumínio (R$
2,1 bilhões), placas de circuito impresso (R$ 1,4 bilhão) e óleo
bruto de petróleo.
Ranking nacional
A participação no valor de
vendas das grandes regiões é
liderada pelo Sudeste (55,4%),
em seguido pelo Sul (20,2%),
Nordeste (11%), Norte (6,9%)
e Centro-Oeste (6,4%). De 2009
para 2018 apenas o Sudeste perdeu representatividade, caindo
de 62% para 56,4%. O Centro-Oeste teve o maior crescimento,
com 2,5 pontos percentuais a
mais.
Norte (32,8%) e Centro Oeste
(29,4%) apresentam maior grau
de especialização na produção
dos bens e serviços do país.
O ranking regional prossegue
com o Nordeste (14%), Sudeste
(11,3%) e Sul (8,9%) revelando
maior diversidade e, portanto,
menor concentração produtiva
nas regiões.
“A representatividade de
vendas dos produtos da região
Sudeste é bem inferior aos do
Norte, o que mostra uma menor concentração de produtos
industriais na região mais rica
do país”, assinalou o IBGE-AM,
no texto da pesquisa distribuído
à imprensa.
Crises diferentes
O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira
Jaques, ressalta que os resultados mostram o domínio das
indústrias paraense e amazonense na região Norte e lembra que o Amazonas ainda se
destaca por manufaturados
eletrônicos, como televisores
e celulares, sendo mais diversificada do que a do Estado
vizinho. O pesquisador observa, contudo, que o peso
da cotação das commodities
paraenses acaba suplantando
os valores dos bens duráveis
do PIM.
“As crises econômicas nacionais afetam diretamente os produtos da indústria amazonense.
Por outro lado, as commodites
são afetadas apenas em crises internacionais e apenas em alguns
casos. Talvez aí esteja a grande diferença de desempenho
entre as industrias regionais”,
encerrou.
A Pesquisa Industrial – Produto investigou as unidades locais produtivas industriais das
empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e/ou que aferiram receita bruta proveniente da
venda de produtos e/ou serviços
industriais superior a R$15,1
milhões no ano anterior ao de
referência do levantamento.