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PIM fica sem 102 projetos e perde 1,8 mil postos de trabalho

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29/03/2016

Um montante de US$ 430,4 milhões (R$ 1,58 bilhão) deixou de ser investidos no Polo Industrial de Manaus (PIM) nos últimos três anos por 57 empresas, mesmo com projetos de incentivos fiscais aprovados no Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (CAS). Com a desistência, 1,8 mil empregos estimados pelas empresas não foram criados no PIM. Dos 102 projetos de implantação deferidos em 2012, mais da metade não foi instalado no prazo legal, que acabou no fim do ano passado.

O Conselho de Administração da Suframa aprovou, em 2012, o total de 268 projetos, sendo 102 de implantação e 166 de atualização, diversificação e ampliação, em seis reuniões ordinárias, realizadas entre os meses de fevereiro e dezembro, segundo levantamento feito pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a pedido do DIÁRIO. Desse total, chegaram a ser implantados 164 projetos, sendo 45 de implantação e 119 dos demais tipos, aponta o estudo realizado pela Coordenação Geral de Acompanhamento de Projetos Industriais da autarquia.

A implantação efetiva de um projeto aprovado é um desafio na avaliação do economista e consultor do PIM, Martinho Azevedo. “O prazo mínimo de implantação é três anos, só que nesse período existem uma série de variáveis fundamentais como a questão cambial, as fontes de financiamento e o mercado. Se o cenário muda, muitas vezes essa expectativa não se concretiza”, disse.

Os projetos apresentados ao CAS são de responsabilidade das empresas solicitantes (em todas as suas etapas, incluindo elaboração e execução) e têm até três anos, a partir da aprovação pelo Conselho, para serem efetivados. Caso isso não ocorra, os incentivos conferidos a esses projetos são cancelados.

O CAS é formado por membros do governo federal, entre eles os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Ciência e Tecnologia (MCT), além da Suframa e por representantes das entidades produtivas do setor industrial, do comércio e serviços, além de líderes das entidades trabalhistas. O conselho é formado, ainda, pelos representantes do Governo do Amazonas, da Prefeitura de Manaus e dos Estados da Amazônia Ocidental. O CAS é responsável pela apreciação e aprovação dos projetos de implantação, ampliação ou diversificação para terem direito aos incentivos fiscais.

Energético

Entre os projetos de implantação aprovados e que não se instalaram destacavam-se o da Red Bull do Brasil para fabricação de bebida energética com a expectativa de gerar 79 empregos e US$ 315,4 milhões de investimentos totais previstos em três anos. Outro projeto que se destacou pelo volume de investimentos estimados foi o da DF da Amazônia com expectativa de gerar 44 novos empregos e US$ 17,5 milhões. Já a TAI Engenharia e Construção tinha previsão de gerar 162 empregos, o maior volume entre esses projetos que não vingaram. Os investimentos previstos pela empresa eram de US$ 3,8 milhões.

Outro projeto estratégico para a região era o da Brazilian Log Operações em Logística para transporte de carga na região, com previsão de investimento total de US$ 6 milhões e a expectativa de gerar 46 empregos diretos.

A fragilidade da economia do País, com períodos de aumento do consumo das famílias seguido por endividamento e desemprego tem se refletido no humor das empresas.

De acordo com outro levantamento realizado pela Suframa, em 2012, também a pedido do DIÁRIO, 27% dos projetos aprovados deixaram de se instalar no PIM.

Já o mais recente estudo da Suframa aponta que, em 2015, quando terminou o prazo dos projetos aprovados em 2012, mais da metade, ou 56%, não vingou.

Para o economista e consultor Rodemarck Castelo Branco, essa é a pior crise da história da Zona Franca de Manaus (ZFM), desde os anos 1990, o que reflete diretamente nos investimentos das empresas estimados. “Todos os investimentos que estavam sendo realizados em Manaus foram paralisados e, não só aqueles voltados para a ZFM, mas na área do turismo, comércio, entre outros. Muitas multinacionais com projetos aprovados estão paradas esperando para ter uma visão do que vai acontecer no País”, destacou o consultor, especializado na elaboração de projetos de investimento no PIM.

Fonte: Portal D24am.com

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