18/09/2015
Para o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Amazonas (Sindifisco Nacional), José Jefferson Almeida, os empresários estão "reclamando de barriga cheia", pois mais de 90% das mercadorias importadas entram pelo canal verde, sistema que permite ao importador liberar a carga sem burocracia.
De acordo com Almeida, os auditores não estão em estado de greve, mas admitiu que as mercadorias estão sendo liberadas em um ritmo mais lento. "Não temos pretensão de fazer uma greve, mas a negociação está em curso. Não há greve branca. Os colegas estão fazendo o trabalho. Os dois dias que não atendemos ao sistema são de trabalhos internos. Algumas cargas estão fluindo mais devagar, mas não quer dizer que elas não sejam liberadas", explicou o presidente do Sindifisco Nacional-AM, ao ressaltar que os prazos de liberação estão dentro dos estabelecidos na legislação.
Na prática, com a operação 'tartaruga', os auditores permanecem com os computadores desligados nas terças e quartas-feiras, o que afeta o lançamento de multas e, na quinta-feira, deixam de efetuar o desembaraço de mercadorias, o que pode reduzir o abastecimento de componentes e insumos para as indústrias instaladas em Manaus.
Falta insumos
Segundo Athaydes Mariano Félix, cerca de 30 mil motos deixaram de ser produzidas no mês de agosto, no Polo Industrial de Manaus (PIM), número que leva em consideração as projeções de fabricação para o ano. O dirigente informou que a falta de insumos importados é uma realidade, mas algumas empresas conseguiram liberação de mercadorias por meio de mandados de segurança.
"Ainda estão com aquela operação 'tartaruga' e agora deverá entrar o pessoal do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o que vai complicar ainda mais. O mercado já está ruim, assim como nossa economia. Algumas empresas deixaram de adotar o terceiro turno, também", avaliou Félix.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Anderson Belchior, a entidade aguarda um posicionamento oficial do governo federal sobre o reajuste. "Falamos com o pessoal de Brasília, nossos parlamentares, que dizem não ter nada definido. Vamos aguardar até a semana que vem para depois chamar a base dos servidores e ver qual a decisão. Mas há uma possibilidade de uma nova greve ainda este ano", disse Belchior.
O governo federal ratificou nesta quinta-feira, as medidas de corte de gastos. Após reunião fechada de cinco horas na Comissão Mista de Orçamento (CMO), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy defendeu a volta da Contribuição Provisória de Movimentação Financeira (CPMF). Levy admitiu que, ao ser aprovada, a proposta prevê uma correção salarial só para uma parcela dos servidores. "Nossa proposta da CPMF já inclui algum pequeno ajuste para o funcionário público, de salários mais baixos, e beneficiários da Previdência. O impacto da CPMF para essas categorias é marginal", declarou.
Fonte: Portal D24am.com