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PIB do Amazonas desacelera

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23/02/2021

Fonte: Jornal do Commercio

O PIB do Amazonas perdeu força em dezembro e seguiu na contramão da média nacional. Houve recuo de 4,72% ante novembro, em contraste com a expansão anterior (+1,54%), mas a comparação com dezembro de 2019 rendeu alta de 2,33%. Com a desaceleração, o Estado não conseguiu reverter as perdas da pandemia e o acumulado fechou negativo em 2,69%. O desempenho brasileiro foi melhor na variação mensal (+0,64%), mas perdeu nas demais comparações (+1,34% e 4,05%, respectivamente).

Com a desaceleração, o Estado não conseguiu reverter as merdas da pandemia e o acumulado fechou negativo em 2,69%. (já afetado por desabastecimento, apreciação do dólar, alta da inflação e o começo da segunda onda) com julho/agosto/setembro (ainda marcado pela flexibilização pós-primeira onda). Em relação ao mesmo trimestre do ano passado -base de comparação que já sinalizava números mais fortes, pela sazonalidade -, o Estado aparece com elevação de 2,66% no volume de produção de bens e serviços. Os respectivos números nacionais foram +3,14% e -0,69%.

Os dados são do IBC-Br (índice de Atividade Econômica do Banco Central). Visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, o indicador é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica e ajuda a autoridade monetária a decidir sobre a taxa básica de juros, além de ajudar investidores e empresas a adotarem medidas de curto prazo. A metodologia é diferente da empregada pelo IBGE, que calcula o PIB brasileiro -cuja divulgação nacional está prevista para o dia 3 de março.

Embora incorpore dados sobre os setores da indústria, comerão e serviços e agropecuária, além do volume de impostos, o cálculo do BC não informa o desempenho de cada um. Números do IBGE referentes ao período, no entanto, já haviam apontado uma descontinuidade no processo de recuperação da economia amazonense, em dezembro, mas ainda sem reflexos na arrecadação estadual, segundo a Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda).

Setores e arrecadação

Depois de ensaiar uma retomada de fôlego, a indústria amazonense encerrou o ano com um novo tombo mensal de produção. Encolheu 3,7%, na passagem de novembro para dezembro de 2020, após o incremento praticamente assimétrico de 3,6% da sondagem anterior. O setor conseguiu expansão de 9,6% sobre o mesmo mês de 2019, uma base de comparação reconhecidamente forte, mas o acumulado não foi forte o suficiente para evitar a queda de 5,5% sobre o exercício anterior.

Em paralelo, em face dos primeiros sinais do repique da pandemia, e da primeira tentativa de lockdown, o varejo amazonense retrocedeu 3,2%, entre novembro e dezembro, reforçando o decréscimo mensal anterior (-1,7%). Em relação ao resultado de dezembro de 2019, o volume de vendas ainda escalou 9,2%. Apesar da nova retração, o comércio local conseguiu encerrar o ano com 7,3% de expansão sobre 2019, a despeito da pandemia.

Melhor resultado veio dos serviços. A atividade subiu 3,2% em volume, frente a novembro de 2020 -ainda que em desempenho mais ameno do que o anterior (+3,8%). No confronto com dezembro de 2019, a trajetória foi de alta reforçada (+8%) -contra +4,1% de 30 dias antes. A atividade também conseguiu encerrar o acumulado do ano com incremento de 0,5% sobre a base de 2019.

Já os dados da Sefaz, indicam que a receita tributária estadual avançou em todas as comparações, em dezembro. Os impostos, taxas e contribuições somaram R$ 1,23 bilhão nominais, com altas de 3,11% sobre o mesmo mês de 2019 (R$ 1,07 bilhão) e de 1,65% ante novembro de 2020 (R$ 1,21 bilhão). O acumulado subiu 8,08% em preços correntes, com R$ 12,22 bilhões (2020) contra R$ 11,31 bilhões (2019). Descontada a inflação, houve queda de 1,35% na variação mensal e alta de 4,64%, na anual.

Incertezas e auxílio

Na análise do conselheiro do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Francisco de Assis Mourão Júnior, os números do IBC--BR mostram que o consumidor já reagiu às incertezas trazidas pela segunda onda, na reta final do ano, com impactos consequentes nas vendas, na produção e na arrecadação. A morte anunciada do auxílio emergencial -e da demanda proporcionada pela liquidez injetada pelo benefício -também contribuíram para que o PIB amazonense reduzisse o passo.

"O consumidor se retraiu, e esse é um aspecto nacional. Vale lembrar que a economia do Amazonas funciona em tomo do modelo Zona Franca de Manaus, no qual nossa produção é destinada ao mercado interno. E a economia já vinha de uma pequena queda, nos afetando. O Congresso já está avaliando a volta do auxílio emergencial, mas teremos que ver em que valor ele virá e como a economia vai responder. E há também essa confusão entre o governo federal e Estados e municípios em tomo da vacina. Isso também afeta a economia", ponderou.

Vacina e aquecimento

Em sintonia, o presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, reforça que a flutuação dos indicadores do PIB está ligada ao fato de que a parte majoritária do que é produzido localmente, especialmente pela indústria incentivada de Manaus, é direcionado aos "grandes centros urbanos" - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais à frente -, enquanto "pouquíssimas coisas" são consumidas na capital e no interior amazonenses.

"Há um aquecimento no último trimestre, em função dos grandes magazines, que fizeram seus pedidos de produtos para abastecer seus estoques para o Natal. A retração de dezembro já ocorre em função do fato de que as lojas já tinham feito suas encomendas, sem possibilidade de novo incremento de produção. E ainda teve o fechamento do ano com a segunda onda, que fez alguns segmentos terem paralisação quase que total. Espera-se que, com o advento da vacina, haja aquecimento de consumo no segundo semestre e consequente aumento de produção no PIM", finalizou.

Com a desaceleração, o Estado não conseguiu reverter as perdas da pandemia e o acumulado fechou negativo em 2,69%

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